Rombo gerado pelo IED cresce 500% em 6 anos
Dólar que entra para "comprar" Brasil gera alta de remessas para US$ 25 bilhões
jornal Monitor Mercantil, 03 fev. 2010 - Citando dados do Banco Central (BC), o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, ligada à Rede Jubileu Sul, afirmou ao MM que as remessas de lucros e dividendos de investimento estrangeiro direto (IED) - o dito capital produtivo - saltaram de US$ 4 bilhões, em 2002, para US$ 25 bilhões, em 2008.
"É uma alta superior a 500%. Políticas de abertura ao capital financeiro e de privatizações dão nisso", disse, ao comentar notícia veiculada pelo MM, terça-feira, dando conta de que a média anual de remessas ao exterior de lucros amealhados por estrangeiros em aplicações financeiras no governo de Luiz Inácio Lula da Silva superou em 277% os já generosos ganhos da administração Fernando Henrique, saltando de US$ 1,29 bilhão/ano para US$ 4,87 bilhões.
Incluindo as remessas de lucros e dividendos dos investimentos em carteira (bolsa de valores e títulos públicos), Ávila diz que eles estavam perto de US$ 5 bilhões, em 2002, e chegaram a US$ 33 bilhões, em 2008.
"Dizem que o rombo em transações correntes hoje é fechado com entrada de investimentos, em vez de endividamento externo, e que isso é uma grande evolução. Mas esses investimentos entram agora, um vez só, para saírem continuamente depois", disse, acrescentando que a necessidade de atrair capital estrangeiro explica melhor a alta de juros do que o controle da inflação.
"Projetando taxas de inflação acima da meta para 2010, os bancos privados fazem com que o Banco Central aumente os juros, sob a justificativa de combate à inflação. Esse fato tem sido denunciado na CPI da Dívida: a questionável atuação do BC na definição dos juros, tomando como base números produzidos por investidores que ganham diretamente com a alta das taxas aplicando em títulos da dívida interna."
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