A saída de Palocci foi usada para a grande mídia para encobrir a volta do aumento da taxa de juros básica. Em reunião encerrada nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) voltou a subir a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira em 0,25 ponto percentual, passando de 12% para 12,25% ao ano. Com isso, os juros permanecem no patamar mais alto desde janeiro de 2009. Esse é o quarto aumento seguido da taxa de juros, que vem subindo desde o início do ano, com a finalidade de conter pressões inflacionárias.
“Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o ambiente internacional, o comitê entende que a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012”, argumentou a autoridade monetária, em nota.
BC volta a reajustar valor do "Bolsa Juros"
Monitor Mercantil, 08/06/2011
Munhoz: ‘Selic é correção monetária para rentistas’
NEM INFLAÇÃO EM QUEDA IMPEDE COPOM DE AUMENTAR SELIC PELA 4ª VEZ NO ANO
Ignorando a contínua queda da inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) aumentou, por unanimidade, em 0,25 ponto a taxa básica de juros (Selic). Foi a quarta alta consecutiva, levando a Selic para 12,25% ao ano. No início do governo, a taxa estava em 10,75% ao ano.
O economista Dércio Garcia Munhoz, da Universidade de Brasília (UnB), lamenta que o BC "não esteja resistindo à pressão" e tenha desistido de abandonar a linha do ex-presidente Henrique Meirelles, baseada apenas na alta dos juros para enfrentar a inflação.
"Mais grave é que em junho, julho e agosto do ano passado a inflação estava perto de zero, o que vai gerar uma aparência de retomada dos preços. Pode ser a senha para novos aumentos", alertou.
O economista da UnB afirmou que a Selic "não passa de correção monetária para rentistas", pois, observa Munhoz, juros altos alimentam a inflação. "Os empresários repassam para o preço esse aumento de custos, mecanismo duplamente perverso. Primeiro por punir o consumidor. Depois porque gera recessão e, por conseqüência, derruba o salário e a oferta de empregos", enumera.
Munhoz, que já presidiu o Conselho Federal de Economia (Cofecon), lembrou que a indústria ainda não voltou ao nível de produção de setembro de 2008. E, portanto, não há pressão de demanda sobre os preços:
"O consumidor acaba pagando pelo aumento de juros nos empréstimos à pessoa física e à pessoa jurídica. É uma brutal transferência de renda em favor de bancos e rentistas", diz, lembrando o impacto dos juros também nas contas públicas, já que elevam a dívida interna.
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