Dívida externa do país ultrapassa US$ 300 bilhões
Monitor Mercantil online, 29/07/2010
Endividamento privado, omitido pelo BC, indica que Brasil não é mais credor
Se forem incluídos os empréstimos intercompanhias, a dívida externa brasileira já chega a US$ 305 bilhões, o que, segundo o economista Rodrigo Ávila, ligado à Auditoria Cidadã da Dívida, significa que o Brasil não é mais credor líquido externo, como diz o governo.
A quantia, segundo Ávila, também marca a superação inédita do patamar dos US$ 300 bilhões.
"Os números do BC omitem os chamados "empréstimos intercompanhias", a dívida externa contraída por filiais de multinacionais junto a suas matrizes no exterior. Essa dívida atingiu nada menos que US$ 80 bilhões, fazendo com que a dívida externa brasileira superasse, pela primeira vez na história, a marca dos US$ 300 bilhões", critica Ávila, lembrando que este valor ultrapassa o nível das reservas internacionais, atualmente em US$ 253 bilhões.
No primeiro semestre de 2010, o endividamento brasileiro com o exterior, que vinha tendo relativa estabilidade nos últimos três anos, já subiu 13,6%. Segundo o Banco Central (BC), a dívida externa subiu para US$ 225,17 bilhões em junho, devido ao crescimento da dívida externa privada. É o maior valor desde o ano 2000, quando a dívida do país com os credores internacionais foi de US$ 236,16 bilhões.
A alta na dívida externa privada reflete a elevada taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazos, que no primeiro semestre ficou em 222%. Somente neste ano, os créditos mais longos cresceram US$ 15,8 bilhões e os empréstimos de curto prazo, US$ 11,2 bilhões. No total, o estoque de dívida de médio e longo prazos em junho ficou em US$ 183 bilhões e da de curto prazo, em US$ 42,17 bilhões.
"As altas taxas de juros brasileiras e a conseqüente tendência à valorização do real estimulam que as empresas tomem empréstimos no exterior", resume Ávila.
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