hpor Almir Cezar Filho
Sugestão de leitura para entender a estratégia de Israel nesse crônica conflito com os palestinos.
"Imagem e Realidade do Conflito Israel-Palestina", da editora Record, é o novo livro polêmico do historiador norte-americano de origem judaica Norman Finkelstein. O autor critica duramente a política israelense atual e a estratégia do sionismo. Finkelstein é autor também de "A Indústria do Holocausto", o best-seller que questiona os motivos do interesse da mídia e das instituições governamentais pela questão judaica. A obra gerou protestos e réplicas no mundo todo.
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Israel foi construída sob a ideologia nacionalista judaica chamada de "sionionismo". Embora a ciência social tradicionalmente explique que os judeus não são um povo, no sentido antropologico do termo, um grupo étnico, o sionismo era uma ideologia progressista que visava a autonomia e a luta contra a opressão contra os israelitas espalhados pelos vários países do mundo.
Os judeus são o que Marx, um judeu, chama de "povo-classe", o mesmo são os ciganos, por exemplo. Um grupo social com vida social similar em várias sociedades e com alguma identidade comum - que é no caso a religião, embora os vários grupos judaicos pelo mundo pratiquem versões muitas vezes discordantes entre si da religião judaica.
Contudo o sionismo transformou-se na ideologia da burguesia judaica para construir um Estado Nacional para si, desprezando os povos existentes na Palestina. Criou-se um Estado onde a cidadania está baseada num critério racial, onde quem não é judeu fica fora. E para piorar, o critério de "ser judeu" é a religião. Temos um Estado racista e teocrático, embora finja ser laico e não-racial.
O sionismo deseja um Estado Palestino simultâneo ao um Estado judaico. Teve meio século para fazê-lo. Embora justifique que a culpa seja dos Estados arábes vizinhos, podia fazê-lo sem eles unilateralmente até porque fez muita coisa assim. Os territórios ocupados estão lá. Ao contrário que falam podiam ter ajudado a Autoridade Palestina, que se tornou um instrumento dócil de Israel e dos EUA.
O projeto sionista é transformar a Palestina em uma nova África do Sul pré-apartheid, transformando os territórios ocupados em "bantustões", áreas no tempo daquele regime onde os negros eram confinados .
Outra questão é que o sionismo sabe que não há espaço geográfico para Dois Estados. A faixa de terra da Palestina histórica é muito pequena e as comunidades misturam-se muito. Só há condições para um Estado. Eles, os sionistas, que a solução dos dois estados só servem como promessa e miragem para iludir os palestinos arábes. Por outro lado, Israel vetará qualquer possibilidade concreta de criação de um Estado Palestino- não quer rival.
A única alternativa para o fim do conflito é o fim do Estado de Israel.
Mas não acredito no fim militar desse Estado, mas sim no seu fim político - o fim do regime político sionista em Israel.
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