quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Brasil caminha para uma crise cambial

O Brasil caminha para uma crise cambial, para desvalorizar o real frente o dólar. As contas externas estão severamente prejudicadas pela alta do real frente ao dólar. A crise cambial no horizante será provocada simultaneamente:


- pela política monetária pró-especuladores internacionais do Banco Central com base à taxa de juros reais mais alta do mundo, que faz com que venha uma maré de dólares entrando no mercado nacional;

- pelas exportações fracas devido a crise econômica mundial, que diminuí a força dos compradores externos dos produtos brasileiros, gerando portanto, uma diminuição da reservas internacionais;

- pelas autoridades monetárias brasileiras que não fizeram nada até o momento, pois na justificativa de ajudar no controle da inflação, veem com bons olhos o dólar fraco, que também permite o populismo cambial, isto é, o aumento artificial do poder de compra do trabalhador, fazendo que este fique feliz com o político de plantão.

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Crise cambial para desvalorizar o real


OREIRO CRITICA OPÇÃO DO BC PARA AMEAÇA DE ESTOURO DAS CONTAS EXTERNAS
Em Curitiba, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse a empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) que, independentemente de quem vença as eleições presidenciais deste ano, a "tendência" seria a manutenção da política econômica atual.
Meirelles disse também que o crescente déficit das transações correntes tenderia a ajustar, naturalmente, a taxa de câmbio, uma das mais sobrevalorizadas do mundo em relação ao dólar.
No entanto, o economista José Luiz Oreiro, da Universidade de Brasília (UnB), salienta que o câmbio é um preço determinado pela conta de capital (financeira). Ou seja, pela atração de dólares, para fechar as contas externas do país.
"Dizer que o próprio déficit vai ajustar o câmbio é balela. Se nada for feito, poderemos ter uma crise no balanço de pagamento em dois ou três anos. E a história mostra que, quando isso ocorre, há uma desvalorização abrupta do câmbio, geralmente superior a 30%", lembrou.
Prova disso, segundo o economista, é que apesar dos números preocupantes em transações correntes, há pressão pela valorização do real.
"Estão entrando muitos dólares via capital especulativo, investimento estrangeiro direto (IED) e financiamentos de curto e médio prazos. Esse quadro só mudará quando o mercado financeiro entender que a situação ficou insustentável. Aí será tarde", disse, observando que a previsão de Meirelles nunca ocorreu "e não será agora que vai se confirmar".
Já Meirelles confirmou o compromisso do BC com o regime de metas de inflação, que, via juros altos, tem contribuído para a valorização cambial. "O BC tem compromisso com a meta de inflação e, certamente, está preparado para tomar todas as medidas necessárias para que a inflação esteja na meta em 2011 e nos anos seguintes."

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20/09/2010 - 21:09
Dólar fraco deixa em alerta BCs em todo o mundo

O enfraquecimento do dólar, provocado pelas incertezas com a recuperação da economia dos EUA, vem levantando preocupações de governos de diversas partes do mundo com a excessiva valorização de suas moedas. Nesse contexto, paralelamente à massiva intervenção no câmbio feita pelo Japão na semana passada, outros países se movimentam para conter a apreciação de suas divisas.
Nesta segunda-feira, a porta-voz do Banco da Tailândia, Suchada Kirakul, afirmou que a instituição deve anunciar dentro de uma semana medidas para incentivar a saída de capital.
No mesmo dia em que o governo japonês anunciou a intervenção, na última quarta-feira, a Colômbia informou a retomada da compra de dólares no mercado de câmbio para conter a valorização do peso. O banco central vai comprar pelo menos US$ 20 milhões diariamente em moeda norte-americana durante os próximos quatro meses.
O Banco Central do Peru também já atuou no mercado de câmbio durante este ano. Na última quinta-feira, a instituição comprou US$ 10 milhões, a uma média de 2,788 sóis por dólar. A isso soma-se a Suíça, que atuou várias vezes durante este ano para conter a valorização do franco.

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20/09/2010 - 21:09
FSB é liberado para segurar real


O Fundo Soberano do Brasil (FSB) foi autorizado a adquirir moeda estrangeira sem limites. Em nota emitida nesta segunda-feira, o Ministério da Fazenda informou que o Conselho Deliberativo do Fundo deu aval para a operação.
De acordo com a Fazenda, não haverá um valor máximo para as operações em moeda estrangeira. Dessa forma, o Fundo Soberano poderá comprar a quantia que achar necessária. O comunicado ressaltou ainda que as aplicações financeiras do FSB não terão impacto sobre o Orçamento porque os recursos não são do Tesouro Nacional.
A reunião do conselho do FSB ocorreu na sexta-feira, mas as decisões só foram divulgadas nesta segunda-feira.
Na semana passada, o ministro Guido Mantega havia anunciado que o Fundo Soberano seria usado para comprar dólares com o objetivo de conter a valorização do real. Ao adquirir dólares, o FSB aumenta a demanda pela moeda norte-americana. Isso pode ajudar a elevar a cotação da moeda que, nas últimas semanas, chegou a valer R$ 1,70, a menor cotação do ano.

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