Juros, juros, juros, gastança dos recursos públicos com juros vai em 12 meses a R$200 bilhões. Só em janeiro o Poder Público reteve R$17,7 bilhões. Um verdadeiro "saco sem fundo". Isso deve piorar, já que sobre pretexto de combate à inflação, a taxa de juros deve seguir subindo. Contudo, elevar juros ao invés de equilibrar economia, pode provocar o inverso ao promover desajuste fiscal no país.
Gastos com juros em 12 meses vão a R$ 200 bi
Monitor Mercantil,25/02/2011
No mês passado, os gastos com juros ficaram em R$ 19,281 bilhões, contra R$ 14,129 bilhões registrados em janeiro de 2010. Já no período de 12 meses, os gastos com juros ficaram em R$ 200,521 bilhões, o equivalente a 5,44% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os números constam do relatório divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC), que informa que o setor público consolidado, formado pelos governos federal, estaduais e municipais, registrou superávit primário - economia feita para o pagamento de juros da dívida - de R$ 17,748 bilhões em janeiro deste ano. No mesmo mês de 2010, o superávit primário ficou em R$ 16,084 bilhões.
O resultado primário é a diferença entre as receitas e as despesas, excluídos os juros da dívida pública. Ao serem incluídos os gastos com juros, tem-se o resultado nominal.
O déficit nominal ficou em R$ 1,532 bilhão, contra superávit de R$ 1,955 bilhão de igual mês do ano passado. Em 12 meses encerrados em janeiro de 2011, o superávit primário ficou em R$ 103,360 bilhões, o que corresponde a 2,81% do PIB.
Brasil economiza R$ 17,7 bilhões em janeiro para honrar compromissos
Agência Brasil 25/02/2011
O setor público consolidado, formado pelos governos federal, estaduais e municipais, registrou superávit primário - economia feita para o pagamento de juros da dívida - de R$ 17,748 bilhões em janeiro deste ano, segundo relatório divulgado hoje (25) pelo Banco Central. No mesmo mês de 2010, o superávit primário ficou em R$ 16,084 bilhões.
O Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência) contribuiu com R$ 13,807 bilhões. Os governos estaduais registram superávit primário de R$ 3,813 bilhões e os municipais, de R$ 690 milhões. As empresas estatais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 562 milhões.
O resultado primário é a diferença entre as receitas e as despesas, excluídos os juros da dívida pública. Ao serem incluídos os gastos com juros, tem-se o resultado nominal. No mês passado, os gastos com juros ficaram em R$ 19,281 bilhões, contra R$ 14,129 bilhões registrados em janeiro de 2010. O déficit nominal ficou em R$ 1,532 bilhão, contra superávit de R$ 1,955 bilhão de igual mês do ano passado.
Em 12 meses encerrados em janeiro de 2011, o superávit primário ficou em R$ 103,360 bilhões, o que corresponde a 2,81% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A meta de superávit é de R$ 117, 9 bilhões para o setor público consolidado neste ano.
No período de 12 meses, os gastos com juros ficaram em R$ 200,521 bilhões (5,44% do PIB) e o déficit nominal chegou a R$ 97,161 bilhões (2,64% do PIB).
Elevar juro promove desajuste fiscal no país
Monitor Mercantil, 25/02/2011
Freitas alerta que atitude é "temerária". Para "mercado", inflação sofre pressão externa
A economia do governo para pagar os juros da dívida (superavit primário) cresceu 9,94% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2010. Segundo o Banco Central (BC) em janeiro de 2011, a drenagem de recursos da economia para gastar com juros atingiu R$ 17,7 bilhões contra os R$ 16,1 bilhões do mesmo mês do ano anterior.
O aumento do superavit primário ocorre em um momento em que o governo ameaça cortar os gastos públicos a pretexto de conter a inflação.
No entanto, para o economista Carlos Thadeu de Freitas, consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, seria uma temeridade insistir em manter a trajetória de alta na taxa básica de juros (Selic).
Isso porque o comércio e, principalmente, a indústria já detectam claros sinais de que as medidas adotadas pelo governo, a maioria de contenção ao crédito, acompanhada de alta da Selic, já surtem efeito. Além disso, o cenário externo é cada vez mais preocupante.
"O governo não pode errar na dose porque a arrecadação vai cair e atrapalhar a meta, que é o equilíbrio fiscal. Se insistir em aumentar a Selic pode estragar tudo", alertou Freitas, lembrando que o dólar continua a cair e se mantém como fator atenuante da inflação.
Quanto ao cenário externo, ele pondera que o Brasil poderá ganhar com a crise no mundo árabe, pois o país se tornou exportador de petróleo.
O economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, também adverte que uma elevação do ritmo de alta da Selic na próxima semana, pelo BC, não teria efeito nas expectativas de inflação, já que parte significativa deterioração delas é conseqüência do cenário internacional.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Os 10 blocos imperdíveis do carnaval de rua do Rio
Os dez blocos imperdíveis do carnaval de rua do Rio
Tem o mais tradicional, o irreverente, o da pegação, para os descolados e moderninhos... Escolha o seu e se divirta
Fábio Grellet, especial para o iG | 24/02/2011
Você ainda pensa que bloco é coisa do carnaval baiano e que a folia carioca se resume à Sapucaí? Pois saiba que, no ano passado, 2,5 milhões de foliões foram às ruas do Rio para sambar atrás de bandas e baterias. Esses números tornaram a cidade palco do maior carnaval de rua do Brasil, superando Salvador, na Bahia.
Ao contrário da capital baiana, aonde ir atrás do trio elétrico com algum conforto exige a compra de abadás que chegam a custar mais de R$ 800, no Rio a folia é totalmente grátis. O clima de paquera é outro atrativo. Com descontração e sem exigir grande investimento, os desfiles de blocos atraem cada vez mais gente. Em 2011, 424 blocos vão sair às ruas. Com tantas opções, como escolher os melhores?
O iG oferece um roteiro com dez blocos que você não deve deixar de conhecer. Vista sua fantasia e caia na folia.
1. Cordão da Bola Preta
Criado em 1918, é o mais antigo e o mais famoso em atividade. Quem nunca cantou “Quem não chora não mama / segura meu bem a chupeta / lugar quente é na cama / ou então no Bola Preta”? O “Quartel General do Carnaval”, como o cordão chama sua sede, está a todo vapor, na Lapa. Durante o desfile, a banda interpreta marchinhas e sambas.
QUANDO
Fará seu esquenta nesta sexta-feira, 25 de fevereiro, a partir das 20h, na esquina das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, no centro. No sábado, 5 de março, será realizado o desfile oficial, a partir das 8h.
DICA
O bloco reúne mais de um milhão de pessoas. Em meio a tanta gente, é fácil se perder. Então, procure não se afastar de seu grupo de amigos. Também não é recomendável levar muito dinheiro ou jóias, porque, em meio ao tumulto, há risco de furtos.
2. Banda de Ipanema
A banda foi criada em 1964 pelo produtor cultural Albino Pinheiro, acompanhado por Ferdy Carneiro e pela turma do tablóide “O Pasquim”, entre eles Ziraldo, Jaguar e Sérgio Cabral, pai do atual governador. Teve a atriz Leila Diniz como musa e foi alvo de fiscalização pela ditadura militar (1964-1985). Hoje reúne principalmente gays e simpatizantes. Toca marchinhas e sambas.
QUANDO
Desfila no sábado, 5 de março e na terça-feira, 8, sempre a partir das 18h. A concentração ocorre na praça General Osório, em Ipanema.
DICA
Chegue cedo, porque costuma encher muito rápido.
3. Simpatia é Quase Amor
Criado em 1985 por um grupo ligado ao movimento pelas Diretas Já e à torcida do Flamengo, teve Bussunda como rei momo. Hoje, reúne milhares de foliões e tem samba-enredo próprio. Reza a lenda que as cores do bloco, amarelo e lilás, são uma homenagem ao Engov, remédio usado para combater a ressaca.
QUANDO
Desfila no sábado, 26 de fevereiro e no domingo da semana seguinte, 6 de março, sempre a partir das 15h. A concentração é na praça General Osório, em Ipanema.
DICA
Reúne muita gente bonita e o clima de azaração é contínuo. Mas cuidado para não se perder dos amigos, em meio à multidão.
4. Carmelitas
Criado em 1991, o bloco se concentra na frente do convento das Carmelitas, em Santa Teresa, centro do Rio. Ali as freiras permanecem enclausuradas. Mas reza a lenda que uma carmelita não resistiu à folia e, numa sexta-feira de carnaval, pulou o muro para brincar. De véu, ela não teria sido identificada e, na terça-feira, voltou ao convento sem que sua ausência fosse notada. Prepare-se para um desfile cansativo, pois parte do trajeto é numa ladeira.
QUANDO
Desfila na sexta, 4 de março, às 13h, e na terça, 8, a partir das 8h. A concentração é na ladeira Santa Teresa.
DICA
O bloco reúne uma multidão e desfila pelas ruas estreitas de Santa Teresa. Prefira ficar no início ou no final do bloco, para evitar dificuldades na hora de ir ao banheiro ou comprar bebidas.
5. Suvaco do Cristo
Bloco criado em 1985 por um grupo de amigos, entre eles o músico Jards Macalé. O nome foi inspirado em Tom Jobim, que morava no Jardim Botânico e certo dia disse que sua casa ficava no “suvaco” do Cristo. Houve resistência da Igreja Católica e um bispo chegou a sugerir ao bloco o nome Divinas Axilas, que acabou adotado pela ONG ligada ao bloco. Hoje, o Suvaco é famoso principalmente pela quantidade de mulheres bonitas.
QUANDO
No domingo, 27 de fevereiro, às 9h.
DICA
No início dos anos 2000, o bloco era frequentado por pitboys, que não raro causavam confusão. Os organizadores deixaram de informar o horário do desfile. Agora essa informação é obrigatória, mas o público é familiar e são raras as confusões.
6. Cordão do Boitatá
O Cordão do Boitatá é um grupo musical formado em 1996 no Rio. Os músicos lançaram o bloco carnavalesco, que desde então desfila pela Praça 15, no centro do Rio.
