Ensaios sobre a Pós-Modernidade de Direita nº 27
por Almir Cezar Filho
Uma boa parte da vanguarda de esquerda e das organizações desse espectro político estão "espantados" com a erupção de uma nova direita avivada e não convencional, e ainda mais extrema. Negligenciaram simplesmente que a Pós-Modernidade não ataca apenas nas suas próprias fileiras. Como também os anos de direitização, neoliberalização e capitulação a lógica da sociedade burguesa em seu próprio lado da trincheira política não produziria um fenômeno no lado oposto.
Essa nova direita tem os mesmo pilares, e é fermentada pelas mesmas bases, do que muitos intelectuais atuais chamam de Pós-Modernidade. Se comportam correspondente, senão equivalentemente ou mesmo iguais a Esquerda Pós-Moderna - pelo menos naquilo que é criticada a respeito dela. Essa sociedade emerge, ou melhor, esse zeitgeist geral da sociedade atual , isto é, esse conjunto de valores gerais da sociedade, conforma-se no crepúsculo, na senilidade da ordem burguesa. Portanto, do ápice decadente do Capitalismo como sistema social.
Essa Direita é sim Nova, pois não se vinculada a Clássica e Neoclássica, e é Pós-Moderna, pois não se vincula aos valores da Modernidade. Por isso mesmo, essa Nova Direita, por um lado, rejeita a Direita clássica e lhe disputa o espaço político e intelectual, em muitos casos de maneira agressiva. E, por outro, age tão ou mais agressivo com as Esquerdas, identificando nelas um dos principais fatores da decadência da sociedade ocidental contemporânea.
Esse então é susto da Esquerda e da Centro-Esquerda (e de parte da Direita). Não conseguiu identificar essa Nova Direita como uma Direita e de novo tipo. Pasma e assustada a encarou como produto de uma "Onda Conservadora".
Esse então é susto da Esquerda e da Centro-Esquerda (e de parte da Direita). Não conseguiu identificar essa Nova Direita como uma Direita e de novo tipo. Pasma e assustada a encarou como produto de uma "Onda Conservadora".
Assustados, ou se aproveitando disso, exploram o horror, o espanto, a esse novo fenômeno e desenvolvem uma nova estratégia frente-populista. Confundem novamente a defesa das liberdades democráticas com a defesa da democracia burguesa.
Dizem: "É preciso preservar a sociedade ocidental!" Mas esquecem que o programa histórico da esquerda é justamente da construirmos um modernidade alternativa - pela demolição e reconstrução em patamares totalmente diversos, de "pernas para o ar" e não sua mera reforma. Muito menos sua defesa diante da barbárie de reacionarismo.
Esquecem que a barbárie e a própria lógica pós-moderna são nada menos que a própria senilidade da sociedade burguesa. Ou a superamos ou ficamos nesse atoleiro.
Chegou a hora não de abandonar nosso passado marxista, mas ao contrário atualizá-lo e reemprega-lo como o maior arsenal contra a barbárie do capitalismo.
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