Guido Mantega e Miriam Belchior no anúncio. (Foto: Agência Brasil) |
O contingenciamento tem o objetivo alegado de ajudar o Governo Federal a cumprir a meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) deste ano, prevista em R$ 155,9 bilhões. Do valor, o governo poderá abater R$ 45,2 bilhões em investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para estabelecer o bloqueio, o governo usou como parâmetro uma projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% este ano, do PIB nominal de R$ 4,875 trilhões e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, em 5,2%.
O montante é inferior ao valor contingenciado nos primeiros dois anos da gestão Dilma Rousseff: R$ 50 bilhões (em 2011) e R$ 55 bilhões (em 2012). Contudo, nessa mordida - feita sob a justificativa de controlar a inflação, mas na verdade compensar a queda na arrecadação (gerada pelos incentivos fiscais aos empresários) e garantir o pagamentos dos juros da dívida pública (verdadeiro "bolsa-banqueiro") - o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) perderão 880 milhões de reais, portanto, quase 1/4 de seu orçamento inicial (R$3,87 bilhões).
Coincidência triste: essa perda de grande volume de recursos para reforma agrária e agricultura familiar, é anunciada justamente no dia em que se realiza pela CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura) o 19o. Grito da Terra Brasil, e tentaram ocupar o edifício da sede do Incra e das secretarias do MDA, no Centro de Brasília após uma marcha pela Esplanada dos Ministérios para chamar a atenção das autoridades federais.
Por outro lado, os estímulos à economia sob a forma de desoneração tributária aos empresários e crédito subsidiado poderão ser descontados até o limite de R$ 20 bilhões da meta de superávit primário - economia feita pelo governo para pagamento de juros da dívida pública. Somado ao montante de R$ 45,2 bilhões em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que também podem ser descontados da meta fiscal, o total fica em R$ 65,2 bilhões. Na prática, as desonerações e os investimentos no PAC são contabilizados como esforço fiscal. Também não houve bloqueio em programas e ações consideradas prioritárias como os megaeventos Copa das Confederações e do Mundo e Olimpíadas.
Segue o link da apresentação dos ministros do Planejamento e Fazenda:
http://www.planejamento.gov. br/secretarias/upload/ Arquivos/pronunciamentos/2013/ 130522_programacao_ orcamentaria_2013.pdf
Com informações Portal do Ministério do Planejamento e Portal da Agência Brasil
Última atualização às 15h33
Com informações Portal do Ministério do Planejamento e Portal da Agência Brasil
Última atualização às 15h33
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