Em 2 meses, setor público torrou R$ 38 bi com juros, anulando corte de R$ 50 bi
"Bolsa Juros" já custa 50% da Saúde
Monitor Mercantil, 31/03/2011
Os gastança do setor público (governo central, estados, municípios e empresas estatais) com juros continua a anular amplamente os efeitos do corte de R$ 50 bilhões decretado pela presidente Dilma Rousseff no início do ano nos setores não financeiros.
O setor público já torrou de R$ 38,396 bilhões, ou 6,31% do Produto Interno Bruto (PIB), com juros só no primeiro bimestre. Esses gastos equivalem a cerca da metade do orçamento da Saúde para todo o ano, de R$ 77 bilhões, sem descontar o corte sofrido no início do ano. Em igual período de 2010, a gastança com juros ficara em R$ 28,392 bilhões (5,2% do PIB).
Em fevereiro, os gastos com juros somaram R$ 19,115 bilhões, segundo o Banco Central (BC), 34% mais que em igual período de 2010. O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) desperdiçou R$ 12,400 bilhões com juros em fevereiro; os governos regionais, R$ 6,562 bilhões, e as estatais, R$ 153 milhões.
No primeiro bimestre, o governo central destinou R$ 27,231 bilhões (4,48% do PIB) para os juros; os regionais, R$ 10,585 bilhões (1,74% do PIB) e as estatais, R$ 580 milhões (0,10% do PIB).
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a despesa com juros somou R$ 205,373 bilhões, ou 5,5% do PIB. Até janeiro, o gasto em 12 meses estava em R$ 200,521 bilhões, ou 5,41% do PIB.
O gasto do governo central com juros em 12 meses até fevereiro atingiu R$ 131,832 bilhões (3,53% do PIB); o dos governos regionais, R$ 71,029 bilhões (1,90% do PIB) e o das estatais, R$ 2,512 bilhões (0,07% do PIB).
O custo da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) está mais salgado do que os juros básicos da economia (Selic). Isso ocorre devido ao impacto do aumento das reservas internacionais. Para uma Selic média de 9,8% em 2010, o custo da DLSP atingiu 14,9%.
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