quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Até ONU alerta que crescimento do PIB não reduz desigualdades sociais

A dependência econômica e a desigualdade social se mantêm apesar do crescimento do PIB

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SÓ CRESCIMENTO NÃO GARANTE MELHORIAS À POPULAÇÃO

Monitor Mercantil online, 09/08/2010

Muito além do PIB

ONU alerta para necessidade de também haver redução das desigualdades sociais


O crescimento do produto interno bruto (PIB) não é garantia de melhoria das condições de vida das populações dos países. A advertência é de Flávio Comin, economista-sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud/ONU), para quem o PIB não é o indicador ideal para medir o desenvolvimento humano.

Eles fez as afirmações ao comenta a previsão do banco Goldman Sachs, de que, nos próximos dez anos, o Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), puxado pelo que o banco classifica de "nova classe média" terá um PIB total de US$ 37 trilhões. E, até 2050, todos países que compõem o grupo estariam entre as cinco maiores economias do mundo, ao lado dos Estados Unidos.

"O desafio é transferir esse ganho no poder de consumo para itens como Educação e Saúde. Essa é uma questão pendente no atual modelo de desenvolvimento no Bric", disse Comin, lembrando que a desigualdade tem aumentado em países como Índia e China.

Já o Goldman Sachs projeta que, nos próximos 20 anos, a China assumirá o posto de maior economia global, porém com o 49º maior PIB per capita do mundo. O Brasil, por sua vez, seria a quinta maior economia do mundo em 2030, mas com o modesto 47º PIB per capita

Comin, que é coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil (RDH), disse ao MM que a próxima edição do relatório, cujo texto final ficará pronto em novembro, contemplará um novo indicador: o Índice de Valores Humanos (IVH), extraído de consultas junto a 500 mil cidadãos e de debates em diversas universidades.

Nas entrevistas, a população manifestou preocupação com a qualidade da Educação e das políticas públicas de inclusão: "Não se constrói indicadores de desenvolvimento humano de cima para baixo", frisou.

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