por Almir Cezar Filho
A FIESP com a conivência da Força Sindical e o silêncio da CUT apresentou proposta de flexibilização dos direitos trabalhistas, como forma de minimizar a crise e a pressão por demissões na indústria.
Não custa lembrar que "flexibização" é eufemismo para cortes salariais, de postos de empregos e de garantias. Além disso é um mecanismo de transferência das perdas com a crise do capital para os trabalhadores, é uma proposta sem coerência daqueles que a propõe e defendem.
Para ser coerente com esse "objetivo" de permitir às empresas reduzir custos e superar dificuldades por eles mesmo ditas conjunturais, a Fiesp deveria propor um pacote mais amplo. Assim como propõe a “flexibilização”, deveriam sim, antes de qualquer coisa, flexibilizar o salário dos executivos e da distribuição de lucros e dividendos. Não é?
Fica também a dúvida se quando a economia voltar a época melhores, os direitos serão reestabelecidos e se os trabalhadores ganharam compensações pelos sacrifícios passados.
Estranho é que durante todo o período de boom ou de bonança econômica, época de vacas gordas, nunca são distribuídos a fartura de modo igual entre os executivos e acionistas com os trabalhadores e consumidores. Não houve redução dos preços dos produtos ou aumentos de salário e redução de jornada de trabalho. Como agora querem compartilhar os prejuízos com os trabalhadores...?!
Se é tão fundamental os cortes, antes de qualquer coisa, que se reduza os salários dos executivos e os dividendos dos acionistas. E para cada contrato coletivo flexilizado, os salários dos dirigentes dos sindicatos e centrais seja reduzido na mesma proporção.
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