por Almir Cezar Filho
O Brasil embora tenha um enorme potencial de transportes fluvial, aproveita-o muito pouco. Esse potencial se aproveitado poderia livrar o país da dependência do transporte rodoviário e ajudaria no desenvolvimento de novas regiões, no combate a crise econômica, com a redução dos custos das mercadorias transportadas e acesso a novos mercados.
O país tem um enorme potencial hídrico não-aproveitado. A atual movimentação de carga por nossos rios e mares poderia ser oito vezes maior do que é hoje. Como exemplo, há a Hidrovia Tietê-Paraná – crucial para o Porto de Santos, o principal porto do Brasil e o maior da América Latina. Com cerca de 2,4 mil quilômetros de extensão, a Hidrovia Tietê-Paraná cruza áreas onde estão concentrados 77% da produção nacional de açúcar e álcool e 37% da de soja.
Os dados são contraditórios à realidade brasileira. Há a perspectiva de investimentos privados da ordem de US$ 1 bilhão para a viabilização de algumas dessas hidrovias como a Tietê-Paraná. Entretanto, a cifra na realidade, não é um valor muito alto se comparado com os US$ 4 bilhões que o estado está gastando apenas na duplicação de alguns trechos da BR–116.
O aproveitamento desse potencial traria maiores benefícios econômicos aos produtores brasileiros na atual crise financeira – uma barcaça típica equivale a 15 vagões de trem e 56 caminhões, além do custo de frete ser 2,6 vezes mais barato que o transporte ferroviário e quase 4 vezes mais que o rodoviário.
O transporte hidroviário ajudaria em muito as atividades econômicas mais afetadas pela crise. Devido à crise, as chamadas "commodities" sofreram uma queda brusca de preços no mercado externo. Reduzir os custos no transporte e na distribuição das mercadorias aumentaria a competitividade dos produtos agrícolas brasileiros.
Outro ponto forte é o desenvolvimento de outras regiões do país e uma maior integração nacional e mesmo internacional. Além disso, soluções intermodais para o transporte poderiam viabilizar um acesso mais barato ao Porto de Santos, como a outros portos vista que este anda sobrecarregado, e uma maior integração com diferentes países da América do Sul e, eventualmente, até uma saída alternativa para o Pacífico através do Equador e Peru, facilitando acesso a novos mercados, alternativos aos EUA, UE e Japão, extremamente mergulhados na crise.
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