QUANDO
No domingo de carnaval, 6 de março, às 8h, seguindo da rua Primeiro de Março até a praça 15.
DICA
Vá fantasiado, como a maioria dos foliões.
7. Céu na Terra
Criado em 2001, desfila por Santa Teresa seguindo o trajeto do bondinho. É famoso pelos bonecos gigantes e pelas pernas de pau. O núcleo musical do bloco deu origem à Orquestra Popular Céu na Terra.
QUANDO
No sábado, 26 de fevereiro, a partir das 9h, e no sábado, 5 de março, às 7h, em Santa Teresa
DICA
Bloco ideal para a curtição e paquera. Se estiver solteiro, vai aproveitar mais.
8. Monobloco
Idealizada em 2000 pela banda Pedro Luís e a Parede, o grupo de percussão Monobloco deu origem a um bloco carnavalesco. Atualmente, o desfile do encerra o carnaval do Rio, no domingo posterior à terça-feira “gorda”. Por ser o último suspiro da folia, arrasta mais de um milhão de foliões pela avenida Rio Branco, no centro do Rio.
QUANDO
13 de março, a partir das 7h, pela avenida Rio Branco, da esquina com a avenida Presidente Vargas até a Cinelândia
DICA
Assim como o Bola Preta, arrasta mais de um milhão de foliões. Cuidado para não se perder nem ser alvo de pequenos furtos.
9. Quizomba
Quer ver gente bonita em clima de azaração? Hoje, o bloco carioca mais famoso nesse quesito é o Quizomba. Fundado em 2002 a partir de uma oficina de percussão que funcionava na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, hoje o Quizomba é um grupo de música sediado no Circo Voador, na Lapa, onde promove shows que têm atraído cada vez mais foliões no período pré-carnavalesco. No desfile oficial, a diversão fica ainda maior.
QUANDO
Terça-feira, 8 de março, às 9h, a partir da praça Cardeal Câmara, na Lapa
DICA
Se for ao desfile com o intuito de paquerar, use uma fantasia que facilite a aproximação.
10. Bloco da Preta
Lançado no ano passado pela cantora Preta Gil, o bloco está recheado de famosos e deve atrair muita gente em seu desfile no domingo anterior ao carnaval. O time de celebridades conta com Carolina Dieckmann, a ex-BBB Lia Khey, a BBB Ariadna e David Brasil, respectivamente, nos postos de madrinha do bloco, rainha de bateria, musa e muso.
QUANDO
Domingo, 27 de fevereiro, às 10h, no posto 10, em Ipanema
DICA
Deve reunir uma multidão. Se você estiver fantasiado fará mais sucesso!
Tem o mais tradicional, o irreverente, o da pegação, para os descolados e moderninhos... Escolha o seu e se divirta
Fábio Grellet, especial para o iG | 24/02/2011
Você ainda pensa que bloco é coisa do carnaval baiano e que a folia carioca se resume à Sapucaí? Pois saiba que, no ano passado, 2,5 milhões de foliões foram às ruas do Rio para sambar atrás de bandas e baterias. Esses números tornaram a cidade palco do maior carnaval de rua do Brasil, superando Salvador, na Bahia.
Ao contrário da capital baiana, aonde ir atrás do trio elétrico com algum conforto exige a compra de abadás que chegam a custar mais de R$ 800, no Rio a folia é totalmente grátis. O clima de paquera é outro atrativo. Com descontração e sem exigir grande investimento, os desfiles de blocos atraem cada vez mais gente. Em 2011, 424 blocos vão sair às ruas. Com tantas opções, como escolher os melhores?
O iG oferece um roteiro com dez blocos que você não deve deixar de conhecer. Vista sua fantasia e caia na folia.
1. Cordão da Bola Preta
Criado em 1918, é o mais antigo e o mais famoso em atividade. Quem nunca cantou “Quem não chora não mama / segura meu bem a chupeta / lugar quente é na cama / ou então no Bola Preta”? O “Quartel General do Carnaval”, como o cordão chama sua sede, está a todo vapor, na Lapa. Durante o desfile, a banda interpreta marchinhas e sambas.
QUANDO
Fará seu esquenta nesta sexta-feira, 25 de fevereiro, a partir das 20h, na esquina das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, no centro. No sábado, 5 de março, será realizado o desfile oficial, a partir das 8h.
DICA
O bloco reúne mais de um milhão de pessoas. Em meio a tanta gente, é fácil se perder. Então, procure não se afastar de seu grupo de amigos. Também não é recomendável levar muito dinheiro ou jóias, porque, em meio ao tumulto, há risco de furtos.
2. Banda de Ipanema
A banda foi criada em 1964 pelo produtor cultural Albino Pinheiro, acompanhado por Ferdy Carneiro e pela turma do tablóide “O Pasquim”, entre eles Ziraldo, Jaguar e Sérgio Cabral, pai do atual governador. Teve a atriz Leila Diniz como musa e foi alvo de fiscalização pela ditadura militar (1964-1985). Hoje reúne principalmente gays e simpatizantes. Toca marchinhas e sambas.
QUANDO
Desfila no sábado, 5 de março e na terça-feira, 8, sempre a partir das 18h. A concentração ocorre na praça General Osório, em Ipanema.
DICA
Chegue cedo, porque costuma encher muito rápido.
3. Simpatia é Quase Amor
Criado em 1985 por um grupo ligado ao movimento pelas Diretas Já e à torcida do Flamengo, teve Bussunda como rei momo. Hoje, reúne milhares de foliões e tem samba-enredo próprio. Reza a lenda que as cores do bloco, amarelo e lilás, são uma homenagem ao Engov, remédio usado para combater a ressaca.
QUANDO
Desfila no sábado, 26 de fevereiro e no domingo da semana seguinte, 6 de março, sempre a partir das 15h. A concentração é na praça General Osório, em Ipanema.
DICA
Reúne muita gente bonita e o clima de azaração é contínuo. Mas cuidado para não se perder dos amigos, em meio à multidão.
4. Carmelitas
Criado em 1991, o bloco se concentra na frente do convento das Carmelitas, em Santa Teresa, centro do Rio. Ali as freiras permanecem enclausuradas. Mas reza a lenda que uma carmelita não resistiu à folia e, numa sexta-feira de carnaval, pulou o muro para brincar. De véu, ela não teria sido identificada e, na terça-feira, voltou ao convento sem que sua ausência fosse notada. Prepare-se para um desfile cansativo, pois parte do trajeto é numa ladeira.
QUANDO
Desfila na sexta, 4 de março, às 13h, e na terça, 8, a partir das 8h. A concentração é na ladeira Santa Teresa.
DICA
O bloco reúne uma multidão e desfila pelas ruas estreitas de Santa Teresa. Prefira ficar no início ou no final do bloco, para evitar dificuldades na hora de ir ao banheiro ou comprar bebidas.
5. Suvaco do Cristo
Bloco criado em 1985 por um grupo de amigos, entre eles o músico Jards Macalé. O nome foi inspirado em Tom Jobim, que morava no Jardim Botânico e certo dia disse que sua casa ficava no “suvaco” do Cristo. Houve resistência da Igreja Católica e um bispo chegou a sugerir ao bloco o nome Divinas Axilas, que acabou adotado pela ONG ligada ao bloco. Hoje, o Suvaco é famoso principalmente pela quantidade de mulheres bonitas.
QUANDO
No domingo, 27 de fevereiro, às 9h.
DICA
No início dos anos 2000, o bloco era frequentado por pitboys, que não raro causavam confusão. Os organizadores deixaram de informar o horário do desfile. Agora essa informação é obrigatória, mas o público é familiar e são raras as confusões.
6. Cordão do Boitatá
O Cordão do Boitatá é um grupo musical formado em 1996 no Rio. Os músicos lançaram o bloco carnavalesco, que desde então desfila pela Praça 15, no centro do Rio.
QUANDO
No domingo de carnaval, 6 de março, às 8h, seguindo da rua Primeiro de Março até a praça 15.
DICA
Vá fantasiado, como a maioria dos foliões.
7. Céu na Terra
Criado em 2001, desfila por Santa Teresa seguindo o trajeto do bondinho. É famoso pelos bonecos gigantes e pelas pernas de pau. O núcleo musical do bloco deu origem à Orquestra Popular Céu na Terra.
QUANDO
No sábado, 26 de fevereiro, a partir das 9h, e no sábado, 5 de março, às 7h, em Santa Teresa
DICA
Bloco ideal para a curtição e paquera. Se estiver solteiro, vai aproveitar mais.
8. Monobloco
Idealizada em 2000 pela banda Pedro Luís e a Parede, o grupo de percussão Monobloco deu origem a um bloco carnavalesco. Atualmente, o desfile do encerra o carnaval do Rio, no domingo posterior à terça-feira “gorda”. Por ser o último suspiro da folia, arrasta mais de um milhão de foliões pela avenida Rio Branco, no centro do Rio.
QUANDO
13 de março, a partir das 7h, pela avenida Rio Branco, da esquina com a avenida Presidente Vargas até a Cinelândia
DICA
Assim como o Bola Preta, arrasta mais de um milhão de foliões. Cuidado para não se perder nem ser alvo de pequenos furtos.
9. Quizomba
Quer ver gente bonita em clima de azaração? Hoje, o bloco carioca mais famoso nesse quesito é o Quizomba. Fundado em 2002 a partir de uma oficina de percussão que funcionava na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, hoje o Quizomba é um grupo de música sediado no Circo Voador, na Lapa, onde promove shows que têm atraído cada vez mais foliões no período pré-carnavalesco. No desfile oficial, a diversão fica ainda maior.
QUANDO
Terça-feira, 8 de março, às 9h, a partir da praça Cardeal Câmara, na Lapa
DICA
Se for ao desfile com o intuito de paquerar, use uma fantasia que facilite a aproximação.
