Fanatismo fiscal acelera crise
Monitor Mercantil, 30/04/2010
O desemprego na Espanha chegou ao número recorde de 4,612 milhões de trabalhadores no primeiro trimestre do ano, o que corresponde a 20% da população economicamente ativa (PEA). Os dados refletem aumento de 1,2 ponto percentual na taxa de desemprego em relação ao trimestre anterior.
No fim de março, o número de ocupados era de 18,394 milhões de pessoas, o menor patamar desde o quarto trimestre de 2004.
No entanto, mesmo com o desemprego em disparada, o governo espanhol aprovou um plano de "racionalização do setor público", que consiste na privatização de 29 empresas públicas (de um total de 106) e na supressão de 32 altos cargos ministeriais
"A Europa vai entrar na insanidade nesta crise. Os programas de restrição monetária e fiscal acabarão levando o continente à explosão social", alerta o economista José Carlos de Assis, para quem a solução do drama europeu está acima da institucionalidade vigente no Velho Mundo.
"A onda começará pelos países endividados, mas depois se espalhará. Viveremos um período que vai lembrar a era das revoluções, no século XIX", disse o economista, integrante do Conselho Editorial do MM, para quem a Europa construiu um "esquema de governança baseado em princípios neoliberais e não têm como escapar disso".
Já Reinaldo Gonçalves, professor de Economia Internacional da UFRJ, destaca os países "bola da vez", depois de Grécia e Espanha: o Chipre, com déficit em transações correntes superior a 11% do PIB; Portugal, com 9%, e Irlanda, que terminará 2010 com déficit público nominal superior a 12% do PIB, segundo projeções do FMI. "Grécia e Irlanda, respectivamente, devem encerrar este ano com desemprego de 12% e 13,5%", conclui Gonçalves.
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