sábado, 15 de janeiro de 2011

Ajuste fiscal a serviço do setor financeiro

Todo ajuste fiscal é posto a serviço dos interesses do setor financeiro, mesmo quando acontece na Europa.

UE põe ajuste fiscal a serviço dos interesses do setor financeiro
Monitor Mercantil,12/01/2011

"Nada representa mais os mega interesses corporativos e financeiros do que a União Européia (UE). Quando Bruxelas orienta pelo ajuste fiscal, não é qualquer ajuste fiscal, mas aquele que protege determinados interesses e determina, em geral, cortes nos gastos sociais."

A avaliação é do economista Adhemar Mineiro, da Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip), ao comentar a pressão da UE sobre os países periféricos na tentativa de preservar o euro:

"Nem os Estados Unidos nem o Japão têm sido tão conservadores. Todos vêm adotando medidas regulatórias, que, mesmo sendo tímidas, repartem o ajuste com o mundo financeiro, mas na Europa não."

Mineiro identifica contradição fundamental no bloco: "A UE é uma união política e comercial e caminha para uma união financeira, embora países importantes, como Inglaterra, Suécia e a Hungria, ainda mantenham suas moedas. Mas não é uma união fiscal. O Orçamento não é discutido em nível regional."

O governo húngaro impôs taxas extras ao setor financeiro, limitou os poderes da Corte Constitucional sobre assuntos fiscais, para que as empresas afetadas não possam apelar das decisões, e nacionalizou os fundos de pensão privados para gerar receitas orçamentárias suplementares. "O aperto fiscal à custa dos gastos sociais e aposentadorias, que mantém Portugal em recessão, é exigido pela Comissão Européia. Mas iniciativas como a da Hungria, que procura equacionar as contas públicas cobrando mais impostos de bancos, é rechaçado."

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