Essa os neoliberais vão se morder de raiva: Estatais são mais modernas do que empresas privadas: inovação nas públicas é de 68% contra 39% das particulares, mais focadas no lucro
Estatais são mais modernas do que empresas privadas
Monitor Mercantil, 20/04/2011
As estatais federais investem mais em inovação do que as empresas privadas, confirma a pesquisa Inovação nas Empresas Estatais Federais 2008, do IBGE. Entre as 72 estatais federais pesquisadas, 49 (68,1%) implementaram um produto ou um processo novo entre 2006 e 2008, ante apenas 38,6% das empresas privadas.
Os investimentos em treinamento e na aquisição de software também receberam grau maior de importância nas estatais (75,5% e 71,4% respectivamente), do que nas privadas (59,9% e 26,5%).
Nas privadas, a aquisição de máquinas e equipamentos tem maior relevância (77,7%) em relação às estatais (67,3%). Entre as estatais inovadoras, 71,4% estabeleceram alguma relação de cooperação para desenvolver produtos e processos novos, ante apenas 10,4% das privadas pesquisadas.
"O mito da eficiência inovativa da empresa privada é conversa do neoliberalismo. Desde os anos 70, as estatais investem mais que as privadas em tecnologia", afirma o economista José Eduardo Cassiolato, coordenador da Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (Redesist), ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para Cassiolato, o resultado também se deve às estatais serem empresas maiores, ligadas à atividades intensivas em tecnologia: "Muitas vezes a empresa quando é privatizada deixa de investir em tecnologia, como em telecomunicações e energia. São empresas que se dedicam a dar lucro aos acionistas", diz, acrescentando que as privadas são menos propensas a investir no longo prazo.
Universidades e institutos de pesquisa estão entre os parceiros mais importantes das estatais: 59,2% e 53,1%, respectivamente, contra 14,1% e 12,3% nas privadas.
A burocracia é o principal entrave à inovação das estatais: faltam padrões, normas e regulamentações (64,3%) e há rigidez organizacional (64,3%). As privadas criticam altos custos (73,1%), riscos econômicos (65,6%) e escassez de financiamento (51,4%).
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