Esses números do DIEESE nos diz muita coisa, inclusive os empregadores estão menos propensos a apresentar propostas razoáveis aos trabalhadores, empurrando-os ao movimento paradista, e que os empregadores estão mais propensos à mobilização e greve. No caso do funcionalismo federal, o Governo Dilma tem sido mais duro nas negociações e as reivindicações não tem sido atendidas como as dos trabalhadores do setor privado - e só de pensar que o negociador do governo no Ministério do Planejamento é um ex-diretor do próprio DIEESE, o secretário nacional de relações do trabalho no setor público Sérgio Mendonça.
Número de horas paradas por greves em 2012 é maior em mais de duas décadas
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) acaba de publicar o estudo “Balanço das Greves 2012”. O documento aponta que foram realizadas 837 paralisações ao longo do ano, o maior número desde 1997 e um crescimento de 58% em relação ao ano passado confirmando uma tendência de crescimento no número de greves iniciada no ano de 2008. As greves de 2012 contaram com a participação de cerca de 1,8 milhão de trabalhadores, com média de 4.419 trabalhadores por greve.
Os dados analisados pela entidade foram extraídos do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), desenvolvido e mantido pelo Dieese, que reúne informações das greves de trabalhadores realizadas no Brasil desde 1978 e conta, atualmente, com mais de 28 mil registros. As informações do SAG foram obtidas por meio de notícias veiculadas em jornais impressos ou eletrônicos da grande mídia e da imprensa sindical.
Setores
Os trabalhadores da esfera pública responderam 46,8% do total de greves realizadas. Foram 380 greves (43,5%) no funcionalismo público nas esferas federal, estadual e municipal e 28 greves (3,2%) em empresas estatais. Por outro lado, os servidores públicos e empregados de empresas estatais responderam por 75,3% do total de horas paralisadas (65.393 horas), o que demonstra a grande dificuldade de negociação das categorias em greve com os governos e esferas do poder público. Entre o funcionalismo público, a maioria das greves foi deflagrada por servidores municipais (227).
Os trabalhadores da esfera privada realizaram a maior parte do número de greve (461 ou 52,8% do total), mas responderam apenas por 24,4% do total de horas paradas (21.223 horas), a maior parte das greves ocorreram no setor industrial (330).
O número total de horas não trabalhadas por greve foi de 86,9 mil e é o maior em mais de duas décadas, fiando abaixo apenas do ano de 1991.
Duração
Observa-se que 265 greves (30%) foram encerradas no mesmo dia em que foram deflagradas. Os protestos que não ultrapassaram um dia foram mais frequentes nas empresas estatais (43%) e na esfera privada (34%). No funcionalismo público, significaram 25% do total.
A maioria das greves (60%) não ultrapassou cinco dias. Esse percentual é maior nas empresas privadas (69%) e nas empresas estatais (68%). No caso do funcionalismo público, 48% tiveram duração de até 5 dias. Quanto às paralisações superiores a 30 dias, das 101 greves registradas, 87 ocorreram no funcionalismo público.
As greves ocorridas na esfera pública, apesar do menor número, mobilizaram, em média, mais trabalhadores, por mais tempo, resultando em maior participação no indicador trabalhadores x horas paradas (76%). Em contraste, as greves ocorridas na esfera privada, apesar do maior número, mobilizaram em média menos trabalhadores, por menos tempo, resultando em uma menor participação no indicadortrabalhadores x horas paradas (20%).
As greves de funcionários públicos ocorreram, em sua maioria, no âmbito das categorias profissionais (77%). Na esfera privada, as greves organizadas por empresa foram mais frequentes (84%).
Oito paralisações realizadas, cada uma delas, por mais de 50 mil trabalhadores, que compõem apenas 2% dos protestos realizados em 2012, reuniram 45% do total de grevistas.
Na esfera pública, destacam-se a greve dos servidores técnico-administrativos das universidades federais, com adesão de mais de 100 mil grevistas e duração de 73 dias; a greve dos docentes das universidades federais, com adesão de mais de 100 mil grevistas e duração de 124 dias; e a greve dos trabalhadores dos Correios, com adesão de cerca de 72 mil grevistas e duração de nove dias.
Na esfera privada, destacam-se a greve dos trabalhadores na construção civil de Fortaleza, com adesão de 59 mil trabalhadores e duração de 29 dias; as greves nas obras da Refinaria Abreu e Lima e no Polo Petroquímico de Suape - a primeira delas com duração de 15 dias e a outra com duração de 24 dias - envolvendo mais de 50 mil trabalhadores; e a paralisação de advertência da Campanha Salarial dos Metalúrgicos do ABC, que mobilizou, por um dia, cerca de 56 mil trabalhadores.
Além dessas, destaca-se a greve nacional dos bancários de instituições públicas e privadas, que atingiu o pico de 280 mil trabalhadores e prolongou-se por 10 dias.
Veja o estudo completo AQUI.
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