Ao contrário da lorota do jornalismo econômica praticado pelos grandes grupos de mídia, dois indicadores divulgados esta semana comprovam que a economia não segue para recuperação. A confiança da micro e pequena empresa e a pesquisa industrial mensal com desempenho negativo. A produção industrial brasileira recuou 1,8% entre fevereiro e março. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador segue sem registrar desempenho positivo neste início de ano (neste tipo de comparação), que também teve uma queda de 0,4% e uma estabilidade na produção em fevereiro.O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 51,3 pontos em abril
Confiança de MPEs aumenta 34% em um ano, apontam SPC Brasil e CNDL
Monitor Mercantil | Conjuntura | 3 maio 2017
O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 51,3 pontos em abril, o que representa um aumento de 13,4 pontos na comparação com abril de 2016, quando o indicador marcara 37,9 pontos, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na comparação com o mês anterior, a variação foi de 1,6 pontos, o suficiente para colocar o indicador mais uma vez acima do nível dos 50 pontos. O indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais acima de 50 pontos, maior é a confiança; quanto mais abaixo, maior a desconfiança.
- A sondagem de abril coincidiu com um noticiário político extremamente negativo, mas também com a liberação de recursos do FGTS, a aceleração do ritmo de queda dos juros e o arrefecimento da inflação, que contribuem para abrandar o quadro recessivo - explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Segundo ele, "esse contraste explica, em parte, a dificuldade de o indicador consolidar-se acima do nível neutro."
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.
O Indicador de Condições Gerais, que avalia o retrospecto do micro e pequeno empresário sobre o desempenho de suas empresas e da economia nos últimos seis meses, atingiu 37,1 pontos em abril, ante 34,4 pontos em março. Como o índice segue abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que para a maioria dos micro e pequenos empresários a situação econômica do país e de suas empresas vem piorando com o passar do tempo.
Na abertura do indicador, tanto a avaliação regressa de seus negócios quanto da economia, apresentaram crescimento na variação mensal. No primeiro caso, passou de 37,4 pontos para 40,2 pontos na escala. Já para o desempenho recente da economia, a mudança regrediu de 31,5 pontos para 33,9 pontos.
A maior parte (45%) dos empresários considera que a situação do seu negócio piorou nos últimos seis meses, ao passo que apenas 19% avaliam melhora dentro desse intervalo de tempo. Entre os empresários que passam por dificuldades, a maioria (68%) identificou a queda no volume de vendas como a razão da piora. Também foram mencionados o aumento dos preços de insumo, matérias primas e produtos (10%).
Para 57% dos micro e pequenos empresários o cenário econômico se deteriorou nos últimos seis meses, contra apenas 14% que visualizaram melhora.
O Indicador de Expectativas, que serve de termômetro para avaliar o que o empresário aguarda para o futuro, apresentou uma leve variação positiva em abril na comparação com março: 61,9 pontos em abril, ante 61,2 pontos em março.
Quase a metade (48%) dos micro e pequenos empresários estão, de algum modo, confiantes com o futuro da economia brasileira. Quando essa análise detém apenas a realidade da sua empresa, o índice é maior e chega a 56% dos empresários consultados. O percentual de pessimistas com a economia e com os negócios é de 19% e de 11%, respectivamente.
A confiança dos empresários no desempenho da economia, entretanto, não é explicada na maior parte dos casos: 44% empresários que se dizem confiantes para os próximos seis meses dizem não saber a razão de seu otimismo, apenas acreditam que coisas boas irão acontecer. Essa também é a principal razão para quem está otimista com o futuro de suas empresas, com 33% de citações. Entre os que estão otimistas com a economia, há também 22% de entrevistados que observam sinais de melhora no cenário macroeconômico. Entre os que vislumbram um futuro positivo para suas empresas, 25% enxergam a boa gestão do próprio negócio como um fator de estímulo.
A maior parte dos empresários acredita que o faturamento das suas empresas deverá crescer nos próximos seis meses (45%) ou se manter estável (41%) - apenas 8% que acreditam que suas receitas cairão. Entre os que esperam crescimento, 31% não sabem apontar a razão do otimismo, enquanto 24% creditam a melhora à busca de novas estratégias de vendas e 15% afirmam ter melhorado a gestão da empresa.
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Produção industrial cai 1,8% em março
Monitor Mercantil | Conjuntura | 3 maio 2017
A produção industrial brasileira recuou 1,8% entre fevereiro e março. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador segue sem registrar desempenho positivo neste início de ano (neste tipo de comparação), que também teve uma queda de 0,4% e uma estabilidade na produção em fevereiro.
A produção teve crescimento de 1,1% na comparação com março de 2016 e de 0,6% no acumulado. Mas na média móvel trimestral, houve recuo de 0,7%. Em 12 meses, o indicador acumula queda de 3,8%.
Na passagem de fevereiro para março deste ano, as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultado negativo, com destaque para os bens de consumo duráveis, que recuaram 8,5%. Os bens de capital, que são as máquinas e equipamentos, caíram 2,5%, assim como os bens intermediários, que são os insumos industriais para o setor produtivo. Os bens de consumo semi e não duráveis caíram 1,8%.
Das 24 atividades industriais pesquisadas, 15 tiveram queda na produção entre fevereiro e março, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-23,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%).
Entre os nove ramos que ampliaram a produção nesse mês, a contribuição mais importante veio dos produtos alimentícios (1,3%). A alta do setor eliminou parte do recuo de 2,4% de fevereiro de 2017.
Para professor queda adia retomada - Para o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian "os números mostram que a recuperação ainda não começou. Apesar disso, é possível afirmar que, de uma forma bastante gradativa, a recessão está terminando e especialmente no segundo semestre ocorrerá a retomada do crescimento do setor industrial."
O economista destaca, ainda, que os desequilíbrios macroeconômicos, como a inflação e o setor externo, foram corrigidos, e que a queda da taxa de juros impactará a economia especialmente no último trimestre do ano, o que favorecerá a retomada mais consistente do setor industrial. Paralelamente, no processo de recuperação, o setor industrial será beneficiado pelo forte crescimento das exportações decorrente da taxa de câmbio em patamar favorável ao setor exportador.
Com informações da Agência Brasil
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