Caso Cesare Battisti
Síndrome de Estocolmo
Marcos Oliveira e Sergio Souto,05/01/2011
Ao tentar fabricar a primeira "crise internacional" da presidente Dilma, já na primeira semana do novo governo, superdimensionando a histeria da extrema direita italiana contra a decisão do presidente Lula de não extraditar Cesare Battisti, as Organizações Globo sublimam a campanha de que foram vítima na Itália, por parte do grande democrata Silvio Berlusconi. Recorrendo a métodos de intimidação de corte claramente mafiosos, o clã Berlusconi, que controla a mídia na Itália, como a Globo, à época, o fazia no Brasil, não sossegou enquanto os Marinhos não passaram nos cobres a Tele Monte Carlo. Lá como cá, a lição restante é que liberdade de imprensa funciona muito melhor quando a empresa é amiga do Rei.
Longa lista
Marcos Oliveira e Sergio Souto, 10/01/2011
"Contrariamente ao que se tem escrito e dito, nós acreditamos que a decisão de competência do presidente brasileiro não é resultado de um juízo superficial e apressado sobre nosso país, mas de uma avaliação aprofundada e pertinente da situação política e judiciária italiana. O Brasil é o último de uma longa lista de países, após Grécia, Suíça, França, Grã Bretanha, Canadá, Argentina, Nicarágua, que se recusaram a colaborar com a Justiça italiana. Será um acaso?" A pergunta consta de manifesto dos professores italianos Saverio Ansaldi (Università di Montpellier III), Carlo Arcuri (Università di Amiens), Giorgio Passerone e Luca Salza (ambos da Università di Lille III), em que apóiam a decisão do ex-presidente Lula de negar a extradição de Cesare Battisti para a Itália.
Coerência
Já a campanha encampada pela imprensa tupiniquim pela extradição de Battisti para a Itália chama a atenção por dois aspectos emblemáticos. Primeiro, seus defensores não mostraram a mesma ira quando a Itália recusou-se a extraditar Salvatore Cacciola para o Brasil (ou ao menos encarcerá-lo) - aliás, na virada do ano, pelo menos um "jornalão" até fez editorial considerando demagógica a decisão de não conceder indulto natalino ao ex-banqueiro. E segundo, tão significativo quanto, grande parte dos defensores da "democracia italiana" eram adoradores da ditabranda brasileira.
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