Crise? Que crise?
Monitor Mercantil, 07/02/2013
A soma dos ativos de apenas cinco bancos dos Estados Unidos - JP Morgan Chase, Goldman Sachs, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo - que atinge US$ 8,5 trilhões, equivale a 56% do PIB daquele país. Além disso, as aplicações em paraísos fiscais dos dez maiores bancos do mundo representam US$ 6,4 trilhões dos cerca de US$ 30 trilhões das aplicações nessas localidades. Os dados são citados pelo economista Adriano Benayon para defender que, como principais beneficiários da crise global, o sistema financeiro não tem qualquer interesse em que essa acabe: "Os concentradores aumentam seu poder durante a depressão econômica e não têm interesse em que ela acabe", salienta.
Donos do mundo
Para reforçar essa avaliação, Benayon acrescenta que apenas 92 mil pessoas, ou 0,001% da população mundial, mantêm US$ 10 trilhões nos paraísos fiscais: "Nos EUA, só 400 indivíduos teriam riqueza igual à de 50% da população do país", aduz o economista.
Questão de poder
Também o economista José Carlos Assis, em artigo, no MM, no fim de janeiro, advertiu que a insistência em medidas falidas não se trata de erros de política econômica: "É uma questão de poder. As elites dos países europeus e o Partido Republicano norte-americano estão decididos a usar a crise como um instrumento de continuidade no processo de redistribuição de renda e de riqueza a favor dos ricos iniciado com a liberação financeira dos anos 80. Daí a preferência em enfrentar a crise mediante corte dos gastos públicos. É um ataque frontal ao sistema de bem-estar social. Nos países do Sul da Europa, a degradação social já está em processo. Não demora muito e chegará ao centro e ao norte", alertou Assis.
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