quinta-feira, 4 de maio de 2017

Dois indicadores relevantes apontam que economia segue patinando

Ao contrário da lorota do jornalismo econômica praticado pelos grandes grupos de mídia, dois indicadores divulgados esta semana comprovam que a economia não segue para recuperação. A confiança da micro e pequena empresa e a pesquisa industrial mensal com desempenho negativo. A produção industrial brasileira recuou 1,8% entre fevereiro e março. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador segue sem registrar desempenho positivo neste início de ano (neste tipo de comparação), que também teve uma queda de 0,4% e uma estabilidade na produção em fevereiro.O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 51,3 pontos em abril

Confiança de MPEs aumenta 34% em um ano, apontam SPC Brasil e CNDL
Monitor Mercantil | Conjuntura  | 3 maio 2017

O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa atingiu 51,3 pontos em abril, o que representa um aumento de 13,4 pontos na comparação com abril de 2016, quando o indicador marcara 37,9 pontos, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na comparação com o mês anterior, a variação foi de 1,6 pontos, o suficiente para colocar o indicador mais uma vez acima do nível dos 50 pontos. O indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais acima de 50 pontos, maior é a confiança; quanto mais abaixo, maior a desconfiança.

- A sondagem de abril coincidiu com um noticiário político extremamente negativo, mas também com a liberação de recursos do FGTS, a aceleração do ritmo de queda dos juros e o arrefecimento da inflação, que contribuem para abrandar o quadro recessivo - explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.


Segundo ele, "esse contraste explica, em parte, a dificuldade de o indicador consolidar-se acima do nível neutro."

O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.

O Indicador de Condições Gerais, que avalia o retrospecto do micro e pequeno empresário sobre o desempenho de suas empresas e da economia nos últimos seis meses, atingiu 37,1 pontos em abril, ante 34,4 pontos em março. Como o índice segue abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que para a maioria dos micro e pequenos empresários a situação econômica do país e de suas empresas vem piorando com o passar do tempo.

Na abertura do indicador, tanto a avaliação regressa de seus negócios quanto da economia, apresentaram crescimento na variação mensal. No primeiro caso, passou de 37,4 pontos para 40,2 pontos na escala. Já para o desempenho recente da economia, a mudança regrediu de 31,5 pontos para 33,9 pontos.

A maior parte (45%) dos empresários considera que a situação do seu negócio piorou nos últimos seis meses, ao passo que apenas 19% avaliam melhora dentro desse intervalo de tempo. Entre os empresários que passam por dificuldades, a maioria (68%) identificou a queda no volume de vendas como a razão da piora. Também foram mencionados o aumento dos preços de insumo, matérias primas e produtos (10%).

Para 57% dos micro e pequenos empresários o cenário econômico se deteriorou nos últimos seis meses, contra apenas 14% que visualizaram melhora.

O Indicador de Expectativas, que serve de termômetro para avaliar o que o empresário aguarda para o futuro, apresentou uma leve variação positiva em abril na comparação com março: 61,9 pontos em abril, ante 61,2 pontos em março.

Quase a metade (48%) dos micro e pequenos empresários estão, de algum modo, confiantes com o futuro da economia brasileira. Quando essa análise detém apenas a realidade da sua empresa, o índice é maior e chega a 56% dos empresários consultados. O percentual de pessimistas com a economia e com os negócios é de 19% e de 11%, respectivamente.

A confiança dos empresários no desempenho da economia, entretanto, não é explicada na maior parte dos casos: 44% empresários que se dizem confiantes para os próximos seis meses dizem não saber a razão de seu otimismo, apenas acreditam que coisas boas irão acontecer. Essa também é a principal razão para quem está otimista com o futuro de suas empresas, com 33% de citações. Entre os que estão otimistas com a economia, há também 22% de entrevistados que observam sinais de melhora no cenário macroeconômico. Entre os que vislumbram um futuro positivo para suas empresas, 25% enxergam a boa gestão do próprio negócio como um fator de estímulo.

A maior parte dos empresários acredita que o faturamento das suas empresas deverá crescer nos próximos seis meses (45%) ou se manter estável (41%) - apenas 8% que acreditam que suas receitas cairão. Entre os que esperam crescimento, 31% não sabem apontar a razão do otimismo, enquanto 24% creditam a melhora à busca de novas estratégias de vendas e 15% afirmam ter melhorado a gestão da empresa.

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Produção industrial cai 1,8% em março
Monitor Mercantil | Conjuntura  | 3 maio 2017

A produção industrial brasileira recuou 1,8% entre fevereiro e março. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador segue sem registrar desempenho positivo neste início de ano (neste tipo de comparação), que também teve uma queda de 0,4% e uma estabilidade na produção em fevereiro.

A produção teve crescimento de 1,1% na comparação com março de 2016 e de 0,6% no acumulado. Mas na média móvel trimestral, houve recuo de 0,7%. Em 12 meses, o indicador acumula queda de 3,8%.

Na passagem de fevereiro para março deste ano, as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultado negativo, com destaque para os bens de consumo duráveis, que recuaram 8,5%. Os bens de capital, que são as máquinas e equipamentos, caíram 2,5%, assim como os bens intermediários, que são os insumos industriais para o setor produtivo. Os bens de consumo semi e não duráveis caíram 1,8%.

Das 24 atividades industriais pesquisadas, 15 tiveram queda na produção entre fevereiro e março, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-23,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%).

Entre os nove ramos que ampliaram a produção nesse mês, a contribuição mais importante veio dos produtos alimentícios (1,3%). A alta do setor eliminou parte do recuo de 2,4% de fevereiro de 2017.

Para professor queda adia retomada - Para o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian "os números mostram que a recuperação ainda não começou. Apesar disso, é possível afirmar que, de uma forma bastante gradativa, a recessão está terminando e especialmente no segundo semestre ocorrerá a retomada do crescimento do setor industrial."

O economista destaca, ainda, que os desequilíbrios macroeconômicos, como a inflação e o setor externo, foram corrigidos, e que a queda da taxa de juros impactará a economia especialmente no último trimestre do ano, o que favorecerá a retomada mais consistente do setor industrial. Paralelamente, no processo de recuperação, o setor industrial será beneficiado pelo forte crescimento das exportações decorrente da taxa de câmbio em patamar favorável ao setor exportador.

Com informações da Agência Brasil

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