Puxada por juros, alta do débito em um mês equivale a 37% do orçamento da Educação
Pelas contas do governo, a Dívida Pública Federal (DPF) cresceu em outubro e voltou a ultrapassar a barreira de R$ 2 trilhões. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, a DPF fechou o mês passado em R$ 2,022 trilhões, com alta de R$ 33,6 bilhões em relação ao estoque registrado em setembro. Só a alta da dívida em um mês equivale a 37% do Orçamento, de R$ 81,2 bilhões, destinado à Educação em todo este ano.
A dívida pública mobiliária – títulos em poder do público – interna subiu 1,91%, de R$ 1,897 trilhão, em setembro, para R$ 1,933 trilhão, em outubro. Isso ocorreu porque, mês passado, o Tesouro emitiu R$ 18,62 bilhões em títulos a mais do que resgatou. Além disso, reconheceu R$ 17,53 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.
Na opinião do economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, esses valores estão subestimados, pois não computam R$ 654 bilhões que estão em poder do Banco Central (BC) para operações no mercado aberto – em geral usados para trocar dólares que entram no país, a pretexto de conter pressões inflacionárias.
“Considerando-se esses títulos, somente a dívida interna hoje tem estoque de R$ 2,827 trilhões, enquanto a externa totaliza US$ 476 bilhões, segundo dados que constam no próprio site do BC”, prossegue o economista.
Já o governo, admite que a Dívida Pública Federal só não subiu mais por causa da dívida pública externa, que caiu 2,73%, de R$ 88,85 bilhões, em setembro, para R$ 79,68 bilhões, em outubro. O principal fator para essa variação foi a queda de 1,23% do dólar no mês passado, que indexa cerca de 7% da dívida pública brasileira.
Jornal Monitor Mercantil | 25/11/2013
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