À beira do abismo, Grécia dá um passo à frente
Monitor Mercantil, 29/06/2011
Pesquisas indicam que entre 70% e 80% da população são contra o pacote do governo. Os sindicatos informam que, com as demissões no setor público, a taxa de desemprego já ultrapassou os 16%.
Mesmo assim, o Parlamento grego aprovou o pacote de medidas de arrocho fiscal proposto pelo governo, uma contrapartida exigida pelo FMI e pela União Européia (UE) para liberar a última parcela (12 bilhões de euros) de um empréstimo de 110 bilhões de euros ao país. Entre as medidas estão cortes orçamentários, aumento de impostos e privatizações.
Segundo a economista Leda Paulani, da Universidade de São Paulo (USP), a aprovação do novo pacote vai aprofundar a instabilidade da crise grega. Ela observa ainda que a base do sistema mundial financeirizado é justamente a instabilidade, que deve aumentar com as medidas de restrição à economia.
"Há uma base cada vez mais sólida de interesses materiais que sustenta esse modelo, baseado na instabilidade, pois, quando a crise aperta, todos correm para o dólar, favorecendo interesses rentistas, mesmo que a crise tenha origem no Estados Unido", analisa a economista, acrescentando que "daqui por diante, veremos um aumento permanente de tensões na Grécia".
Numa tentativa de intimidar o Parlamento, o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, afirmou antes da votação que, se o governo fosse derrotado, os cofres do país ficariam vazios "em uma questão de dias" e a moratória seria inevitável.
Segundo a Agência Brasil, as autoridades européias finalizam os detalhes de mais um pacote, agora, estimado em 120 bilhões de euros, que visa a permitir à Grécia pagar suas dívidas até o fim de 2014 com os bancos europeus.
Dois artigos são do periódico Correio Internacional, publicado pela Liga Internacional dos Trabalhadores sobre a crise na Itália e Grécia.
Grécia: O parlamento de um um lado e os trabalhadores e o povo de outro |
Itália: A receita patronal para sair da crise: sacrifícios somente para os trabalhadores Tempos duros para os trabalhadores, sejam italianos ou de um modo geral europeus. As garantias de quem procura convencê-los de que o pior já passou e de que o sistema econômico mundial caminha para uma recuperação sólida não tiveram muito ...Leia mais |
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