Emprego aumenta menos que população
Monitor Mercantil, 11/10/2012
Queda na taxa de ocupação sinaliza mais estudo e falta de perspectivas
Apesar de a renda média e a população ocupada estarem aumentando desde 2005, com desemprego e a informalidade em queda, o pesquisador Miguel Foguel, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destacou que a taxa de ocupação - razão entre o nível de ocupação e a população em idade ativa (PIA) - está em declínio no país desde 2008.
Entre 2009 e 2011, a redução ficou em 0,8 ponto percentual, o que representa redução relativa de 1,5% na taxa, diz o Ipea, a partir de dados da Pesquisa Nacional de Abordagem Domiciliar (Pnad).
A queda na taxa de ocupação no período, segundo o Ipea, foi inteiramente devida à queda na taxa de participação, forte o bastante para superar o efeito da redução do desemprego. Ou seja, a economia criou postos de trabalho em ritmo menor do que o crescimento da população em idade de trabalhar.
"Enquanto a PIA cresce mais do que a oferta de emprego, muitos estão deixando de procurar trabalho. Ainda não é possível definir as causas com precisão, mas como os que saem estão concentrados na faixa etária entre 15 e 24 anos, uma primeira conclusão é que parte desse contingente deixa de trabalhar para se dedicar aos estudos. Outra parte corresponde aos jovens que nem trabalham, nem estudam", avalia Foguel.
Segundo o Comunicado Ipea 156, apresentado por Foguel, entre as duas últimas versões da Pnad, a parcela mais jovem da população teve queda de 1,4 ponto na taxa de ocupação, enquanto a camada mais velha recuou 1 ponto. No total, a taxa de ocupação acumula queda de 3,2 pontos entre 2009 e 2011.
Entre as diferentes regiões do país, a taxa de ocupação permaneceu constante no Sudeste, no mesmo período. Já no Nordeste, houve queda de 2,5 pontos percentuais.
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