Brasil não globalizou a Educação e a Saúde: país investe menos 30% na primeira e 46% na segunda do que a média global. Saúde
precária nos hospitais públicos: país teria de dobrar verbas para
chegar à media mundial em 10 anos
Brasil não globalizou a educação e a saúde
Monitor Mercantil, 15/05/2012
País investe menos 30% na primeira e 46% na segunda do que a média global
Apesar de terem crescido nos últimos
dez anos, os investimentos públicos nas áreas de saúde, infra-estrutura e
educação no país, ainda estão longe dos padrões internacionais, segundo
levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre
2010.
O estudo Brasil em Desenvolvimento:
Estado, Planejamento e Políticas Públicas destaca o papel que as áreas
sociais desempenharam, na primeira década dos anos 2000, para
sustentação e dinamização da economia.
Na educação, os investimentos
públicos representaram 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o
Plano Nacional de Educação, o padrão internacional, de 7%, só seria
alcançado em 2020. Há dez anos, a educação recebia apenas cerca de 3% do
PIB.
Na saúde, os investimentos somaram 3,77% do PIB. Em dez anos, houve crescimento de 1,27 ponto percentual.
"Seria necessário quase dobrar os
investimentos para alcançar o padrão internacional de 7%", destacou
Aristides Monteiro Neto, coordenador do estudo.
Os recursos para infra-estrutura de
transporte, por sua vez, foram aquinhoados com só 0,7% do PIB, contra
3,4% do padrão internacional. Há dez anos, o percentual era de 0,2%.
Os padrões têm como base os membros
da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
agrupa os países mais industrializados do mundo.
"Temos um caminho ainda de construção
de investimento na área social. O desafio é fazer isso sem comprometer
as exigências do investimento em infra-estrutura", disse o presidente do
Ipea, Marcio Pochmann.
Um dos caminhos apontados pelo estudo
é estimular investimentos pelo setor privado. Segundo o documento, o
setor público atuou fortemente no estímulo a atividade produtiva nos
últimos anos, mas a capacidade de investimentos já chega a um limite. O
trabalho, porém, não menciona que quase dois terços dos recursos
públicos são esterilizados no pagamento de juros.
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