texto de Henrique Barros - mestre em Economia pela UFU e pesquisador do CEPES (Centro de Estudos, Pesquisa e Planejamento Econômico-Social)
Tenho me deparado repetida vezes com o discurso de que as mortes de palestinos por essa série de bombardeios israelenses é culpa do Hamas, que usaria seu povo como "escudo-humano".
Um absurdo.
É insustentável essa tese de que o Hamas está usando “escudo-humano”.
O Hamas não é um exército nos moldes do que surgiu junto com o Estado-nação. Os militantes do Hamas, desde seus líderes religiosos até aqueles que disparam os foguetes, têm suas vidas lá. Não são um exército ocupando uma cidade para proteger suas unidades.
São pessoas comuns, que vivem há muito sob o julgo da opressão do Estado israelense e por isso se transformam em resistentes.
Não há escudos humanos; há suas famílias, suas casas; os lugares onde vivem, onde sobrevivem, onde têm suas relações culturais e que buscam mantê-las.
Depois de tantos mortos, o Hamas não é um exército, é um sentimento.
Escudo-humano, quebra de cessar-fogo, ataques ponderado e precisos. Facetas do mesmo discurso da máquina ideológica de manutenção do poder do Estado israelense. Uma realidade falseada à seus interesses: manter a expansão territorial e a limpeza étnica da região.
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