Em tempos de Copa do Mundo do Brasil e aguardo de milhares de turistas, estes poderão se surpreender... |
Contrariando o discurso oficial, uma das principais conseqüências dos juros altos é o aumento do gasto público, que tem como conseqüência a elevação da carga tributária. Dizem que é preciso acabar com a indexação na economia, mas a indexação mais perfeita é a tributária. Ela é plena e o governo está sempre garantido. A única coisa que não é indexada é salário, a variável de ajuste.
Muitos analistas acusam que o Estado teria ampliado seu peso na economia, o que seria um dos principais problemas do país, mas é justamente, o contrário. O Estado se retirou da economia. Era responsável por cerca de 50% da formação bruta de capital fixo do país. Hoje, não responde nem por 20%. O investimento público federal foi ao chão, e o dos estados e municípios está rastejando. A presidente Dilma Rousseff ainda elevou o investimento público federal, mas muito pouco.
E isso acontece porque a pouca margem no orçamento. Antes das reformas neoliberais, o país tinha um orçamento público federal, no qual havia uma fatia que podia ser destinada ao investimento público, ao financiamento público das estatais, "ou ao que quer que fosse": agora entraram aí juros, que consomem 40% da receita federal líquida, consomem cerca de 5% do PIB. Isso era a participação do Estado na taxa de inversão. Então, a nossa taxa de investimento não pode subir. E não há economia que cresça de forma sustentada e elevada, se a sua taxa de investimento não sobe?
Sobre as consequências de não se ter um projeto nacional de desenvolvimento, as decisões passam a ser tomadas porque o mercado financeiro gritou, porque a bolsa caiu, o dólar subiu, enfim, você volta a viver as pressões diárias do tal do mercado financeiro, que é quem no fundo faz as pressões na política econômica que nos restou, é elevar os juros e aumentar o superávit primário para poder pagar juros a ele.
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