No mês junho o Jornal dos Economistas, periódico de responsabilidade do Conselho Regional dos Economistas do Rio de Janeiro lançou edição com um bloco temático especial sobre "jornalismo econômico e mídia", com artigos de Paulo Henrique Amorim, Andre Modenesi, Gisa Rodrigues, Nilton Viana e Pedro Silva Barros e entrevista com Vito Giannotti, que versam sobre a qualidade do jornalismo econômico e a estrutura do setor de mídia.
Na abertura do bloco temático, um ácido artigo de Paulo Henrique Amorim desnuda a baixa qualidade do jornalismo de economia praticado no Brasil pela grande imprensa, numa visão de quem já foi comentarista de economia da TV Globo e outros veículos.
Vito Giannotti, um especialista em comunicação alternativa com mais de 25 livros publicados, é o entrevistado da edição. Ele afirma que o jornalismo econômico cumpre um papel na criação do pensamento único neoliberal e que a mídia no Brasil é extremamente concentrada nas mãos de poucas famílias pertencentes à classe dominante.
Na sequência, artigo de Andre Modenesi, professor do IE/UFRJ, aponta que a relação entre os juros e a inflação, apresentada pelos meios de comunicação como uma lei incontestável da Economia, se dá por intermédio de uma longa cadeia de eventos que a torna muito precária.
No artigo seguinte, a economista Gisa Rodrigues faz um ensaio sobre a mídia dominante, no qual afirma que não há liberdade de imprensa, uma vez que tudo o que é veiculado passa pelo crivo de editores, subordinados aos desígnios dos patrocinadores.
O artigo de Nilton Viana, editor-chefe do jornal Brasil de Fato, faz uma análise do setor de mídia no Brasil e detalha um projeto de lei de iniciativa popular que determina o fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação – assim como em todos os principais países democráticos, inclusive os EUA – e das outorgas para políticos e igrejas.
Fechando o bloco temático, o economista Pedro Silva Barros, titular da Missão na Venezuela do Ipea, faz um histórico do setor de mídia no país. Ao contrário do trombeteado pela mídia brasileira, o autor aponta que há ampla liberdade de imprensa no país e que o governo venezuelano promoveu, dentro da legalidade, um processo de desconcentração dos meios de comunicação.
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