por Almir Cezar Filho
A GM maior empresa do mundo, outrora símbolo do capitalismo estadunidense e mundial, pedirá concordata hoje e será dividida em duas, sendo uma delas estatizada e a outra vendida em pedaços. Mas para isso os credores (bancos e grandes empresas) aceitaram converter suas dívidas em ações, mas o maior prejuízo não será deles. Os contribuintes e trabalhadores da GM ficarão com os prejuízos do "resgate" da empresa. Tudo com o aval dos sindicatos e governos.
Ontem (31 de maio) foi anunciado que segunda-feira (hoje) o presidente da montadora General Motor, Fritz Henderson, dará uma entrevista coletiva em Nova York. Nela, deverá anunciar a concordata da GM e protocolar um pedido no Tribunal de Falências de Nova York hoje, às 9 horas (de Brasília), e nomear Al Koch, 67 anos, como o executivo que conduzirá o processo de reestruturação da companhia, afirmou o Wall Street Journal, citando fontes familiarizadas com a questão.
Koch, um dos diretores da consultoria AlixPartners e especialista em reestruturar empresas, supervisionará a divisão da montadora em duas partes - a "Nova GM", controlada majoritariamente pelo governo, e uma outra companhia que será liquidada. Segundo as fontes, ele será subordinado ao executivo-chefe da GM, Frederick "Fritz" Henderson, mas também deve responder diretamente ao conselho de diretores da companhia. No caso de uma "Nova GM" ser criada após o pedido de concordata, Koch comandará uma equipe encarregada de vender ativos da "Velha GM" - incluindo as marcas Saturn, Hummer, Saab e Pontiac.
Isso tudo foi possível porque um grupo de credores com direito a pouco mais de 50% da dívida de US$ 27 bilhões contraída pela General Motors (GM), a maior montadora dos Estados Unidos, aceitou trocar o dinheiro devido pela montadora por uma participação de até 25% no novo negócio que surgirá após a reestruturação da companhia.
Desde dezembro, a General Motors está funcionando graças aos US$ 19,4 bilhões que o governo dos Estados Unidos emprestou à empresa. Além disso, o fabricante diz que precisará de mais US$ 7,6 bilhões a partir de 1º de junho para manter a produção em suas unidades. No processo de reestruturação, a empresa já anunciou o fechamento de fábricas, demissão de funcionários, venda de marcas e acordos para reorganizar seus mercados.
Coube ao Departamento do Tesouro estadunidense o patrocínio do acordo, que será o principal detentor da futura companhia. Mas ainda deverá determinar se o número de credores, que concordou com a troca, foi suficiente. E também, a GM deu um grande passo na última sexta-feira (29) quando o sindicato dos metalúrgico da indústria automobilistica, o United Auto Workers, aceitou a proposta de "redução de custos" (eufemismo para redução de salários, demissões e cortes de direitos, etc).
Além disso, o governo da Alemanha fechou acordo e a fabricante canadense de autopeças Magna vai assumir o controle da Opel, parte alemã da GM. Frank Stronach, presidente da Magna, afirmou a seguinte peróla que deve nortear a "estratégia de negócio" da nova empresa para os EUA e Canadá - "Se não mudarmos nossa forma de pensar, a América do Norte não tem nenhuma chance de continuar na indústria do automóvel (...) as montadoras podem ser competitivas se conseguirem acabar com as relações de conflito entre empregados e diretores".
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