quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Esquerda, classe média e pós-modernismo de Direita

O reformismo de classe média explica o equivocado pânico com uma "onda conservadora" que é apenas uma polarização política geral do Brasil.

Ensaios sobre a Direita e a Pós-Modernidade

por Almir Cezar Filho

Existe um conexão estreita no seio do movimento socialista internacional entre pequena-burguesia o reformismo social, o revisionismo na teoria marxista e a apologia ao capitalismo. Por sua vez, há uma conexão dessa mesma classe, seu socialrreformismo pró-capitalismo com seu estado de pânico com a ascensão de uma ultradireita de aspiração pós-moderna - compreendida por esta classe equivocadamente com uma erupção de uma espécie de "onda conservadora". O que na 0verdade é uma intensa polarização política do país em que a classe média, e especialmente suas lideranças, não estavam preparada.

Nessa polarização - em que a população brasileira (tradicionalmente despolitizada e apática), passou a se engajar, ao menos na tomada de opinião, sobre temas políticas e candentes da realidade, uma parte vai às teses da Esquerda, enquanto outra às teses da Direita. Em muitos casos, esses vão à Direita até em reação à crise geral e ao caos que esse traz consigo, como também, inclusive, em reação ao deslocamento da outra parcela que foi à Esquerda.

Por sua vez, os setores organizados da direita estão com forte campanha política, constituindo assim uma Contraofensiva Conservadora, em base a erupção de um movimento social pós-moderno de direita. Inclusive a fim de preservar o controle de certos valores sobre o conjunto da sociedade, como dar continuidade o status quo política, cultural e econômico de séculos no país, e que ao seu ver, está ameaçado diante novas circunstâncias sociais que vive nossa sociedade.


A esquerda pós-moderna, o centrismo e o reformismo não têm paciência e não sabem dialogar. Preferem logo taxar, como fazem com a caracterização de suas próprias derrotas políticas eleitorais que há tal onda conservadora, que houve um golpe contra Dilma, etc. Essa esquerda por ter sua própria origem na classe média, e atuar politicamente nela, tem com parâmetro apenas o que ela (a classe média) pensa, enviesando a análise sobre a consciência geral da população brasileira.

Por fim, a atual "campanha de caça" aos direitos sociais e fundamentais praticada pelos políticos e incentivada por organizações de direita, com vasto exibicionismo de um conservadorismo extremo e moralista, na verdade, não tem respaldado na maioria da opinião pública. Pesquisas de opinião sobre temas morais e polêmicos apontam que mesmo no eleitorado evangélico não tem a mesma opinião e votações dos políticos da dita "bancada da bíblia". Essa dicotomia se sustenta porque essa contraofensiva política é bem organizada.

Falta à Esquerda brasileira entender a realidade social atual, ter coragem e se organizar para disputar a hegemonia da população. Não reeditando, portanto, o que a população rejeitou e contribuiu à queda da Dilma e do PT, principal motivo para o descolamento político entre as massas e a vanguarda de esquerda.

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