Se a jornada de trabalho fosse reduzida, mais de 60% dos
trabalhadores dedicariam o tempo livre a outras atividades. Essa é uma
das constatações de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e
Aplicada (Ipea) sobre o trabalho e o tempo livre, divulgado nesta
quarta-feira.
Para 39,5% dos entrevistados, o tempo
dedicado ao trabalho compromete a qualidade de vida. Para esse grupo, o
trabalho provoca cansaço e estresse (13,8%); compromete as relações
amorosas e a atenção à família (9,8%); prejudica estudo, lazer e
práticas esportivas (7,2%) e afeta as relações de amizade (5,8%).
O Ipea entrevistou 3.796 pessoas que
moram em áreas urbanas das cinco regiões do país, todas com mais de 18
anos de idade e que exerciam alguma atividade remunerada na semana de
referência da pesquisa.
O estudo mostra que 63,8% dos
trabalhadores usariam o tempo livre com a redução da jornada para
atividades não ligadas ao trabalho, enquanto que 36,2% não sentiriam
diferença porque cumprem jornada de trabalho superior as 44 horas
semanais previstas na legislação.
O estudo mostra ainda que 45,4% dos
entrevistado têm dificuldade para se desligar totalmente do trabalho ao
fim da jornada diária. Argumentam que precisam ficar de prontidão para
fazer alguma atividade extraordinária (26,0%); planejar ou desenvolver
alguma atividade de trabalho usando a internet ou o telefone celular
(8%); ou que precisam aprender mais sobre o próprio trabalho (7,2%).
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