10. Bloco da Preta
Lançado no ano passado pela cantora Preta Gil, o bloco está recheado de famosos e deve atrair muita gente em seu desfile no domingo anterior ao carnaval. O time de celebridades conta com Carolina Dieckmann, a ex-BBB Lia Khey, a BBB Ariadna e David Brasil, respectivamente, nos postos de madrinha do bloco, rainha de bateria, musa e muso.
QUANDO
Domingo, 27 de fevereiro, às 10h, no posto 10, em Ipanema
DICA
Deve reunir uma multidão. Se você estiver fantasiado fará mais sucesso!
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Desemprego sobe e renda dos ocupados cai
Desemprego sobe e renda dos ocupados cai
Monitor Mercantil,23/02/2011
A taxa de desemprego subiu para 10,4% em janeiro em sete das maiores regiões metropolitanas do país. O índice foi divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e é 0,03 ponto percentual maior do que registrado em dezembro do ano passado (10,1%).
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese é feita mensalmente nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal. Segundo o estudo, em janeiro, foram eliminados 165 mil postos de trabalho nesses locais. Mais 108 mil pessoas deixaram a População Economicamente Ativa (PEA). Isso resultou em um aumento de 57 mil pessoas no número de desempregados.
Entre os setores, o nível de ocupação caiu nos serviços (1,1%), na indústria (1%), na construção civil (2,1%) e no agregado de outros setores (1,2%). Só o comércio registrou aumento do nível de ocupação, com crescimento de 1,1% e 35 mil postos gerados.
O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões pesquisadas também caiu 0,4% para os assalariados em dezembro ante novembro, passando a ser projetados em R$ 1.389,00, segundo a PED.
Monitor Mercantil,23/02/2011
A taxa de desemprego subiu para 10,4% em janeiro em sete das maiores regiões metropolitanas do país. O índice foi divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e é 0,03 ponto percentual maior do que registrado em dezembro do ano passado (10,1%).
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese é feita mensalmente nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal. Segundo o estudo, em janeiro, foram eliminados 165 mil postos de trabalho nesses locais. Mais 108 mil pessoas deixaram a População Economicamente Ativa (PEA). Isso resultou em um aumento de 57 mil pessoas no número de desempregados.
Entre os setores, o nível de ocupação caiu nos serviços (1,1%), na indústria (1%), na construção civil (2,1%) e no agregado de outros setores (1,2%). Só o comércio registrou aumento do nível de ocupação, com crescimento de 1,1% e 35 mil postos gerados.
O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões pesquisadas também caiu 0,4% para os assalariados em dezembro ante novembro, passando a ser projetados em R$ 1.389,00, segundo a PED.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Revolta árabe se expande e ameaça interesses dos EUA na região
Revolta árabe se expande e ameaça interesses dos EUA na região
Revolução no Egito inspira onda de levantes nos países árabes; repressão não consegue conter as revoltas
• O furacão revolucionário que começou na Tunísia e virou o Egito de ponta cabeça, continua varrendo o Norte da África contra ditaduras que há décadas estão no poder. Inspirados pela revolução no Egito, as massas da Líbia, Bahrein, Iêmen, Marrocos e também do Irã estão indo às ruas, enfrentando ditaduras e monarquias.
Nos últimos dias, as massas da Líbia e do Bahrein iniciaram verdadeiros levantes contra os regimes opressores. A brutal repressão, longe de arrefecer os protestos, incendeia ainda mais os manifestantes que lutam por liberdades democráticas.
Khadafi lidera repressão na Líbia
Na Líbia, os protestos se chocam contra a ditadura de Muammar Khadafi. Nos últimos dias, milhares de pessoas protestam pela queda de seu primeiro-ministro, Baghdadi Mahmoudi e do próprio ditador que governa o país há 42 anos. Os protestos se concentram na capital Trípoli e na cidade portuária de Bhengazi, a segunda maior cidade do país, espalhando-se também para cidades como Al-Beyda e Zenta.
Nesse dia 17 milhares de pessoas foram às ruas no que chamara de “Dia da ira”. A repressão do regime foi brutal e haviam matado ao menos 24 pessoas até esse dia 18, segundo a ONG Human Rights Watch. Os protestos, no entanto, não cessam.
A revolta no país explodiu após a prisão do advogado e ativista Fethi Tarbel, que defendia presos políticos da prisão de Abu Salim, conhecida por abrigar presos políticos e palco de um massacre que assassinou mil pessoas em 1996. Os protestos contra a prisão do advogado evoluíram para grandes manifestações que enfrentam agora a ditadura.
Na tarde desse dia 18, forças de oposição, segundo a imprensa, declararam que a cidade de Al Beyida estava “nas mãos do povo”. Já a ditadura ameaçou que a repressão será “arrasadora” a quem se levantar contra o governo. O Exército ocupou a cidade de Benghazi e o governo proibiu reuniões.
Fica cada vez mais clara a posição de Khadafi ao prestar total apoio ao então ditador da Tunísia, Ben Ali, diante dos protestos que mais tarde derrubariam seu governo. O ditador líbio tinha claro que a sua vez estava próxima.
Manifestantes em Bahrein
EUA preocupado com o Bahrein
Outro país que enfrenta intensos protestos é o pequeno Bahrein, cujas manifestações pedem o fim da dinastia do rei Hamad Bin Issa al-Khalifa. Apesar de pequeno e pouco populoso (menos de um milhão de habitantes), o Bahrein é visto como um país estratégico por sua localização no Golfo pérsico, bem ao lado da Arábia Saudita, e por abrigar a 5ª Frota da Marinha norte-americana.
Até a noite desse dia 17, seis pessoas já haviam sido mortas a tiros pela polícia, na desocupação da Praça Pérola na capital Manama, que os manifestantes desejavam transformar em outra “Praça Tahrir”. Na manhã seguinte, o funeral das vítimas se tornou um grande ato contra a monarquia de Hamad. Na tarde do dia 18, segundo a imprensa internacional, o Exército abriu fogo contra a multidão que se dirigia à Praça Pérola e planejava retomar a praça.
A repressão, embora brutal, só intensifica os protestos e aprofunda as reivindicações. ”Estávamos só pedindo a demissão do governo, mas agora queremos o mesmo para a família real”, disse Ahmed Makki Abu Taki à imprensa. O irmão do manifestante foi uma das vítimas da repressão no país.
O país, uma monarquia constitucional, conta com um parlamento que na prática cumpre uma função decorativa. Os protestos começaram entre os xiitas que constituem a maioria da população e reclamam de discriminação por parte do governo sunita. A radicalização da repressão, porém, fez com que os sunitas também apoiassem as manifestações.
Os EUA acompanham com apreensão o rumo do levante. O Pentágono chegou a emitir uma nota pedindo o fim da “violência”. “O Bahrein é um parceiro importante e o departamento está acompanhando de perto os acontecimentos”, disse o porta-voz do Pentágono.
Período de instabilidade
Após a queda de Mubarak no Egito as manifestações, que já vinham se generalizando na região, ganharam novo impulso. A revolução egípcia mostrou às massas árabes que elas podem tomar o destino em suas mãos e derrubar ditaduras que há décadas estão no poder. Até no Iraque houve protestos contra as duras condições de vida enfrentadas pela população.
O governo Obama vem tentando, habilmente, canalizar a insatisfação árabe e conter as revoltas, chegando até a declarar apoio às reivindicações das manifestações. Resta saber até que ponto a polarização em regiões chaves ao Imperialismo, como o pequeno Bahrein, e o aumento da revolta da população no Iraque da convulsão social no mundo árabe não vão desmascarar os EUA.
Revolução no Egito inspira onda de levantes nos países árabes; repressão não consegue conter as revoltas
Da redação, Opinião Socialista, 18/2/2011 |
• O furacão revolucionário que começou na Tunísia e virou o Egito de ponta cabeça, continua varrendo o Norte da África contra ditaduras que há décadas estão no poder. Inspirados pela revolução no Egito, as massas da Líbia, Bahrein, Iêmen, Marrocos e também do Irã estão indo às ruas, enfrentando ditaduras e monarquias.
Nos últimos dias, as massas da Líbia e do Bahrein iniciaram verdadeiros levantes contra os regimes opressores. A brutal repressão, longe de arrefecer os protestos, incendeia ainda mais os manifestantes que lutam por liberdades democráticas.
Khadafi lidera repressão na Líbia
Na Líbia, os protestos se chocam contra a ditadura de Muammar Khadafi. Nos últimos dias, milhares de pessoas protestam pela queda de seu primeiro-ministro, Baghdadi Mahmoudi e do próprio ditador que governa o país há 42 anos. Os protestos se concentram na capital Trípoli e na cidade portuária de Bhengazi, a segunda maior cidade do país, espalhando-se também para cidades como Al-Beyda e Zenta.
Nesse dia 17 milhares de pessoas foram às ruas no que chamara de “Dia da ira”. A repressão do regime foi brutal e haviam matado ao menos 24 pessoas até esse dia 18, segundo a ONG Human Rights Watch. Os protestos, no entanto, não cessam.
A revolta no país explodiu após a prisão do advogado e ativista Fethi Tarbel, que defendia presos políticos da prisão de Abu Salim, conhecida por abrigar presos políticos e palco de um massacre que assassinou mil pessoas em 1996. Os protestos contra a prisão do advogado evoluíram para grandes manifestações que enfrentam agora a ditadura.
Na tarde desse dia 18, forças de oposição, segundo a imprensa, declararam que a cidade de Al Beyida estava “nas mãos do povo”. Já a ditadura ameaçou que a repressão será “arrasadora” a quem se levantar contra o governo. O Exército ocupou a cidade de Benghazi e o governo proibiu reuniões.
Fica cada vez mais clara a posição de Khadafi ao prestar total apoio ao então ditador da Tunísia, Ben Ali, diante dos protestos que mais tarde derrubariam seu governo. O ditador líbio tinha claro que a sua vez estava próxima.
Manifestantes em Bahrein
EUA preocupado com o Bahrein
Outro país que enfrenta intensos protestos é o pequeno Bahrein, cujas manifestações pedem o fim da dinastia do rei Hamad Bin Issa al-Khalifa. Apesar de pequeno e pouco populoso (menos de um milhão de habitantes), o Bahrein é visto como um país estratégico por sua localização no Golfo pérsico, bem ao lado da Arábia Saudita, e por abrigar a 5ª Frota da Marinha norte-americana.
