Coluna Brasil S/A :: Antonio Machado, Valor Econômico (19 fev. 2010)
Congresso e orçamento fiscal engessado vão moldar programa do novo presidente, não sua vontade
BC é pedra no caminho
O poder de arbítrio do presidente sobre os gastos orçamentários é quase nenhum. Ele tem livre para gastar cerca de 7% da arrecadação tributária, e ainda a divide com as emendas dos parlamentares. Vem daí também a pressão sobre a redução dos juros operados pelo Banco Central. Eles indexam o custo da dívida pública, que consome algo como 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Parte do custo é bancada pelo superavit primário, a fatia do orçamento desviada para juros.
Na prática, não há essa economia, já que a dívida é rolada, assim como os juros distribuídos. Mas na conta dos políticos, e de muito economista que os assessoram, o gasto financeiro é real. Se menor, poderia virar gasto público. É, mas há conseqüências para a lógica da macroeconomia atual e ao mandato do Banco Central para cumprir a meta de inflação definida pelo governo, conforme instrui a lei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário