Brasil está ficando velho antes de ficar rico, diz Bird
Monitor Mercantil, 06/04/2011
De acordo com levantamento do Banco Mundial (Bird), os brasileiros e outras populações de países emergentes estão ficando velhos antes de ficarem ricos. Enquanto a França levou mais de um século para ter um aumento de 7% para 14% da população acima de 65 anos ou mais, o Brasil levará duas décadas, de 2011 a 2031.
A publicação Envelhecendo em um Brasil mais velho, divulgada nesta quarta-feira, no BNDES, pondera que a população idosa no Brasil, que hoje corresponde a 11% da população em idade ativa, em 2050, será de 49%. No entanto, o Bird reconhece que até 2050 haverá um "bônus demográfico" que, se acompanhado do aumento da poupança interna e de ganhos de produtividade, poderá incrementar o PIB, em média, em 2,5 pontos percentuais ao ano.
Sob outro aspecto, o estudo calcula que a despesa previdenciária subirá para 22,4%, em 2050, número acima do máximo que qualquer país do mundo hoje gasta (cerca de 15%).
No entanto, a economista Lena Lavinas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pondera que o Bird "esqueceu" de contabilizar as receitas da Previdência. "Se tivermos emprego formal, o saldo da Previdência vai aumentar ainda mais", afirmou, lembrando que o orçamento da Seguridade Social é superavitário.
Lena ressaltou também que a poupança previdenciária deve resultar do esforço de todos, não apenas dos trabalhadores. "É assim no mundo inteiro. Onde não é assim, como na Dinamarca, país no qual o empregador só contribui com 10%, cerca de 70% da arrecadação da Previdência vem do Imposto de Renda", disse, acrescentando que a estrutura tributária no Brasil é extremamente regressiva, ou seja, os tributos cobrados sobre o consumo taxam igualmente pessoas de renda diferente.
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