Até a noite desse dia 17, seis pessoas já haviam sido mortas a tiros pela polícia, na desocupação da Praça Pérola na capital Manama, que os manifestantes desejavam transformar em outra “Praça Tahrir”. Na manhã seguinte, o funeral das vítimas se tornou um grande ato contra a monarquia de Hamad. Na tarde do dia 18, segundo a imprensa internacional, o Exército abriu fogo contra a multidão que se dirigia à Praça Pérola e planejava retomar a praça.
A repressão, embora brutal, só intensifica os protestos e aprofunda as reivindicações. ”Estávamos só pedindo a demissão do governo, mas agora queremos o mesmo para a família real”, disse Ahmed Makki Abu Taki à imprensa. O irmão do manifestante foi uma das vítimas da repressão no país.
O país, uma monarquia constitucional, conta com um parlamento que na prática cumpre uma função decorativa. Os protestos começaram entre os xiitas que constituem a maioria da população e reclamam de discriminação por parte do governo sunita. A radicalização da repressão, porém, fez com que os sunitas também apoiassem as manifestações.
Os EUA acompanham com apreensão o rumo do levante. O Pentágono chegou a emitir uma nota pedindo o fim da “violência”. “O Bahrein é um parceiro importante e o departamento está acompanhando de perto os acontecimentos”, disse o porta-voz do Pentágono.
Período de instabilidade
Após a queda de Mubarak no Egito as manifestações, que já vinham se generalizando na região, ganharam novo impulso. A revolução egípcia mostrou às massas árabes que elas podem tomar o destino em suas mãos e derrubar ditaduras que há décadas estão no poder. Até no Iraque houve protestos contra as duras condições de vida enfrentadas pela população.
O governo Obama vem tentando, habilmente, canalizar a insatisfação árabe e conter as revoltas, chegando até a declarar apoio às reivindicações das manifestações. Resta saber até que ponto a polarização em regiões chaves ao Imperialismo, como o pequeno Bahrein, e o aumento da revolta da população no Iraque da convulsão social no mundo árabe não vão desmascarar os EUA.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Mínimo de R$545: escolhas e pouca ciência no Governo
Salário mínimo em apenas R$545: uma discussão que mostra as opções escolhidas e a falta de cientificidade dos argumentos do Governo.
Opções
Marcos Oliveira e Sergio Souto - Monitor Mercantil, 18/02/2011
A ser crível o cálculo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o aumento do salário de mínimo para R$ 560 provocaria um custo extra de R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos, o número equivale a praticamente ao mesmo tamanho do rombo provocado por fraudes no Banco Panamericano, que, diante da incapacidade do Banco Central para detectar o problema, receberá aportes de pelo menos R$ 8 bilhões da Caixa Econômica Federal, para continuar operando.
Haveres e deveres
A dúvida sobre a precisão do número apresentado por Mantega - ele estima que cada R$ 1 a mais no bolso de aposentados e pensionistas resulta num acréscimo de R$ 300 milhões na folha da Previdência Social - vem do fato de o cálculo sobre gastos nunca ser acompanhado pelo dos ganhos via aumento de consumo e, et por cause, da arrecadação com impostos. Ou, na linguagem dos guarda-livros, só "deveres sem haveres".
Opções
Marcos Oliveira e Sergio Souto - Monitor Mercantil, 18/02/2011
A ser crível o cálculo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o aumento do salário de mínimo para R$ 560 provocaria um custo extra de R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos, o número equivale a praticamente ao mesmo tamanho do rombo provocado por fraudes no Banco Panamericano, que, diante da incapacidade do Banco Central para detectar o problema, receberá aportes de pelo menos R$ 8 bilhões da Caixa Econômica Federal, para continuar operando.
Haveres e deveres
A dúvida sobre a precisão do número apresentado por Mantega - ele estima que cada R$ 1 a mais no bolso de aposentados e pensionistas resulta num acréscimo de R$ 300 milhões na folha da Previdência Social - vem do fato de o cálculo sobre gastos nunca ser acompanhado pelo dos ganhos via aumento de consumo e, et por cause, da arrecadação com impostos. Ou, na linguagem dos guarda-livros, só "deveres sem haveres".
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Emprego ainda é difícil, especialmente aos jovens
Ainda é difícil a procura por emprego, sendo que com carteira assinada ainda mais, especialmente para jovens.
45% buscam emprego há mais de 6 meses
Monitor Mercantil, 16/02/2011
COM 54% DOS JOVENS DESEMPREGADOS, PAÍS ESTÁ LONGE DO PLENO EMPREGO
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo mostrando que cerca de 45% dos desempregados procuram trabalho há mais de seis meses. Outros 25% estão há mais de um ano procurando trabalho. E cerca de 54% da massa de desempregados são jovens entre 18 e 29 anos.
Para o técnico de Planejamento e Pesquisa Brunu Amorim, essa situação, além de demonstrar que o Brasil está longe do pleno emprego, é preocupante porque representa risco de uma perda de habilidades e vínculos profissionais.
Quanto ao acesso à renda, o estudo revela que a maioria dos trabalhadores informais não recebe um terço de salário nas férias nem 13º terceiro salário, enquanto entre os trabalhadores formalizados cerca de 97% recebem seus direitos trabalhistas em dia.
Cerca de 18% dos trabalhadores formais entrevistados afirmaram que o valor de seu salário não é registrado corretamente na carteira de trabalho, número considerado elevado pelos pesquisadores.
45% buscam emprego há mais de 6 meses
Monitor Mercantil, 16/02/2011
COM 54% DOS JOVENS DESEMPREGADOS, PAÍS ESTÁ LONGE DO PLENO EMPREGO
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo mostrando que cerca de 45% dos desempregados procuram trabalho há mais de seis meses. Outros 25% estão há mais de um ano procurando trabalho. E cerca de 54% da massa de desempregados são jovens entre 18 e 29 anos.
Para o técnico de Planejamento e Pesquisa Brunu Amorim, essa situação, além de demonstrar que o Brasil está longe do pleno emprego, é preocupante porque representa risco de uma perda de habilidades e vínculos profissionais.
Quanto ao acesso à renda, o estudo revela que a maioria dos trabalhadores informais não recebe um terço de salário nas férias nem 13º terceiro salário, enquanto entre os trabalhadores formalizados cerca de 97% recebem seus direitos trabalhistas em dia.
Cerca de 18% dos trabalhadores formais entrevistados afirmaram que o valor de seu salário não é registrado corretamente na carteira de trabalho, número considerado elevado pelos pesquisadores.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Após 15 dias no Egito, brasileiro volta ao Brasil e faz palestra no Rio
Após 15 dias no Egito, brasileiro volta ao Brasil e faz palestra no Rio de Janeiro
Correspondente registrou os diversos momentos da revolução, dos ataques a jornalistas até a queda de Mubarak
SERVIÇO
Palestra
Sexta-feira, 18/2, 18h - Auditório Sind-Justiça (Travessa do Paço, 23, 14º andar – Centro, Rio)
CONTATO, FOTOS E ENTREVISTAS
Rodrigo Noel - (21) 9511.0045 rpocadesouza-rj@yahoo.com.br
Dirley Santos - (21) 8676.6239 dirleysantos@yahoo.com.br
Rafael Miranda - (21) 8438.7607
Assessoria SP (11) 6792.3022
INTERNET
http://umbrasileironoegito.wordpress.com
http://www.twitter.com/diretodoEgito
Por Juzerley Santos
Nesta quinta-feira, dia 17, Luiz Gustavo Porfírio retorna ao Brasil depois de passar 15 dias acompanhando os atos no Cairo. Ele esteve diariamente na Praça Tahrir, com os manifestantes que acabaram retirando o ditador Hosni Mubarak do comando do país. Neste período, Luiz enviou notícias e entrevistas ao jornal Opinião Socialista e manteve um blog e uma conta no twitter, onde publicava notícias direto dos atos na Praça.
De volta ao Brasil, Luiz fará palestras nos estados. Na sexta-feira, 18, às 18h, ele conta a sua experiência em uma palestra no Centro do Rio (Tv. do Paço, 23, 14º andar). “Foi incrível poder ver de perto uma revolução acontecendo. E testemunhar a força do povo egípcio, que não desistiu, mesmo depois de quase 300 mortes”, conta. Luiz chegou ao Cairo no dia 2 de fevereiro, horas depois de bandos avançarem contra os manifestantes na Praça, com cavalos e camelos. As imagens impressionaram o mundo todo e, junto com as ameaças aos jornalistas, mostraram também o risco que envolvia a cobertura.
“Passei por muitas barreiras, com homens armados, com barras de ferro. A primeira vez que me senti seguro foi na Praça, após o ato de sexta-feira”, revela. Luiz conta que o povo egípcio e os jovens acampados na Praça Tahrir eram muito solidários. “Foi uma experiência única que aconteceu ali naqueles dias. Uma fraternidade, onde todos participavam, com um só objetivo. Era muito bonito de se ver”, conta.
Um dos momentos mais marcantes para ele ocorreu na Praça Tahrir, no dia 10, quando Mubarak fez um discurso na TV. “Todos acharam que ele iria renunciar naquele dia, e correram para a Praça. Descobri que é possível juntar um milhão de pessoas em total silêncio”, lembra. A renúncia só veio no dia seguinte, e Luiz estava lá, acompanhando a festa dos egípcios. “Fui abraçado, beijado. Nunca vi tanta alegria reunida”.
Luiz é historiador e pesquisa a história e a luta do povo palestino. Mesmo deixando o Egito, ele seguirá acompanhando o destino desse país. “Eles conseguiram derrubar um ditador, mas o governo ainda está na mão dos militares". Segundo ele, várias lideranças querem um governo civil no país e todas as liberdades. "Eles não querem uma revolução pela metade”, afirma.
Ele estará em um debate nesta quinta, 17, em São Paulo. Na sexta, 18, vai ao Rio de Janeiro. A cobertura completa da viagem está no blog http://umbrasileironoegito.wordpress.com, que ele seguirá atualizando nas próximas semanas.
