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BOLETIM MENSAL - Nº23 - JULHO DE 2013
1. LIVROS
A ARTE NO MUNDO DOS HOMENS, de Celso Frederico
Marx e Engels não produziram um pensamento estético sistemático, mas estabeleceram as bases – e ofereceram material para – para a elaboração de uma estética a partir do materialismo histórico. Esta foi uma das principais tarefas que Lukács se colocou ao longo de toda sua vida. Celso Frederico, no livro A arte no mundo dos homens, analisa as tensões, contradições e possibilidades da empreitada lukácsiana no sentido de se pensar uma teoria estética.
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A POLÍTICA EM GYÖRGY LUKÁCS, de Ranieri Carli
A política em György Lukács é uma análise da obra da maturidade do filósofo húngaro, especialmente no que diz respeito à política. Aqui, indaga-se acerca da
peculiaridade da esfera política, definível em face das outras atividades do ser social. Faz-se uso do método exposto por Lukács na Ontologia do ser social para investigar a gênese da prática política. Grosso modo, a discussão gira em torno da universalidade concedida por Lukács a esta esfera de comportamento humano, encontrando-a na totalidade extensiva da história do ser social. Para tal, neste livro vem as linhas uma polêmica entre as ideias defendidas por Lukács em confronto com as de outros filósofos, no que concerne às categorias que perfazem a dialética interna da política.
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A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL, de João Pedro Stédile (org.)
A coleção A questão agrária no Brasil está completa. A editora Expressão Popular lançou os volumes 6, 7 e 8, todos sob a coordenação de João Pedro Stédile. O sexto volume traz o debate sobre a questão agrária na década de 1990. Os artigos selecionados procuram analisar a natureza do desenvolvimento capitalista no campo brasileiro, a partir de diversas interpretações formuladas nesse período, e vincular o debate científico, acadêmico, sobre o assunto com a luta de classes do dia a dia, levada a cabo pelos movimentos sociais. O sétimo volume aborda o debate que passa a ocorrer a partir dos anos 2000, num contexto marcado pela derrota do programa democrático-popular de reforma agrária junto ao governo Lula, já no início de seu primeiro mandato, e a consolidação do modelo neoliberal de agricultura denominado agronegócio, que já vinha ganhando força desde os anos 1990. Por fim, o oitavo reúne textos e ensaios sobre as perspectivas da reforma agrária na década de 2000, recolocando o debate sobre sua natureza a partir da nova realidade agrária hegemonizada pelo agronegócio.
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ARQUEOMARXISMO, de Alvaro Bianchi
Esta obra é dedicada ao pensamento socialista. O neologismo “arqueomarxista” usa o prefixo “arqueo” para designar o início do marxismo. Por isso, os autores aqui analisados – Lenin, Trotsky, Gramsci, Lukács e Benjamin – representam o principio de uma tradição. O que Álvaro Bianchi nos traz neste ensaio é essa combinação de autores em torno do fundamento do marxismo, isto é, da autoemancipação dos trabalhadores. Assim, o autor faz um diálogo com Perry Anderson, criador da distinção entre marxismo “clássico” e marxismo “ocidental”. A definição de marxismo “ocidental” seria, de certo modo, oposta àquela dos primeiros marxistas, Lenin e Trotsky. Para o historiador inglês, Lukács, Gramsci e Benjamin seriam os heróis fundadores de uma tradição “pessimista” e “esotérica”, enredada nas tramas da “cultura ocidental”.
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GRAMSCI: A OUTRA POLÍTICA, de Lucio Oliver (coord.)
Em 2012, um coletivo de pesquisadores da UNAM, coordenado por Lucio Oliver, organizou um seminário intitulado Decifrando e debatendo os 29 Cadernos do cárcere de Antonio Gramsci. Realizou-se um trabalho de leituras dos Cadernos do cárcere, associado a intercâmbios com renomados estudiosos mexicanos e de outros paises e leituras histórico-políticas. Depois da pesquisa, o coletivo pôs-se a tarefa de organizar os resultados na forma de livro. Nasce daí a obra
Gramsci: a outra política, que busca reconstruir os estudos do revolucionário comunista a partir de um eixo central das suas preocupações. Para os autores do livro, este eixo central encontra-se na teorização das relações de força, o Estado e a política, sempre a partir da filosofia da práxis, isto é, do marxismo.
