3 anos após defender o "liberou geral" fundo admite que quem restringiu, cresceu mais
Monitor Mercantil, 19/02/2010 - O Fundo Monetário Internacional (FMI) exortou as nações em desenvolvimento a estudarem o uso de impostos e regulação para moderar os fluxos expressivos de entrada de capital, para que estes não produzam bolhas de ativos e outras distorções financeiras.
O fundo destacou que os mercados emergentes que adotaram controles de capital saíram-se melhor do que os outros durante a crise.
A recomendação representa uma defesa firme do FMI às restrições de capital e uma mudança de 180 graus na posição defendida há três anos para os países em desenvolvimento.
Durante muito tempo, o FMI foi a favor do fluxo livre de capitais, como corolário do fluxo livre de comércio, para supostamente ajudar os países em desenvolvimento a prosperarem.
Mas a crise global jogou no lixo essas idéias ortodoxas, obrigando o fundo a repensar seus dogmas econômicos, para tentar manter alguma relevância no mundo pós-crise.
Recentemente, o FMI sugeriu que o mundo estaria em situação melhor com um nível mais alto de inflação do que aquela a que bancos centrais visam agora.
"Nós tentamos olhar para as evidências e aprender alguma coisa com a crise atual", admitiu o vice-diretor de Pesquisa do FMI, Jonathan Ostry, autor do estudo Fluxos de capital: o papel dos controles, com mais cinco economistas do fundo.
O dinheiro que voltou a fluir para os emergentes causa temores de formação de bolhas de ativos na China, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura, entre outros países, principalmente nos mercados imobiliários.
Este ano, cerca de US$ 722 bilhões em capital privado deverá fluir para os países em desenvolvimento, mais 66% sobre 2009, contra US$ 1,28 trilhão de 2007 - auge da especulação mundial - segundo o Instituto de Finanças Internacionais.
O FMI, enfim, admite que esses recursos podem levar a bolhas e novas crises.
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