Palestra
Sexta-feira, 18/2, 18h - Auditório Sind-Justiça (Travessa do Paço, 23, 14º andar – Centro, Rio)
CONTATO, FOTOS E ENTREVISTAS
Rodrigo Noel - (21) 9511.0045 rpocadesouza-rj@yahoo.com.br
Dirley Santos - (21) 8676.6239 dirleysantos@yahoo.com.br
Rafael Miranda - (21) 8438.7607
Assessoria SP (11) 6792.3022
INTERNET
http://umbrasileironoegito.wordpress.com
http://www.twitter.com/diretodoEgito
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Os dilemas macroeconômicos do Governo Dilma. Se escolherá uma alternativa a favor dos trabalhadores?
Há quatro grandes dilemas macroeconômicos do Governo Dilma logo em seu início. São eles, o câmbio apreciado, a alta taxa de juros, a inflação em leve alta e a preocupação com o aumento do gasto público puxado pela realização da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. A pergunta que fica: a saída escolhida pela presidenta será em benefício dos trabalhadores, ou dos políticos, empresários e banqueiros?
Juros, câmbio e inflação desafiam gestão de Dilma
S. Barreto Motta, Monitor Mercantil, 15/02/2011
Neste início de ano, alguns empecilhos impedem Dilma Rousseff de relaxar, viajando pelo Brasil e comparecer a inaugurações - tanto de obras como lançamento de pedras fundamentais, como fazia seu antecessor. É que problemas surgem de todo lado e com intensidade.
[câmbio] O câmbio se apresenta como o principal desafio. O aumento de IOF - uma boa sinalização do ministro Guido Mantega, ainda com Lula - se mostrou ineficaz, pois dinheiro especulativo continua entrando no país. O dano à indústria nacional não pode ser sanado com ajudas específicas do governo e nem mesmo com aumento de alíquotas de importação, pois os chineses conseguem exportar através de países próximos. E comprar dólares dia-a-dia gera um custo adicional ao país, pois o ganho não chega a 3% ao ano e o custo da dívida interna supera 11%.
[juros] Com os juros, há um mistério. O país é emergente, saudado por todo o mundo como futura potência e alguns analistas chegam a mostrar piedade diante da boa situação nacional ante problemas europeus e americanos. Mas os juros básicos nos Estados Unidos e Japão beiram a zero e, no Brasil, estão em 11,25% - e ainda se fala em novos aumentos. Quanto aos juros de mercado, os dados são da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac). Sua pesquisa indica que a média cobrada no comércio é de 96,49%; o empréstimo pessoa-física em financeira tem taxa média de 203%; e o recorde nos juros está com as empresas de cartão de crédito - cuja propaganda as mostra como politicamente corretas, sempre ao lado da ecologia e da cidadania - que cobram, em média, 238,3% de juros. Níveis inacreditáveis, notadamente o cobrado pelas administradoras de cartões.
[inflação] Quanto à inflação, é pequena, inferior a 6% ao ano, mas está em alta, o que acende sinal amarelo no governo. No caso de aluguéis, a taxa supera 10%, o que já gera algum desconforto, aliado à exagerada alta no mercado imobiliário - tanto para venda como para aluguel. E o que é preocupante é que, se o real perder valor em relação ao dólar - o que a indústria espera fervorosamente - haverá efeito inflacionário, por conta de itens importados necessários - como azeite, trigo, remédios e equipamentos industriais. Isso leva o governo a, de certo modo, aprovar a valorização do real.
[Copa, Olímpiadas e gasto público] Em meio a tantos problemas, a presidente Dilma ainda tem de se deparar com Copa do Mundo e Olimpíadas, pois todos sabem que os estados - no caso da Copa - e o Rio - quanto à Olimpíada - esperam transferir a maior parte dos ônus dessas festas para a União. Com relação ao trem-bala, trata-se de projeto de R$ 35 bilhões, que pode facilmente duplicar de preço. Até agora, Dilma sinaliza que irá licitar a polêmica obra em abril, mas há dúvida no ar.
Juros, câmbio e inflação desafiam gestão de Dilma
S. Barreto Motta, Monitor Mercantil, 15/02/2011
Neste início de ano, alguns empecilhos impedem Dilma Rousseff de relaxar, viajando pelo Brasil e comparecer a inaugurações - tanto de obras como lançamento de pedras fundamentais, como fazia seu antecessor. É que problemas surgem de todo lado e com intensidade.
[câmbio] O câmbio se apresenta como o principal desafio. O aumento de IOF - uma boa sinalização do ministro Guido Mantega, ainda com Lula - se mostrou ineficaz, pois dinheiro especulativo continua entrando no país. O dano à indústria nacional não pode ser sanado com ajudas específicas do governo e nem mesmo com aumento de alíquotas de importação, pois os chineses conseguem exportar através de países próximos. E comprar dólares dia-a-dia gera um custo adicional ao país, pois o ganho não chega a 3% ao ano e o custo da dívida interna supera 11%.
[juros] Com os juros, há um mistério. O país é emergente, saudado por todo o mundo como futura potência e alguns analistas chegam a mostrar piedade diante da boa situação nacional ante problemas europeus e americanos. Mas os juros básicos nos Estados Unidos e Japão beiram a zero e, no Brasil, estão em 11,25% - e ainda se fala em novos aumentos. Quanto aos juros de mercado, os dados são da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac). Sua pesquisa indica que a média cobrada no comércio é de 96,49%; o empréstimo pessoa-física em financeira tem taxa média de 203%; e o recorde nos juros está com as empresas de cartão de crédito - cuja propaganda as mostra como politicamente corretas, sempre ao lado da ecologia e da cidadania - que cobram, em média, 238,3% de juros. Níveis inacreditáveis, notadamente o cobrado pelas administradoras de cartões.
[inflação] Quanto à inflação, é pequena, inferior a 6% ao ano, mas está em alta, o que acende sinal amarelo no governo. No caso de aluguéis, a taxa supera 10%, o que já gera algum desconforto, aliado à exagerada alta no mercado imobiliário - tanto para venda como para aluguel. E o que é preocupante é que, se o real perder valor em relação ao dólar - o que a indústria espera fervorosamente - haverá efeito inflacionário, por conta de itens importados necessários - como azeite, trigo, remédios e equipamentos industriais. Isso leva o governo a, de certo modo, aprovar a valorização do real.
[Copa, Olímpiadas e gasto público] Em meio a tantos problemas, a presidente Dilma ainda tem de se deparar com Copa do Mundo e Olimpíadas, pois todos sabem que os estados - no caso da Copa - e o Rio - quanto à Olimpíada - esperam transferir a maior parte dos ônus dessas festas para a União. Com relação ao trem-bala, trata-se de projeto de R$ 35 bilhões, que pode facilmente duplicar de preço. Até agora, Dilma sinaliza que irá licitar a polêmica obra em abril, mas há dúvida no ar.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Lançamento da Campanha Unificada dos Servidores Federais
Hoje é dada largada na Campanha Salarial Unifica dos Servidores Públicos Federais. O ano de 2011 será de dificuldades na luta dos servidores, em particular na questão salarial, devido ao já referido aperto fiscal e o ressurgimento da proposta de congelamento dos gastos com pessoal no governo federal. Dessa forma é urgente a integração do movimento dos servidores do MDA com o das outras categorias do serviço público federal na Campanha Salarial 2011.
Mais do que uma campanha por reajustes salariais, a mobilização dos servidores federais se reveste de resistência em defesa do serviço público e de seus servidores contra as medidas que o Governo Dilma anunciou, especialmente os cortes no Orçamento da União, a suspensão de novos concursos públicos e convocação de já aprovados e o congelamento de reajustes salariais. O Governo prefere preservar recursos para os banqueiros, políticos e empreiteiras do PAC.Os servidores não podem ficar inertes, precisam reagir e se mobilizar. Dar início à luta por melhores salários e condições de trabalho e por mais recursos para os programas dos seus órgãos.
A Condsef (Confederação dos Servidores Federais), com o apoio da CSP-CONLUTAS, CUT, CTB, INTERSINDICAL, convoca todos os servidores públicos federais para participar do ato de lançamento da Campanha Salarial Unificada, na próxima quarta-feira, dia 16 de fevereiro, na Esplanada dos Ministérios com uma marcha pela Esplanada dos Ministérios e um grande Ato Público em frente ao Congresso Nacional. A marcha será precedida de uma assembleia no Espaço do Servidor, às 8h30, para a eleição de delegados à Plenária da Condsef, que acontece na quinta-feira, dia 17.02.
Eixos da Campanha Salarial 2011
- Data-base para 1° de maio
- Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;
- Regulamentação/Institucionalização da negociação coletiva no setor público e direito de greve irrestrito;
- Retirado dos PLP’s, MP’s, Decretos contrários aos interesses dos servidores públicos (PLP 549/09, PLP 248/98, PLP 92/07, MP 520/09 e demais proposições);
- Cumprimento por parte do governo dos acordos firmados;
- Paridade entre Ativos, Aposentados e Pensionistas;
- Política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações;
- Salário mínimo de R$ 580,00;
- Correção da tabela do Imposto de Renda.
Calendário
Dia 15.02 (terça-feira)
- Reunião da Comissão Organizadora da Manifestação
- Distribuição de “Carta aos Parlamentares” no Congresso Nacional
Dia 16.02 (quarta-feira)
- Pela manhã bem cedo – Chegada das caravanas com concentração na Catedral de Brasília;
- 9h – Deslocamento em marcha pela Esplanada dos Ministérios e panfletagem da “Carta aberta à população”. Breve parada em frente ao Ministério do Planejamento (SRH) para algumas falas;
- 10h30 – Início do ato na frente do Congresso Nacional.
Dia 17.02 (quinta-feira)
- Plenárias Nacionais Setoriais das categorias.
Dia 18.02 (sexta-feira)
- Reunião Ampliada das Entidades Nacionais.