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OS MARXISTAS E A ARTE, de Leandro Konder
Uma das primeiras publicações de Leandro Konder, Os marxistas e a arte, lançado originalmente em 1967 pela editora Civilização Brasileira, foi relançado pela Expressão Popular. O livro inicia-se com a constatação de que nem Marx e nem Engels escreveram uma teoria estética, mas deixaram comentários esparsos
importantes sobre o tema. Ao contrário do que pensam alguns, esses comentários não são “enfeites” para adornar os textos e nem digressões eruditas, mas, parte integrante do pensamento de Marx e Engels. Há sim, um pensamento estético cuja compreensão, entretanto, exige o conhecimento prévio da teoria geral marxiana e, em especial, das relações com o legado hegeliano. Cada autor apresentado mereceu um esclarecedor capítulo em que suas contribuições eram realçadas e seus erros criticados, tendo como referência última o pensamento de Lukács.
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RIQUEZA E MISÉRIA DO TRABALHO NO BRASIL, VOL.II, de Ricardo Antunes (coord.)
Este segundo volume de Riqueza e miséria do trabalho no Brasil apresenta um panorama amplo e multifacetado da nova morfologia do trabalho, analisando as
distintas terceirizações, as múltiplas precarizações e os vários modos de ser da informalidade que despontam no país, acentuados a partir dos anos 1990,
quando se redesenhou a divisão internacional do trabalho. O livro traz estudos aprofundados de vários ramos ou setores econômicos, como petroquímico,
metalúrgico, aeronáutico, hoteleiro, educacional e fumageiro, que, em conjunto, permitem uma melhor compreensão da organização do trabalho no Brasil. Também são apresentadas análises sobre as tendências presentes no capitalismo dos países centrais, que dialogam com o caso brasileiro e servem de contexto para entender os impasses e estratégias das organizações de trabalhadores, como os sindicatos e as ocupações de fábricas.
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TEMPOS FRATURADOS, de Eric Hobsbawm
Os 22 textos reunidos em Tempos fraturados, escritos pelo historiador Eric Hobsbawm, são reflexões abrangentes sobre arte e política. Em ensaios inéditos,
resenhas sobre livros de ciência e economia ou conferências em festivais literários, o autor acompanha o florescimento da belle époque, as vertentes do
capitalismo moderno na Europa e nos Estados Unidos, a consolidação da sociedade de consumo.
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2. REVISTAS
NOVOS TEMAS n.8
A revista Novos Temas, do Instituto Caio Prado Jr., chega a seu oitavo número com algumas atualizações em seu formato editorial. Esta edição é aberta com uma entrevista do filósofo húngaro István Mészáros. Na seção Fundamentos, publica-se um pequeno artigo de Karl Marx escrito em 1872 sobre a nacionalização da terra, precedido de apresentação de Ricardo Costa. Na seção Artigos, Mauro Iasi faz um balanço da greve dos professores do ensino público federal de 2012, Angélica Lovatto apresenta a experiência dos Cadernos do Povo Brasileiro e Golbery Lessa entra no debate sobre a concepção da política em Marx. A seção História Imediata traz um dossiê sobre a questão agrária, com artigos de Plínio de Arruda Sampaio Jr. e Sérgio Sauer, precedidos pelo escrito O programa agrário da social-democracia russa, de Vladimir Lenin. Finalizando a edição, a seção Ideias em Movimento, com resenhas dos livros de Jorge Figueiredo (A crise do euro e a crise sistêmica global) e David Maciel (De Sarney a Collor: reformas políticas, democratização e crise 1985-1990).
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