Jornal Monitor Mercantil, 11/03/2009 - 21:03
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PARA PAGAR GASTANÇA FINANCEIRA, PAÍS INVESTIU MENOS 5% EM 2008 - Além de a economia brasileira ter sofrido a pior queda entre os Brics (bloco formado por Rússia, Índia e China, e o próprio Brasil) no último trimestre de 2008 (3,6% sobre o trimestre anterior), o investimento público caiu ano passado como proporção do PIB.
De acordo com o economista Rodrigo Ávila, ligado à Rede Jubileu Sul, o investimento executado pela União, em 2007, totalizou R$ 34,013 bilhões, passando a R$ 36,193 bilhões em 2008.
"Em termos absolutos, houve crescimento próximo de 6%, mas, descontado o IPCA, de 5,9%, houve estagnação. Como proporção do PIB, porém, seguramente o país investiu 5,1% menos em 2008 do que no ano anterior", afirma.
O especialista dá uma pista sobre quem se apropriou da "economia" com a redução do investimento público: até setembro de 2008, o prazo médio dos títulos emitidos pelo Tesouro era de 33 meses, a uma taxa de 14,91% ao ano:
"A partir de outubro, para tentar evitar a fuga de capitais, o prazo caiu para 22 meses e a taxa de juros subiu para 18,56%."
Ávila destaca que, enquanto o pagamento de juros tem execução orçamentária próxima de 100%, programas como o PAC andam em ritmo bem mais lento.
"Segundo o próprio governo, das 221 ações de infra-estrutura social e urbana monitoradas pelo PAC, 5% estão em situação preocupante. Em 64%, o ritmo de execução é considerado adequado, 30% merecem atenção e 1% está concluída", contabiliza, ressalvando que, desse cálculo estão excluídas as obras de habitação e saneamento.
"O inexpressivo crescimento de 0,5% no consumo do governo no último trimestre de 2008, sobre o trimestre anterior, demonstra o quanto estávamos despreparados para enfrentar a crise", resume Ávila.
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