Mais do que uma campanha por reajustes salariais, a mobilização dos servidores federais se reveste de resistência em defesa do serviço público e de seus servidores contra as medidas que o Governo Dilma anunciou, especialmente os cortes no Orçamento da União, a suspensão de novos concursos públicos e convocação de já aprovados e o congelamento de reajustes salariais. O Governo prefere preservar recursos para os banqueiros, políticos e empreiteiras do PAC.Os servidores não podem ficar inertes, precisam reagir e se mobilizar. Dar início à luta por melhores salários e condições de trabalho e por mais recursos para os programas dos seus órgãos.
A Condsef (Confederação dos Servidores Federais), com o apoio da CSP-CONLUTAS, CUT, CTB, INTERSINDICAL, convoca todos os servidores públicos federais para participar do ato de lançamento da Campanha Salarial Unificada, na próxima quarta-feira, dia 16 de fevereiro, na Esplanada dos Ministérios com uma marcha pela Esplanada dos Ministérios e um grande Ato Público em frente ao Congresso Nacional. A marcha será precedida de uma assembleia no Espaço do Servidor, às 8h30, para a eleição de delegados à Plenária da Condsef, que acontece na quinta-feira, dia 17.02.
Eixos da Campanha Salarial 2011
- Data-base para 1° de maio
- Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;
- Regulamentação/Institucionalização da negociação coletiva no setor público e direito de greve irrestrito;
- Retirado dos PLP’s, MP’s, Decretos contrários aos interesses dos servidores públicos (PLP 549/09, PLP 248/98, PLP 92/07, MP 520/09 e demais proposições);
- Cumprimento por parte do governo dos acordos firmados;
- Paridade entre Ativos, Aposentados e Pensionistas;
- Política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações;
- Salário mínimo de R$ 580,00;
- Correção da tabela do Imposto de Renda.
Calendário
Dia 15.02 (terça-feira)
- Reunião da Comissão Organizadora da Manifestação
- Distribuição de “Carta aos Parlamentares” no Congresso Nacional
Dia 16.02 (quarta-feira)
- Pela manhã bem cedo – Chegada das caravanas com concentração na Catedral de Brasília;
- 9h – Deslocamento em marcha pela Esplanada dos Ministérios e panfletagem da “Carta aberta à população”. Breve parada em frente ao Ministério do Planejamento (SRH) para algumas falas;
- 10h30 – Início do ato na frente do Congresso Nacional.
Dia 17.02 (quinta-feira)
- Plenárias Nacionais Setoriais das categorias.
Dia 18.02 (sexta-feira)
- Reunião Ampliada das Entidades Nacionais.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Déficit externo cresceu 4x no Plano Real
Déficit externo cresceu 4 vezes no Plano Real
Monitor Mercantil, 11/02/2011 Segundo o professor Ricardo Bergamini, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o déficit anual médio da conta de serviços no balanço de pagamentos do Brasil saltou de US$ 19 bilhões, entre 1995 e 2002, para US$ 50 bilhões, no período 2003-2010. Já o déficit acumulado de 1990 a 1994, saiu de US$ 70,1 bilhões para US$ 341,2 bilhões.
O economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, destaca que, além dos déficits crônicos e estruturais, como no segmento de seguros, setores como transporte marítimo internacional não pararam regredir desde a desativação do Lloyds e a derrubada da reserva de mercado.
"As remessas de lucros, juros e royalties devidos ao capital estrangeiro também dispararam. Essa tendência se tornou estrutural após as privatizações e se mantém crescente na medida que avança a desnacionalização da economia brasileira", alerta Ávila, lembrando que essa tendência já fora observada por Raul Prebisch, economista argentino, ao analisar os resultados do liberalismo imperial britânico na América Latina, ao longo do século XIX até 1930: "Daí formulou sua tese sobre a deterioração dos termos de intercâmbio e o déficit estrutural do balanço de pagamentos, gerador de dívida externa e, consequentemente, dependência econômica."
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Mubarak renúncia. Egípcios terão que lutar por mudanças para valer
. Mubarak renúncia, um dia após não querer largar o osso e ter dinheiro bloqueado na Suíça, foi descartado pelos militares e EUA. Militares assumem o poder e tentam desmontar as mobilizações. Mas os militares e seus interesses econômicos permanecem apegados ao poder e vão querer repactuar o sistema político preservando-se. Juventude e trabalhadores egípcios terão de manter pressão por mudanças pra valer e não há alternativa à legitimidade da força e voz do povo.
Mudança para valer
Marcos Oliveira e Sergio Souto, 11/02/2011
A revolução sustentada pelo povo egípcio, nos quase 20 dias em que ocupou as ruas do país, não pode ser apropriada e diluída por qualquer aventureiro ou potências que, durante cerca de 30 anos, sustentaram política, militar e financeiramente a ditadura de Mubarak. A energia e bravura mostrada pelos diferentes atores sociais que enfrentaram o governo, dificilmente, aceitaram que, mais uma vez, prevaleça o conselho de Tancredi ao príncipe Salina, em O leopardo, de Luchino Visconti: "Algo precisa mudar, para que tudo permaneça igual." Os egípcios, como confirmar o crescimento das multidões nas ruas, após concessões de oposicionistas vacilantes à ditadura decadente, querem a mudança do modelo, não apenas do ditador de plantão.
MILITARES SUBSTITUEM MUBARAK PROMETENDO NÃO IGNORAR A VOZ DAS RUAS
Monitor Mercantil, 11/02/2011
A renúncia do ditador egípcio, Hosni Mubarak, depois de 18 dias de uma revolução que varreu o país, não encerra o processo de mudanças no Egito. O reconhecimento foi feito pelo Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, para o qual "não há alternativa à legitimidade do povo".
Esse sentimento fez-se sentir também na renúncia do vice-presidente, Omar Suleiman, que o regime desejava que controlasse o processo. Esse papel será ocupado pelo Conselho, indicado pelo próprio Mubarak, no curto documento em que anuncia sua saída.
As renúncias foram anunciadas em comunicado na rede estatal de televisão, um dia depois de Mubarak insistir em permanecer no poder. A resistência do ditador a largar o osso fez aumentar as manifestações nas ruas, fortalecidas por greves deflagradas em várias setores, inclusive no Canal de Suez.
O Conselho prometeu detalhar, em breve, as medidas para democratizar o país, Na primeira declaração após a renúncia de Mubarak, os militares expressaram seu agradecimento "a todos os mártires que sacrificaram a vida" a favor da liberdade do país.
A declaração foi lida pelo porta-voz militar, Ismail Etman, e diz ainda que as Forças Armadas estão conscientes do "momento histórico" que vive o Egito.
Os militares afirmam estarem conscientes da gravidade da renúncia e também dos pedidos da nação por mudanças. Os militares afirmaram que o Conselho Supremo das Forças Armadas avalia a situação para tomar as medidas necessárias. E reiteraram "não haver alternativa à legitimidade do povo". O Conselho, porém, agradeceu, em comunicado, a Mubarak "pelo seu trabalho patriótico durante a guerra e a paz".
Os bancos suíços anunciaram terem bloqueados todos depósitos de Mubarak e familiares naquele país.
Egípcios terão de manter pressão por mudanças
Monitor Mercantil, 11/02/2011
Brasília - Embora seja um "bonito marco" na história do Oriente Médio, a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, deve ser encarada como o início de um longo processo político que desencadeará novos conflitos sociais. A opinião é do professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF) Bernardo Kocher: "Mubarak foi descartado, mas os militares e seus interesses econômicos permanecem apegados ao poder e vão querer repactuar o sistema político preservando-se", afirmou à Agência Brasil.
E destacou que Mubarak - ex-comandante da Força Aérea - e seus dois últimos antecessores governaram com o apoio dos militares.
Com a renúncia de Mubarak e do vice Omar Suleiman, o governo será exercido pelo Conselho Supremo das Forças Armadas até novembro. Só então tomará posse o candidato que vencer as eleições de setembro. A transição será comandada pelo ministro da Defesa, marechal Mohamed Sayed Tantawi, de 79 anos.
"O papel dos militares na política e na economia egípcia é muito profundo e a população não vai poder descansar porque as forças que mantiveram Mubarak e seus antecessores no poder são as mesmas que agora vão controlar o país temporariamente."
Mudança para valer
Marcos Oliveira e Sergio Souto, 11/02/2011
A revolução sustentada pelo povo egípcio, nos quase 20 dias em que ocupou as ruas do país, não pode ser apropriada e diluída por qualquer aventureiro ou potências que, durante cerca de 30 anos, sustentaram política, militar e financeiramente a ditadura de Mubarak. A energia e bravura mostrada pelos diferentes atores sociais que enfrentaram o governo, dificilmente, aceitaram que, mais uma vez, prevaleça o conselho de Tancredi ao príncipe Salina, em O leopardo, de Luchino Visconti: "Algo precisa mudar, para que tudo permaneça igual." Os egípcios, como confirmar o crescimento das multidões nas ruas, após concessões de oposicionistas vacilantes à ditadura decadente, querem a mudança do modelo, não apenas do ditador de plantão.
MILITARES SUBSTITUEM MUBARAK PROMETENDO NÃO IGNORAR A VOZ DAS RUAS
Monitor Mercantil, 11/02/2011
A renúncia do ditador egípcio, Hosni Mubarak, depois de 18 dias de uma revolução que varreu o país, não encerra o processo de mudanças no Egito. O reconhecimento foi feito pelo Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, para o qual "não há alternativa à legitimidade do povo".
Esse sentimento fez-se sentir também na renúncia do vice-presidente, Omar Suleiman, que o regime desejava que controlasse o processo. Esse papel será ocupado pelo Conselho, indicado pelo próprio Mubarak, no curto documento em que anuncia sua saída.
As renúncias foram anunciadas em comunicado na rede estatal de televisão, um dia depois de Mubarak insistir em permanecer no poder. A resistência do ditador a largar o osso fez aumentar as manifestações nas ruas, fortalecidas por greves deflagradas em várias setores, inclusive no Canal de Suez.
