Desemprego cai mas ainda é maior do que antes do Plano Real
Monitor Mercantil, 20/12/2010
Ao comemorar os últimos números do IBGE, que mostram a taxa de desemprego aberto no Brasil em 5,7%, a menor dos últimos oito anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a afirmar que os dados mostrariam que o país está "em padrão de pleno emprego".
Para o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, a hipótese é absurda. Ávila observa que a taxa nacional de desemprego anunciada pelo IBGE em novembro representa apenas cerca da metade da apontada pelo Dieese em outubro (10,8%). E ainda se encontra acima da observada há 16 anos atrás, em 1994, antes de o Plano Real completar um ano.
"Outra variável importante a ser considerada é a renda média do trabalho, que, em 2009, ainda se encontrava abaixo da renda observada em 1995", destaca o economista.
Além disso, argumenta que recente relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) demonstra que a tendência de queda do desemprego a partir da década de 2000 ocorre em toda a América Latina.
"Após as crises financeiras dos anos 90 terem mostrado a falência do neoliberalismo, o capitalismo global tratou de rever a sua estratégia. Além de salvar bancos, políticas compensatórias focalizadas nos mais pobres foram estimuladas, como o Bolsa Família, para tentar legitimar o sistema neoliberal, dentro do que se convencionou chamar de Novo Consenso de Washington."
Nesta nova situação, Ávila diz que os rentistas internacionais continuam ganhando, pois agora aplicam seus dólares em títulos da "dívida interna" nos países do Sul, que pagam juros bem maiores, e cujas moedas estão se valorizando frente ao dólar.
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