www.csp-conlutas.org.br |13/03/2012
Os operários da construção voltam a ser mobilizar.
Na usina hidrelétrica de Jirau (RO), mais de 20 mil
os operários decretaram greve geral nesta segunda-feira (13). O
movimento grevista começou com paralisações pontuais desde quinta-feira
(8). Os trabalhadores reivindicam o aumento de 30% do salário, cinco
dias de folga a cada 70 dias trabalhados – atualmente, a folga é a cada
90 dias corridos de trabalho-, aumento do valor da cesta básica, plano
de saúde gratuito extensivo a familiares, aumento de periculosidade e
insalubridade, entre outros.
Não tem sido diferente com os operários dos canteiros de obras da termoelétrica do Pecém (CE).
Mais de 8 mil trabalhadores estão em greve por tempo indeterminado
desde segunda-feira (12). Esta é a segunda paralisação realizada pela
categoria nesse ano.
Esses operários reclamam o não cumprimento de cláusulas do acordo
coletivo de 2011 e, em relação à data-base 2012/2013. A pauta de
reivindicações foi entregue ao patronal no dia 25 de fevereiro quando se
definiu um calendário de negociações. Na primeira reunião realizada na
última quarta-feira (7) na SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego), não houve nenhum avanço na negociação.
Ataques ao direto de greve - Já os trabalhadores do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro),
que também estavam em processo de luta por melhores condições de
trabalho, enfrentam duros ataques. Na sexta-feira (9) a Justiça do
Trabalho do Rio de Janeiro considerou ilegal a paralisação dos operários
cuja duração foi de mais de um mês.
Essa greve mobilizou mais de 14 mil trabalhadores que
decidiram voltar ao trabalho após a decisão judicial. Agora, enfrentam
um duro processo de ataques por parte da patronal, inclusive com
demissões. Mesmo com a deliberação da justiça e a dureza nas
negociações, o movimento grevista anuncia outra paralisação para o final
desse mês.
Os trabalhadores querem 18% de reajuste salarial e não aceitaram a
proposição de 8,5 % de aumento oferecido pelas empresas que trabalham na
construção do complexo.
Já os Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza (CE),
em data base, realizam mais uma assembléia geral onde devem aprovar a
realização de uma grande passeata para o dia 29 de março. Após várias
negociações, os empresários do setor seguem intransigentes “oferecendo”
somente o índice da inflação (6,5%) e um “reajuste” de R$ 3,00. Isso
mesmo três reais, no valor da cesta-básica.
Nas obras de Belo Monte (PA), o clima é de
indignação visto que as empreiteiras não realizaram o pagamento das
chamadas “horas intíneres” de centenas de operários. Não se descarta
que, a qualquer momento, caso essa situação não se reverta, poderá ter
início a um novo processo grevista.
Luta contra perseguições em Suape - Os operários do Complexo Industrial Petroquímico de Suape (PE) ainda acompanham
os desdobramentos da greve do ano passado. Uma audiência está marcada
para quarta-feira (14) no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para
tratar das ameaças e atentados ocorridos durante as mobilizações que
ocorreram. Enquanto isso, se preparam para luta salarial deste ano.
Só com mobilização as revindicações serão atendidas -
Para o membro da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, todas essas
paralisações, greves e mobilizações são reflexos do descontentamento
generalizado dos operários em todo país. “Essas greves e manifestações
são a resposta dos trabalhadores contra as péssimas condições de
trabalho a que estão submetidos”. Ele lembra ainda que no último dia 1º
de março houve uma grande solenidade no palácio do planalto. “Foi quando
Dilma anunciou o Acordo Nacional sobre as relações e condições de
trabalho no setor da Construção mas, na vida real, lá embaixo, nos
canteiros, nada mudou!” ressalta Atnágoras.
“Estamos juntos apoiando todos esses processos de luta. Só a
mobilização pode garantir o atendimento das reivindicações por melhores
salários e condições de trabalho e, nesse momento, temos de unificar
todas essas greves e exigir mais respeito por parte do governo, das
empreiteiras e da justiça”, finalizou.
Desde o início do ano, diversas paralisações e greves são
protagonizadas por trabalhadores das obras de Jirau (RO) da
Termoelétrica UTE – Pecém (CE), das obras do Comperj e Porto do
Açú (RJ), do estádio esportivo (PE) e operários da construção civil de
Fortaleza (CE).
Todo apoio às greves dos operários da Construção!
Por aumento geral e um piso salarial nacional para os operários das obras!
Unificar todos em uma só luta, uma só greve e arrancar a vitória!
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