O Conselho prometeu detalhar, em breve, as medidas para democratizar o país, Na primeira declaração após a renúncia de Mubarak, os militares expressaram seu agradecimento "a todos os mártires que sacrificaram a vida" a favor da liberdade do país.
A declaração foi lida pelo porta-voz militar, Ismail Etman, e diz ainda que as Forças Armadas estão conscientes do "momento histórico" que vive o Egito.
Os militares afirmam estarem conscientes da gravidade da renúncia e também dos pedidos da nação por mudanças. Os militares afirmaram que o Conselho Supremo das Forças Armadas avalia a situação para tomar as medidas necessárias. E reiteraram "não haver alternativa à legitimidade do povo". O Conselho, porém, agradeceu, em comunicado, a Mubarak "pelo seu trabalho patriótico durante a guerra e a paz".
Os bancos suíços anunciaram terem bloqueados todos depósitos de Mubarak e familiares naquele país.
Egípcios terão de manter pressão por mudanças
Monitor Mercantil, 11/02/2011
Brasília - Embora seja um "bonito marco" na história do Oriente Médio, a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, deve ser encarada como o início de um longo processo político que desencadeará novos conflitos sociais. A opinião é do professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF) Bernardo Kocher: "Mubarak foi descartado, mas os militares e seus interesses econômicos permanecem apegados ao poder e vão querer repactuar o sistema político preservando-se", afirmou à Agência Brasil.
E destacou que Mubarak - ex-comandante da Força Aérea - e seus dois últimos antecessores governaram com o apoio dos militares.
Com a renúncia de Mubarak e do vice Omar Suleiman, o governo será exercido pelo Conselho Supremo das Forças Armadas até novembro. Só então tomará posse o candidato que vencer as eleições de setembro. A transição será comandada pelo ministro da Defesa, marechal Mohamed Sayed Tantawi, de 79 anos.
"O papel dos militares na política e na economia egípcia é muito profundo e a população não vai poder descansar porque as forças que mantiveram Mubarak e seus antecessores no poder são as mesmas que agora vão controlar o país temporariamente."
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Cheio de cortes, Governo publica Lei Orçamentária de 2011
Governo publica Lei Orçamentária de 2011 no Diário Oficial
Agência Brasil, 10/02/2011
A Lei Orçamentária de 2011 foi publicada hoje no Diário Oficial da União. Ontem, o governo anunciou um corte recorde de R$ 50 bilhões no Orçamento para ajustar a economia, com redução do déficit nominal e manutenção da inflação sob controle. É o primeiro contingenciamento do governo Dilma Rousseff.
Com o corte, o governo esperar reduzir as despesas de R$ 769,9 bilhões para R$ 719,9 bilhões. Com isso, buscará cumprir a meta de superávit primário (receitas menos despesas excluindo pagamento de juros), reduzindo as despesas em R$ 81,8 bilhões ante os R$ 49,8 bilhões previstos anteriormente. Além deste valor, o esforço previsto para estados e municípios é de R$ 36,1 bilhões, totalizando R$ 117,9 bilhões de redução nas despesas. A economia corresponde a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB). No cálculo, foi levado em consideração uma projeção de crescimento da economia de 5% e não mais de 5,5% como estimava o governo. Para o salário mínimo, o governo considerou R$ 545.
Do lado das receitas, a previsão no Orçamento Fiscal é de uma redução de R$ 18 bilhões. Com isso, o governo espera arrecadar R$ 801,7 bilhões e não R$ 819 bilhões como foi estimado pelo Congresso Nacional. Para a Seguridade Social, o Orçamento chega a R$ 475,9 bilhões e para a rolagem da dívida pública federal R$ 678,5 bilhões.
Pela lei, a despesa total fixada nos orçamentos fiscal e da seguridade social é de R$ 1,966 trilhão, incluindo a relativa ao refinanciamento da dívida pública federal, interna e externa. Para custear as despesas da seguridade social serão alocados cerca de R$ 44 bilhões.
O governo garante que o corte de R$ 50 bilhões não afetará os investimentos previstos de R$ 170,8 bilhões, dos quais R$ 40,15 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A expectativa é reduzir os gastos, mantendo investimentos e programas sociais, de forma a alcançar crescimento de 5% em 2011, além de aumentar a eficiência no serviço público.
Entre as medidas para a redução dos gastos da máquina pública, foi anunciado um controle mais efetivo na folha de pagamento do serviço público federal com a implementação de um sistema que mostra indícios de irregularidades, como a acumulação de cargos e aposentadorias.
Outra medida é a redução de 50% em diárias e passagens e a proibição, em 2011, de aquisição, reforma e aluguel de imóveis e compra de veículos para uso administrativo. O governo quer ainda agilizar as compras compartilhadas de itens e serviços, estendendo para todos os ministérios projeto-piloto já em andamento. O governo também pretende combater desvios no abono e seguro desemprego. Concursos e nomeações estão suspensos.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Saiu ajuste fiscal de Dilma, Corte não toca em juro
Saiu o primeiro ajuste fiscal do Governo Dilma, e é mesmo pior do que se temia. O ministro Guido Mantega, da Fazenda, e a ministra Miriam Belchior, do Planejamento, anunciaram na tarde de ontem (9 fev.) um aperto fiscal duas vezes superior ao maior de Lula. Dilma inicia seu governo retirando R$ 50 bi do Orçamento de setores não-financeiros, um valor que corresponde a 70% do gasto previsto em 2011 para a Saúde e 93% para a Educação.
Em entrevista coletiva à tarde, ao lado de Mirian Belchior, o ministro da Fazenda Guido Mantega, que é visto por muitos como "desenvolvimentista", afirmou que a redução de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011 anunciada tende a ser definitiva. "Nada impede uma mudança desse quadro, mas o corte é mais drástico este ano do que foi em outros anos", afirmou. Por sua vez, Belchior falou que não haverão concursos públicos nem convocações de já aprovados e nenhum reajuste nos salários dos servidores. A ministra disse que até uma segunda ordem, todas as convocações estão suspensas. "Pedi um levantamento completo da situação de todos os concursos para avaliar caso a caso. Em princípio, as chamadas estão suspensas", explicou. Por sua vez, o detalhamento do corte e a priorização da redução dessas despesas só devem sair na semana que vem, após uma avaliação de cada caso. E o salário mínimo vai para o ridículo valor de R$545,00.
Tudo sob a justificativa que o governo federal tem que fazer um grande corte de gastos em 2011 para manter o crescimento da economia em um "ritmo sustentável" diminuindo a demanda do setor público. Quando na verdade, os sinais emitidos na economia são de que há redução na velocidade do crescimento da economia, o que deve pressionar menos os preços, um motivo para a equipe econômica não fosse rigorosa na política fiscal. E que a aceleração da inflação é puxado não pela alta da demanda agregada mas pela alta mundial nos preços das commodities e alimentos e no repasse aos preços dos produtos nacionais manufaturados, devido elevação dos custos industriais pela valorização cambial no Brasil (faz com que os custos industriais aumentassem 150% em relação ao dólar).
Contudo, Belchior e Mantega nada falaram que o verdadeiro vilão das contas públicas é o endividamento público, que até 25 de dezembro já consumira 7,19% do PIB em juros e amortizações, mais que qualquer gasto social. Por sua vez, o auto-aumento de cerca de 60% para os senadores e deputados federais e de 130% para os ministros e a presidente da República eleva em R$ 1,8 bilhão as despesas só na esfera federal. Com este valor, seria possível aumentar o salário mínimo em R$ 6. Dilma, Mantega e Belchior preferiram jogar o ônus de seu "ajuste" sobre os usuários dos serviços públicos e o servidor federal, preservando assim os recursos para os banqueiros, políticos e empreiteiras do PAC.
Governo anuncia corte de R$ 50 bilhões no Orçamento
www.terra.com.br - 09 de fevereiro de 2011 - LUCIANA COBUCCI
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, nesta quarta-feira, um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento para este ano, o primeiro contingenciamento do governo Dilma. A economia é coerente com a política de arrocho fiscal prometida por Dilma Rousseff para o primeiro ano de mandato. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o decreto com a distribuição da redução dos gastos nos ministérios será divulgado até o fim da próxima semana.
Mantega afirmou que o corte atingirá todos os ministérios, mas preserva os programas sociais do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida. "Todos os ministérios são atingidos por essa redução, significa que haverá sacrifício dos ministérios para se adequarem ao novo Orçamento", disse.
O aperto fiscal é mais forte que o anunciado no ano passado, durante o último ano de mandato do o ex-presidente Lula, quando foram contingenciados R$ 21,8 bilhões. O valor total que havia sido aprovado no dia 23 de dezembro pelo Congresso era de R$ 2,073 trilhões. Essa soma foi R$ 25,5 bilhões superior ao inicialmente proposto. O corte representa 2,41% do valor total.
O contingenciamento nas contas da União se contrapõe à reestimativa do Produto Interno Bruto (PIB) no ano, que subiu de R$ 3,9 trilhões para R$ 4,056 trilhões. Isso porque, de acordo com Mantega, a presidente Dilma fez cortes profundos no custeio da máquina. "Todo o corte visa a redução de gastos de custeio, aumentar a eficiência dos gastos, preservar os programas sociais, aumentar os investimentos e incitar a redução dos juros. Ao mesmo tempo, vamos exigir o aumento da eficiência do gasto. Com menos recursos, realizar as mesmas ou mais atividades. A escassez de recursos dos ministérios vai obriga-los a ter atitude", disse.
De acordo com o relatório divulgado nesta quarta, o crescimento do PIB brasileiro previsto para 2011 caiu de 5,5% para 5%. "É justamente para garantir que o crescimento sustentável tenha continuidade, para 2011 trabalhamos com crescimento de 5%. Não é o 7,5% do ano passado, mas é um nível alto de crescimento", afirmou.
O corte no Orçamento é uma maneira de o governo reduzir os gastos previstos e economizar para cumprir a meta de superávit primário (a economia feita para pagar juros da dívida pública). Este ano, o objetivo do governo é poupar R$ 125,5 bilhões, o equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Com o contingenciamento, o governo também tenta conter a demanda doméstica e as pressões inflacionárias, evitando que o Banco Central tenha que promover um aperto ainda maior na política monetária. Em janeiro, o BC já elevou a Selic de 10,75% para 11,25% ao ano.
