por Almir Cezar
A relação entre crise e ciclos econômicos e o desenvolvimento do capitalismo é uma tema palpitante, especialmente no período de uma crise. O artigo - escrito por mim, originalmente em 2007, e reescrito várias vezes entre 2008 e 2009, durante a redação da dissertação do meu mestrado em Economia - procura fazer um primeiro apanhado do meu entendimento sobre a questão, onde procuro desenvolver a solução do problema de maneira distinta do que a intelectualidade marxista sempre a vem tratando, em especial as naturezas objetiva vs. subjetiva e o caráter econômico vs. não-econômico do ciclo e da dinâmica econômica. E, pode-se ver também, rascunhos e primeiros apontamentos, presentes nas versões anteriores do artigo, aqui mesmo no blog em vários posts passados.
Uma observação preliminar importante, é que a redação da presente versão foi escrito antes de ler o artigo, que é um excelente acréscimo a bibliografia sobre o tema, de Eduardo Almeida, editado no livro-coletânea Capitalismo em Crise - A natureza e dinâmica da crise capitalista mundial, publicado pela editora José Luiz e Rosa Sundermann, e de outro artigo do mesmo autor, com o título "Está se abrindo uma nova onda recessiva", publicado na revista Marxismo Vivo. Embora o autor chegue a conclusões aproximadas as minhas, e trate até com maior profundidade a questão da polêmica e do tratamento diferente sobre ciclo entre Tróstki e Kondratiev, não trata as implicações fundamentais dessa controvérsia e os três seus desdobramentos obrigatórios: (i) a relação entre o ciclo e a crise e as determinações dessa dinâmica alternante, (ii) a relação entre dinâmica de longo prazo e o desenvolvimento econômico e (iii) que os capitalismos nacionais são partes de um sistema capitalista, totalizante e mundial.
Procuro ir além do debate Tróstki-Kondratiev, encontrando ainda na literatura marxiana a solução do dilema teórico das ligações entre ciclo e tendência, entre dinâmica e desenvolvimento econômico e entre esfera política e esfera econômica, que de fundo permeou o debate. Encontrando a solução no método de recortar a realidade sistêmica do capitalismo entre mecanismos de "regulação" e de "direção", isto é, entre a determinação pela lei do valor e a "primazia" da política, como ficará mais claro ao final do artigo. Que ao meu ver, permite ao estudioso marxista da conjuntura e/ou da trajetória de desenvolvimento superar o falso dilema "economicismo" versus "politicismo".
Procuro ir além do debate Tróstki-Kondratiev, encontrando ainda na literatura marxiana a solução do dilema teórico das ligações entre ciclo e tendência, entre dinâmica e desenvolvimento econômico e entre esfera política e esfera econômica, que de fundo permeou o debate. Encontrando a solução no método de recortar a realidade sistêmica do capitalismo entre mecanismos de "regulação" e de "direção", isto é, entre a determinação pela lei do valor e a "primazia" da política, como ficará mais claro ao final do artigo. Que ao meu ver, permite ao estudioso marxista da conjuntura e/ou da trajetória de desenvolvimento superar o falso dilema "economicismo" versus "politicismo".
Prezado Almir,
ResponderExcluirTema interessante de debate. Porém parece que o documento não é público, não pude acessar.
Realmente as perspectivas de médio prazo são típicas de um ciclo descendente - com o agravante esta década que supõe a passagem pelo pico de produção de petróleo total (o pico convencional já foi reconhecidamente assumido).
Mas, por outro lado, a revolta popular ainda não tomou caráter revolucionário de massas - mas é certo que nos movimentos nas ruas ampliam-se as consignas radicais.
Neste cenário, o Brasil parece andar na contramão da evolução mundial, calcado em sua reprimarização voltada à China. É isto mesmo ou estamos por um fio da navalha para também entrarmos em nova fase de regressão mais acentuada? O que acham?
O problema do documento está resolvido, agora a visualização e o compartilhamento é público.
ResponderExcluirLeiam e me enviem a crítica.