quinta-feira, 22 de julho de 2010

Comunista colombiano corre risco de morte


Comunista colombiano corre risco de morte

La República - O secretário-geral do Partido Comunista da Colômbia, o vereador de Bogotá e membro do Comitê Executivo do Pólo Democrático Alternativo (PDA), o antropólogo Jaime Caycedo Turriago, denunciou um plano criminoso para assassiná-lo.
À frente do complô estaria "El Diablo", um tenente de Salvatore Mancuso, chefe das quadrilhas criminosas dos paramilitares da Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), atualmente extraditado para os Estados Unidos.
Segundo o presidente Alvaro Uribe, esses grupos estão desmobilizados, mas, na verdade, continuam a cometer crimes e atentados em toda a Colômbia, em conivência com o exército e os serviços de inteligência do DAS, dependentes da Presidência da República.

O dirigente salientou que foi criado um "grupo especial" para matar um conjunto de membros da esquerda e, em particular, os membros do Polo Democrático na capital, e que ele integra a "lista negra". E acrescentou: "as obscuras intenções desses desconhecidos são as de assassinar-me, em resposta às acusações comprovadas que fiz sobre a presença de grupos paramilitares em pelo menos metade das localidades de Bogotá".

Segundo o vereador, o grupo responsável por cometer o homicídio armazenou na cidade "cerca de 700 armas de longo alcance", e levantou o dinheiro necessário para financiar os atentados. Toda a informação foi apresentada por escrito ante a Procuradoria-Geral, à espera de uma investigação "rápida e profunda" que permita desarticular os destacamentos paramilitares.

A denúncia pública é observado com grande preocupação, já que, em menos de três meses, já foram assassinados sete membros do Polo Democrático no país, incluindo o veredaor do PDA do município de Cantón de San Pablo, departamento do Chocó, Rengifo Matínez.

Além disso, o próprio Caycedo é um dos sobreviventes do extermínio da União Patriótica (UP), partido criado em 1985 no âmbito do (fracassado) processo de paz, do governo de então com as FARC, e que viu encurtada a vida de mais de quatro mil dos seus seguidores, incluindo diversos candidatos presidenciais, por ataques por forças paramilitares e de agentes do Estado.

Assim estabeleceram as autoridades judiciárias nacionais e organizações internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Este último organismo emitiu, há mais de 15 anos, medidas cautelares para garantir a sobrevivência física do dirigente hoje novamente ameaçado.

O próprio Caycedo foi vítima de um ataque criminoso, do qual conseguiu escapar. Por outro lado, a senadora do PDA, Gloria Inés Ramírez Ríos (que tivemos a oportunidade de conhecer no nosso país, pois integrou, com o sr. Carlos Gaviria, a delegação colombiana para o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em maio de 2008, em Montevidéu) falou de forma detalhada e firme ante as autoridades de seu país sobre "a situação de risco de do vereador de Bogotá, Jaime Caycedo, que tem sido vítima de atos criminosos que atentam gravemente contra sua vida e integridade pessoal".

O registro inclui um relato detalhado do que aconteceu em 19 de agosto de 2008, quando o líder se encontrava na sede do Partido Comunista Colombiano e foi seguido até sua casa por três carros e uma motocicleta, cujas placas foram anotadas, fato que foi comunicado ao Ministério Público, e que não teve qualquer explicação oficial.

Em 9 de junho de 2009, houve outra denúncia ante a Procuradoria, porque o nome do vereador apareceu entre os que foram vítimas das interceptações ilegais de comunicação por parte da DAS (as chamadas "cruzadas", que geraram um escândalo de grandes proporções porque a espionagem abarcava políticos da oposição, juízes e dirigentes sociais).

Em 7 de dezembro de 2009, ele relatou pela primeira vez a preparação da lista negra que o incluía. Em, 15 de janeiro de 2010, informou ao procurador que foi seguido e os seus movimentos registrados a partir de um veículo cuja placa registrou. Em 22 de abril, entraram à força na sua residência duas pessoas com uniforme da polícia, sem distintivos nem nomes, dizendo que estavam realizando uma inspeção.

O proprietário do imóvel se negou e, com a ajuda dos vizinhos, os impediu de atuar, diante do que os uniformizados fugiram em uma motocicleta, cuja placa dianteira estava coberta. Tudo isso foi denunciado, sem que houvesse resultado algum.

"Isso mostra de maneira inequívoca que, contra o vereador Jaime Caycedo há um plano sinistro que ameaça seriamente a sua vida e integridade pessoal, pelo que responsabilizamos o governo pelo que possa vir a acontecer", escreve na sua conclusão a senadora Glória Inés, sublinhando que estes fatos "integram a campanha do regime contra a oposição"

Fonte: La República através do Vermelho.

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