Por Almir Cezar Filho
A meio século que a agricultura fluminense mais que minguou tornou-se invisibilizada. Mas reside nela justamente um forte chance de alcançar a recuperação da intensa crise econômica por que passa o Estado do Rio de Janeiro.
A agricultura patronal de alta performance aqui no RJ paulatinamente se colapsou e a partir disso o poder público e as entidades empresarias renunciaram a ações em pró do setor. A agricultura familiar ficou abandonada e sobrevive por coragem de seus praticantes. A exceção de "ilhas" locais de produtividade (Região Serrana), resquícios do antigo padrão de plantation (Norte Fluminense) ou voltadas a segmentos e nichos de consumo (orgânicos, etc.).
Mas todos aquém do seu potencial, para não falar do tipo de urbana, periurbana e particularmente intraurbana, muito comum em uma região como o RJ que a mancha urbana e metropolização avançou intensamente e que as zonas agrícolas viraram subúrbios ou alvos da especulação imobiliária. A falta de apoio e a pressão sobre agricultores acelera tanto o abandono da terra ou empobrecimento dos agricultores, como também o colapso da agroindústria local.
Mas todos aquém do seu potencial, para não falar do tipo de urbana, periurbana e particularmente intraurbana, muito comum em uma região como o RJ que a mancha urbana e metropolização avançou intensamente e que as zonas agrícolas viraram subúrbios ou alvos da especulação imobiliária. A falta de apoio e a pressão sobre agricultores acelera tanto o abandono da terra ou empobrecimento dos agricultores, como também o colapso da agroindústria local.
Assim a matriz econômica regional é centrada no setor de serviços e em parte na indústria, principalmente extrativa mineral. Portanto, anda de costas para o segmento de transformação, especialmente de alimentos, e de agroindústria, que impulsionariam a agropecuária regional. E todas as recentes políticas públicas de incentivo econômico intensificaram ainda mais esse formato na matriz produtiva. Quando o o petróleo e gás, serviços e indústria pesada marcharam à crise, o emprego e arrecadação de impostos foram juntos à lona, sem o anteparo da agricultura. O recente impulso que a agricultura deu ao crescimento do PIB nacional em 2017 passou longe daqui.
A solução à crise econômica fluminense, portanto passa por reverter isso. Apoiar a agricultura, principalmente de tipo familiar, em particular o segmento urbano e rurbano, muito comum ao caso fluminense. E a projetos de microempreendimento que visem a agregação de valor, beneficiamento, processamento e comercialização dos produtos oriundos dessa agricultura. Também apostar em uma agricultura não convencional mais voltada a conservação ambiental, na alimentação saudável, na preservação de valores comunitários e no combate a desigualdade social. Que contribua até na reindustrialização regional e na solução dos problemas urbanísticos.
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