Monitor Mercantil, 19/07/2013
Analistas criticam elevação de juro para 8,5% alta de preços recente
Especialistas da Auditoria Cidadã da Dívida Pública consideram a redução das tarifas de serviços concedidos e controlados pelo governo, avançar com a reforma agrária e fortalecer a agricultura familiar como a melhor forma de combater a inflação anual de 6,7% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e não a elevação da Taxa Selic para 8,5%.
Em análise divulgada no portal eletrônico da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, os seus técnicos ressaltam que a observando-se dos dados do IPCA e “ponderando-se cada item ao seu respectivo peso na cesta de consumo, verifica-se que 57% da inflação ocorrida nos últimos 12 meses decorre do aumento dos preços de alimentos e dos preços administrados pelos próprios governos”. O peso estaria na soma dos itens como alimentos, taxa de água e esgoto, combustíveis, energia elétrica, transporte público, plano de saúde, cursos regulares e telefonia.”
A informação do portal assinala que a decisão adotada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu a Taxa Selic de 8% para 8,5% ao ano, “o que aumenta os ganhos dos rentistas da dívida pública, às custas do povo”. A constatação apresentada pela Auditoria Cidadã da Dívida Pública constante justificativa propalada pelo governo e pela grande imprensa para este tipo de medida é o suposto combate à inflação, que chegou a 6,7% nos últimos 12 meses (IPCA).
No portal eletrônico os analistas criticam a visão de que “o problema seria que as pessoas estariam consumindo demais, e que por isso seria necessário aumentar os juros para que se reduza o crédito, para que as pessoas e empresas reduzam seus gastos e investimentos.
Ao contrário, segundo a auditoria “não é com altas nos juros que se combate este tipo de inflação de alimentos, causada por problemas climáticos e pela ação de especuladores na bolsas de valores, que compram papéis vinculados a produtos agrícolas para lucrar com a sua valorização”.
Para atacar verdadeiramente este tipo de inflação, é necessário fazer a reforma agrária e fortalecer a agricultura familiar, que ocupa a menor parte das terras, mas que produz a maior parte dos alimentos para consumo interno. E, claro, reduzir os preços das tarifas públicas, principalmente o preço das passagens de ônibus, que tem motivado as grandes manifestações recentes no país.
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