Altas nos lucros das empresas não significa impedimentos a demissão de seus empregados. Especialmente no caso dos bancos, que dispensa o dobro dos empregados que contrata e com salário 38% menor. Objetivo é aumentar a exploração do trabalho de seus empregados e ampliar ainda mais o lucro.
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Bancos lucram mais e... demitem mais
Setor dispensa o dobro dos empregados que contrata e com salário 38% menor
Monitor Mercantil online, 20/08/2010
Segundo o Dieese, no primeiro semestre de 2010 foram criados 9.048 postos de trabalho nas agências bancárias do Brasil. Mas, apesar dos sucessivos lucros recordes dos bancos, 18.261 trabalhadores foram despedidos no mesmo período. Além disso, os salários dos novos contratados são 38% menores. Eles ganham cerca de R$ 2,2 mil, enquanto os trabalhadores demitidos ganhavam, em média, R$ 3,5 mil.
Na outra ponta, os cinco maiores bancos no Brasil lucraram R$ 21 bilhões no primeiro semestre, o maior ganho entre todos ramos da economia.
"No Brasil, não há nenhum constrangimento legal a demissões individuais ou coletivas. Regras gerais poderiam ser adotadas em forma de lei. Em outros países há restrições, seja para demissões individuais seja coletivas", analisa o economista Paulo Jager.
O economista lembra que o governo de Itamar Franco ratificou a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que regula as demissões imotivadas, mas Fernando Henrique Cardoso, seu sucessor, perdeu o prazo exigido para confirmar o compromisso.
Segundo Jager, a rotatividade da mão-de-obra no Brasil é uma das maiores do mundo: "Não existe limite de rentabilidade para o capital. Se não há restrição, ele vai e demite. Mesmo com lucro alto, empresas fazem isso para aumentar ainda mais o retorno do capital, mesmo não estando em crise."
Jager, no entanto, afirma que os bancos não são os líderes tradicionais da rotatividade de mão-de-obra no Brasil.
"O caso da Embraer é paradigmático. Em 2009, 20% dos funcionários da ex-estatal foram demitidos", lembra.
Os setores ligados ao comércio, como os supermercados, costumam liderar as trocas de funcionários para rebaixar salários e aumentar os lucros.
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