Prossegue sem solução a crise no Espaço DCE UFF, sede e espaço cultural do Diretório Central dos Estudantes da UFF (Universidade Federal Fluminense). Apesar de interdição em fachada, o prédio continua funcionando ainda sem previsão de obras. Pequenos acidentes viraram rotinas mas há sinais claros de que poderá em breve ocorrer uma tragédia. Contudo, a Reitoria da UFF e a diretoria do DCE agem ignorando tão grave situação.
O prédio
Os cinco andares da entidade estudantil, situado no Campus do Valonguinho, na Avenida Visconde do Rio Branco, hospeda em suas dependência um vasta gama de atividades. Além da secretaria da diretoria do DCE e o tradicional Teatro MPB4, há um curso pré-vestibular popular, 3 lojas, cantina e oficinas de artes e desportos. O prédio é também usado por uma ocupação estudantil, que luta pela implantação de um alojamento estudantil na UFF, por animadas festas, e no 4o andar ainda abriga a Biblioteca Central do Valonguinho.
O prédio encontra-se em estado físico tão precário, com risco acidentes por queda de reboco e mesmo de desmoronamento e incêndio. Por constatar tal situação, a Defesa Civil de Niterói mandou isolar o local no aguardo do começo das obras emergenciais pela Reitoria da UFF até agora ainda não anunciadas.
Omissão
O drama envolvendo o prédio arrasta-se a seis meses, quando piorou severamente o quadro das instalações, que não passa por uma reforma a alguns anos, abandonada pela reitoria da UFF e sob a aparente negligência das recentes diretorias do DCE. Pequenos acidentes, rachaduras nas paredes, quedas de rebocos e inúmeros curto-circuitos com incêndios não graves viraram rotina para os usuários do prédio. No entanto, até o momento, mesmo após duas intimações da Defesa Civil, não foram anunciadas nenhum obra para evitar uma eventual tragédia eminente.
A Reitoria embora tenha sido acionada (vide os laudos da própria Defesa Civil - 01 e 02) e afirmar já dispor dos recursos, em nenhum momento vê-se o início das obras ou alguma previsão de começo. Por sua vez, a diretoria do DCE apesar de anos de omissão, parece, mesmo agora, não fazer nenhum movimento político, institucional ou de protesto para reivindicar o imediato começo dos reparos.
A Defesa Civil contudo, limitou-se a emitir dois laudos à Reitoria da UFF, onde indica sérias reformas, na parte hidráulica, elétrica e estrutural, e cercar emergencialmente a fachada do prédio, não realizando nenhum tipo de medida mais enérgica, provavelmente inibida pelo fato do prédio estar em área federal. Apesar do acesso ao prédio pela fachada junto a Avenida Visconde do Rio Branco estar interdidata o prédio continua funcionando normalmente pondo em risco os usuários do prédio, transeuntes e comprometendo ainda mais a estrutura do prédio.
Aumenta-se o risco de um tragédia
Apesar do cenário de uma tragédia anunciada a diretoria do DCE-UFF trata o caso com total indiferença. Além da interdição da fachada, nas últimas semanas áreas internas do prédio do Espaço DCE estão interditadas, como banheiros e escadarias. Emboços de tetos inteiros estão caindo e uma viga da laje de um andar praticamente envergou comprometida com infiltrações. Mesmo com os laudos e a interdição a diretoria do DCE continua usando tendo uma relação problemática com o prédio, inclusive o comprometendo ainda mais.
Na sexta-feira passada, dia 03 de abril, como vêm sendo praxe, a diretoria realizou festa no prédio, a segunda desde a interdição da fachada. Essas festas exigem muito das instalações do prédio, e ainda, nenhum dos recursos ali arrecados são revertidos para os seus reparos. O acesso ao prédio nesses eventos, à medida que a rampa encontra-se interdidata, vem inclusive sendo feito pelo oferecimento da escada de fuga do Teatro MPB4, numa flagrante violação das normas de segurança.
Para piorar, relatos apurados pelo blog de estudantes, servidores da UFF e mesmo entre os transeuntes dizem ter visto o prédio trepidar durante o evento, fenômeno sentido por quem estava no prédio e também visto mesmo por quem passava pela avenida Visc. Rio Branco. Comprometendo ainda mais a já abalada estrutura do prédio e comprovando também o seríssimo risco a uma tragédia.
Tragédia anunciada
Uma tragédia anunciada, onde nenhuma das partes que poderiam resolver parecem nada fazer. Enquanto isso, aqueles que desenvolvem atividades ou utilizavam o prédio como o principal acesso alternativo a parte alta do campus do Valonguinho ou estão prejudicados ou expostos a uma grave ameaça.
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Anexos
Laudo da Defesa Civil 02 e 01
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