Jornal Monitor Mercantil, 01/04/2009 - 21:04
FS ataca velhinhos e não ajuda o INSS
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De acordo com a economista Denise Gentil, da UFRJ, somente 6% dos pedidos de aposentadoria no Brasil são por tempo de contribuição. Isso, segundo ela, esvazia o argumento de que o fator previdenciário (FS) - regra que joga para baixo o cálculo para concessão de benefícios, sob alegação de escassez de recursos - seria necessário para o equilíbrio das contas da Previdência.
Denise disse ainda considerar contraditório o governo insistir no fator previdenciário no momento em que tenta aprovar na reforma tributária a retirada de R$ 27 bilhões da Previdência sob pretexto de desonerar a folha de pagamento das empresas.
"O fator previdenciário, instituído no governo Fernando Henrique Cardoso, em 1998, é uma quebra de contrato, pois implica obrigar as pessoas a trabalharem mais tempo para terem o mesmo benefício, com menos tempo para aproveitá-lo. Isso é execrável", critica a economista, atualmente na diretoria de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A Denise frisou, ainda, não existir qualquer relação direta entre desoneração da folha de pagamentos das empresa privadas e aumento da oferta de emprego: "Sobretudo na hora da crise, desonerar folha de pagamentos não gera emprego. O que diminui o desemprego é o dinamismo da economia. Ao desonerar a folha, o governo troca receita por um resultado duvidoso."
Sobre as alternativas para o fator previdenciário, em discussão no Congresso por iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), ela considera melhores, porém piores que as regras que valiam antes da criação daquele mecanismo, na década de 90 pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
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