Ipea: juro pode cair sem elevar inflação
Monitor Mercantil, 17/05/2012
IPCA MENOR REAFIRMA QUE TAXAS TÊM DE CONTINUAR A CAIR PARA PADRÃO GLOBAL
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira indica que o Banco Central pode, sim, continuar a baixar os juros sem elevar a inflação em situações como a que o país enfrenta. A avaliação está no Comunicado 148 - Efeitos Assimétricos da Política Monetária sobre Inflação e Crescimento no Brasil: Diferenças conforme a Fase do Ciclo Econômico e a Direção e Magnitude de Choques nos Juros.
"Existe uma distorção na economia brasileira, que são as taxas de juros - uma das maiores do mundo. Mas, em algum momento, temos de baixar as taxas para níveis compatíveis com os de outros países. A fase atual deve ser aproveitada para baixar os juros, sem acelerar a inflação", destacou o coordenador de Economia Monetária e Câmbio do Ipea, Thiago Martinez.
De janeiro a abril, a taxa básica de juros (Selic) foi reduzida de 10,5% ao ano para 9% ao ano. E deve cair mais até na avaliação dos analistas do mercado financeiro, podendo chegar a 8,5% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) marcada para os dias 29 e 30.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,64% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas no acumulado no ano está em 1,87%, abaixo dos 3,23%, de igual período do ano passado.
Isso reforça a tese de Martinez sobre as reduções da Selic pelo BC. Para ele, foram mudanças que surpreenderam, inclusive, muitos analistas por não ter havido aceleração da inflação, o que é coerente com o estudo do instituto.
No entanto, o relatório Focus, do BC, indica continuar forte o lobby do mercado financeiro para conter a queda dos juros. Dentro dessa estratégica, projetam alta da inflação pelo IPCA, para 5,22% contra 5,12% previstos anteriormente.
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