Almir Cezar
Prossegue a crise nas economias da União Europeia (UE), mesmo nas grandes potências. A UE eleva projeção de crescimento para Alemanha, mas reduz a da França - depois de ter ficado estagnada no primeiro trimestre, a maior economia da Europa deverá crescer 0,7% neste ano. Contudo, também segue a percepção de que a Alemanha, a maior economia, vem sentindo menos os efeitos da crise. Um das hipóteses é esta economia está, de alguma forma, drenando os recursos das demais parceiras, até das poderosas, como a Itália, Grã-Bretanha, e até da França, a 2a. maior economia da UE, e 5a. do mundo.
Isso é o exemplo de que no desenvolvimento capitalista um dos mecanismos compensadores, é transferir as perdas, e/ou aumentar ganhos sobre as economias semiperiféricas do respectivo capital monopólico-imperialista, mesmo no interior do grupo de países que constituí o núcleo orgânico do sistema. Se o grande capital alemão faz isso até com a França, isso explica seu impacto prejudicial nas economias como a Grécia, Espanha e Portugal - e nos trabalhadores alemães, à medida que, nos últimos dez anos, a taxa de lucro e dividendos financeiros das empresas alemães cresceram 50%, enquanto a massa de salários caiu quase 10%. É a dependência e a superexploração do trabalho se desmascarando na crise, e provando que o "projeto europeu" não é de união e liberdade entre esses povos, mas de livre espaço ao grande capital.
UE eleva projeção de crescimento para Alemanha, mas reduz a da França
Depois de ter ficado estagnada no primeiro trimestre, a maior economia da Europa deverá crescer 0,7% neste ano
A Comissão Europeia revisou projeções de crescimento e
resultados fiscais dos países que integram o bloco, no chamado relatório
de primavera, divulgado nesta sexta-feira.
O organismo prevê que o crescimento econômico da Alemanha vai ganhar
impulso e se acelerar neste ano e no próximo, a menos que os preços do
petróleo prejudiquem a renda das famílias e impulsionem a inflação ou
que a crise da dívida na zona do euro se aprofunde.
Depois de ter ficado estagnada no primeiro trimestre, a maior
economia da Europa deverá expandir-se 0,7% neste ano, projeta a
comissão, graças ao consumo doméstico robusto puxado pelos aumentos
salariais.
O percentual é um pouco maior que o de 0,6% projetado em fevereiro, mas menor que o crescimento de 0,8% estimado em novembro.
No ano que vem, segundo a comissão, a taxa de crescimento da Alemanha deverá se acelerar para 1,7%.
A França, por sua vez, não deverá conseguir cumprir sua meta de
redução do déficit do governo para menos de 3% do PIB em 2013 se não
houver mudanças em suas políticas. "Sob o pressuposto de manutenção das
políticas, o resultado esperado seguirá significativamente acima da meta
oficial de 3%", disse a comissão.
O organismo projeta que o déficit francês vai diminuir de 5,2% em 2011 para 4,5% neste ano e 4,2% em 2013.
Para o PIB deste ano, a comissão reduziu sua projeção de crescimento
de 0,6%, no relatório de outono para 0,5% agora; para 2013, a estimativa
diminuiu de 1,4% para 1,3%.
Para o Reino Unido, a comissão espera um crescimento em 2012 liderado
pela aceleração do consumo. A projeção de aumento de 0,5% para o PIB
britânico em 2012, no entanto, é inferior à estimativa anterior, de
aumento de 0,6%.
Para o próximo ano, a comissão prevê aumento de 1,7%, mais que a alta
de 1,5% estimada antes. Já o déficit orçamentário deverá recuar para
6,7% do PIB neste ano e 6,5% no próximo.
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