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Jornal Monitor Mercantil, 12/03/2009 - 21:03
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, disse que sua "expectativa não é de recessão para este ano". Pochmann não quis adiantar, porém, uma projeção para o produto interno bruto (PIB), mas disse que não esperar que este primeiro trimestre traga uma taxa negativa. Por isso, disse que seria "difícil" haver uma recessão técnica, caracterizada por duas queda em dois trimestres seguidos.
No entanto, o economista Marcos Coimbra, integrante do Centro Brasileiros de Estudos Estratégicos (Cebres), enfatiza que dificilmente o país escapará da recessão sem abandonar antigos dogmas neoliberais, como o superávit primário e a "maior taxa de juro real do mundo".
Para Pochmann, fatores que não se repetiriam no primeiro trimestre deste ano influíram para a queda do PIB no quarto trimestre do ano passado, na avaliação de Pochmann. Seria o caso de um ajuste de estoques que considera já realizado, remessas de recursos de subsidiárias brasileiras de empresas transnacionais para as matrizes em outros países e efeitos das altas da taxa de juros decididas no primeiro semestre.
Pochmann reconheceu haver uma defasagem de quatro a sete meses entre a decisão de aumentar os juros e seu efeito sobre a atividade econômica: "A (alta) da taxa de juros se manifestou mais no quarto trimestre do ano passado, mas já ocorreu. Não ocorrerá mais neste trimestre", argumentou.
Coimbra avalia que o país "perdeu um tempo precioso" por ter demorado a começar com a queda da taxa básica (Selic): "É uma discussão estéril ficar especulando se haverá recessão ou não. O fato é que as conseqüências dessa política econômica serão danosas e a pior delas é o desemprego, pois não temos uma rede de proteção social", resumiu.
Pochmann esteve no Rio para apresentar o Sensor Econômico, indicador do Ipea que avalia a expectativa socioeconômica do setor produtivo do país. A pesquisa revelou que houve queda na confiança dos trabalhadores em relação aos próximos 12 meses. O empresariado, por sua vez, espera câmbio estável, menos inflação e queda de até 3 pontos percentuais na taxa de juros.
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