sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nova alta do IOF não vai conter real

Mantega põe IOF a 6% na terceira tentativa contra tsunami cambial, contudo ao invés de controlar capital, governo insiste em remédio a conta-gotas. O remédio seria controle total de entrada de capitais, restrições ao envio de lucros, dividendos e rendimentos para o exterior, reduzir drasticamente a taxa de juros e taxar fortemente os rendimentos financeiros. Porém, os grandes grupo financeiros dominam o Governo Dilma e o seu Banco Central.

Nova alta do IOF não vai conter real
Monitor Mercantil, 06/04/2011

EM VEZ DE CONTROLAR CAPITAL, GOVERNO INSISTE EM REMÉDIO A CONTA-GOTAS

Pessoas jurídicas que tomarem empréstimo no exterior por menos de dois anos pagarão Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%. A mudança foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. É a terceira tentativa do governo para conter o derretimento da cotação do dólar em uma semana. Até aqui, as medidas não têm surtido efeito.

Para o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira, a estratégia mais correta para enfrentar a sobrevalorização da moeda é administrar (não fixar) o câmbio via controle sobre o fluxo capitais pela entrada.

"Sou totalmente contra o controle pela saída. Não tenho medo de fuga, mas da entrada de capitais", disse, defendendo que o país evite déficits em conta corrente, que, segundo o economista, geram sobrevalorização cambial e expõem o país ao risco de crises cambiais.

"Não tenho medo da fuga porque não quero me endividar. Em países como a China, que têm dívida externa líquida muito pequena ou até crédito em conta corrente, não há nenhum problema de fuga de capitais", destaca.

Bresser pondera que hoje existe abundância de capitais. "É sinônimo de excesso de liquidez. Eles querem empurrar esse dinheiro para nós".

Mantega disse que a medida também afetará a oferta de crédito e punirá quem pega dinheiro emprestado no exterior para especular no país. Em outubro, o governo aumentara de 2% para 6% o IOF sobre a entrada de moeda estrangeira em aplicações em renda fixa. A medida foi insuficiente para conter o ingresso de dólares, que superou a saída em US$ 12,6 bilhões em março. Apenas no primeiro trimestre, a entrada líquida foi recorde: US$ 35,5 bilhões.

Semana passada, o governo anunciou mais duas medidas, aumento em seis pontos percentuais do IOF sobre compras no exterior em cartão de crédito e cobrança do imposto sobre empréstimos diretos e captações de recursos no mercado internacional.

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