A expectativa das instituições financeiras é de que novos aumentos do juro serão necessários, assim como mais medidas macroprudenciais, como as anunciadas em dezembro pelo mesmo BC para frear o crescimento do crédito.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou avanço de 0,83% em janeiro, mesma taxa de novembro, que fora a maior desde abril de 2005. O centro da meta do governo para o ano é de 4,5%.
Corte corresponde a 70% do orçamento para a saúde
O corte corresponde a dois terços do valor previsto para ser repassado ao Ministério da Saúde em 2011. O orçamento da pasta para este ano é de R$ 71 bilhões, o maior montante já destinado ao setor pelo governo federal desde 1995, quando o valor superava os R$ 91 bilhões.
Na comparação com o orçamento previsto para o Ministério da Educação em 2011, que é de R$ 54 bilhões, o corte equivale a 93% do montante. Ele equivale a apenas um quarto do valor previsto para gastos com pessoal ao longo de 2011, que é de R$ 200 bilhões.
O bloqueio de recursos atingirá todos os ministérios, mas o tamanho do corte em cada pasta só deve ser divulgado na próxima semana, após uma reunião da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, com cada titular. O aperto fiscal, no entanto, não vai atingir os programas sociais do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os cortes atingem, principalmente, despesas com o custeio da máquina pública. A determinação da presidente Dilma Rousseff é aumentar a eficiência dos gastos e os investimentos e provocar a redução dos juros. De acordo com o relatório divulgado nesta quarta, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro previsto para 2011 caiu de 5,5% para 5%.
Corte de gastos não toca em juro
Monitor Mercantil, 09/02/2011
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União de 2011. "A programação orçamentária de 2011 está passando por uma consolidação fiscal, que se deve ao fato de que o governo está retirando todos os estímulos para a economia entre 2009 e 2010, por conta da crise internacional. Hoje, estamos com a economia crescendo, com demanda forte. Já estamos retirando esses incentivos", anunciou Mantega, segundo a Agência Brasil.
O corte anunciado representa mais do que o dobro do contingenciamento imposto ao Orçamento de 2010, já o maior dos oito anos do Governo Lula, de R$ 21,8 bilhões.
O Orçamento de 2011, aprovado pelo Congresso Nacional no fim de 2010, previa R$ 2,073 trilhões para este ano. Com o corte, cai a R$ 2,023 trilhões.
Para o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, trata-se de "uma pá de cal no discurso desenvolvimentista do novo governo e na idéia de que a raposa fora tirada do galinheiro", numa referência à saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central (BC).
Para Ávila, o resultado das contas públicas em 2010 desmascara "a falácia de diversos analistas" que apontam os servidores públicos e a Previdência Social como os vilões do orçamento federal.
"Os gastos com pessoal caíram de 4,76% do PIB em 2009 para 4,55% em 2010. Já os gastos com benefícios previdenciários caíram de 7,06% do PIB em 2009 para 6,97% do PIB em 2010."
O economista criticou, ainda, a limitação do aumento do salário mínimo e a manutenção do fator previdenciário, que, para ele, funciona como uma "permanente reforma da Previdência".
Para Ávila, o verdadeiro vilão das contas públicas é o endividamento público, "que até 25 de dezembro já consumira 7,19% do PIB em juros e amortizações, mais que qualquer gasto social".
***
Veja o anúncio nas palavras dos dois ministros
Em entrevista coletiva à tarde, ao lado de Mirian Belchior, o ministro da Fazenda Guido Mantega, que é visto por muitos como "desenvolvimentista", afirmou que a redução de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011 anunciada tende a ser definitiva. "Nada impede uma mudança desse quadro, mas o corte é mais drástico este ano do que foi em outros anos", afirmou. Por sua vez, Belchior falou que não haverão concursos públicos nem convocações de já aprovados e nenhum reajuste nos salários dos servidores. A ministra disse que até uma segunda ordem, todas as convocações estão suspensas. "Pedi um levantamento completo da situação de todos os concursos para avaliar caso a caso. Em princípio, as chamadas estão suspensas", explicou. Por sua vez, o detalhamento do corte e a priorização da redução dessas despesas só devem sair na semana que vem, após uma avaliação de cada caso. E o salário mínimo vai para o ridículo valor de R$545,00.
Tudo sob a justificativa que o governo federal tem que fazer um grande corte de gastos em 2011 para manter o crescimento da economia em um "ritmo sustentável" diminuindo a demanda do setor público. Quando na verdade, os sinais emitidos na economia são de que há redução na velocidade do crescimento da economia, o que deve pressionar menos os preços, um motivo para a equipe econômica não fosse rigorosa na política fiscal. E que a aceleração da inflação é puxado não pela alta da demanda agregada mas pela alta mundial nos preços das commodities e alimentos e no repasse aos preços dos produtos nacionais manufaturados, devido elevação dos custos industriais pela valorização cambial no Brasil (faz com que os custos industriais aumentassem 150% em relação ao dólar).
Contudo, Belchior e Mantega nada falaram que o verdadeiro vilão das contas públicas é o endividamento público, que até 25 de dezembro já consumira 7,19% do PIB em juros e amortizações, mais que qualquer gasto social. Por sua vez, o auto-aumento de cerca de 60% para os senadores e deputados federais e de 130% para os ministros e a presidente da República eleva em R$ 1,8 bilhão as despesas só na esfera federal. Com este valor, seria possível aumentar o salário mínimo em R$ 6. Dilma, Mantega e Belchior preferiram jogar o ônus de seu "ajuste" sobre os usuários dos serviços públicos e o servidor federal, preservando assim os recursos para os banqueiros, políticos e empreiteiras do PAC.
Governo anuncia corte de R$ 50 bilhões no Orçamento
www.terra.com.br - 09 de fevereiro de 2011 - LUCIANA COBUCCI
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, nesta quarta-feira, um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento para este ano, o primeiro contingenciamento do governo Dilma. A economia é coerente com a política de arrocho fiscal prometida por Dilma Rousseff para o primeiro ano de mandato. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o decreto com a distribuição da redução dos gastos nos ministérios será divulgado até o fim da próxima semana.
Mantega afirmou que o corte atingirá todos os ministérios, mas preserva os programas sociais do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida. "Todos os ministérios são atingidos por essa redução, significa que haverá sacrifício dos ministérios para se adequarem ao novo Orçamento", disse.
O aperto fiscal é mais forte que o anunciado no ano passado, durante o último ano de mandato do o ex-presidente Lula, quando foram contingenciados R$ 21,8 bilhões. O valor total que havia sido aprovado no dia 23 de dezembro pelo Congresso era de R$ 2,073 trilhões. Essa soma foi R$ 25,5 bilhões superior ao inicialmente proposto. O corte representa 2,41% do valor total.
O contingenciamento nas contas da União se contrapõe à reestimativa do Produto Interno Bruto (PIB) no ano, que subiu de R$ 3,9 trilhões para R$ 4,056 trilhões. Isso porque, de acordo com Mantega, a presidente Dilma fez cortes profundos no custeio da máquina. "Todo o corte visa a redução de gastos de custeio, aumentar a eficiência dos gastos, preservar os programas sociais, aumentar os investimentos e incitar a redução dos juros. Ao mesmo tempo, vamos exigir o aumento da eficiência do gasto. Com menos recursos, realizar as mesmas ou mais atividades. A escassez de recursos dos ministérios vai obriga-los a ter atitude", disse.
De acordo com o relatório divulgado nesta quarta, o crescimento do PIB brasileiro previsto para 2011 caiu de 5,5% para 5%. "É justamente para garantir que o crescimento sustentável tenha continuidade, para 2011 trabalhamos com crescimento de 5%. Não é o 7,5% do ano passado, mas é um nível alto de crescimento", afirmou.
O corte no Orçamento é uma maneira de o governo reduzir os gastos previstos e economizar para cumprir a meta de superávit primário (a economia feita para pagar juros da dívida pública). Este ano, o objetivo do governo é poupar R$ 125,5 bilhões, o equivalente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Com o contingenciamento, o governo também tenta conter a demanda doméstica e as pressões inflacionárias, evitando que o Banco Central tenha que promover um aperto ainda maior na política monetária. Em janeiro, o BC já elevou a Selic de 10,75% para 11,25% ao ano.
A expectativa das instituições financeiras é de que novos aumentos do juro serão necessários, assim como mais medidas macroprudenciais, como as anunciadas em dezembro pelo mesmo BC para frear o crescimento do crédito.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou avanço de 0,83% em janeiro, mesma taxa de novembro, que fora a maior desde abril de 2005. O centro da meta do governo para o ano é de 4,5%.
Corte corresponde a 70% do orçamento para a saúde
O corte corresponde a dois terços do valor previsto para ser repassado ao Ministério da Saúde em 2011. O orçamento da pasta para este ano é de R$ 71 bilhões, o maior montante já destinado ao setor pelo governo federal desde 1995, quando o valor superava os R$ 91 bilhões.
Na comparação com o orçamento previsto para o Ministério da Educação em 2011, que é de R$ 54 bilhões, o corte equivale a 93% do montante. Ele equivale a apenas um quarto do valor previsto para gastos com pessoal ao longo de 2011, que é de R$ 200 bilhões.
O bloqueio de recursos atingirá todos os ministérios, mas o tamanho do corte em cada pasta só deve ser divulgado na próxima semana, após uma reunião da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, com cada titular. O aperto fiscal, no entanto, não vai atingir os programas sociais do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os cortes atingem, principalmente, despesas com o custeio da máquina pública. A determinação da presidente Dilma Rousseff é aumentar a eficiência dos gastos e os investimentos e provocar a redução dos juros. De acordo com o relatório divulgado nesta quarta, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro previsto para 2011 caiu de 5,5% para 5%.
Corte de gastos não toca em juro
Monitor Mercantil, 09/02/2011
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União de 2011. "A programação orçamentária de 2011 está passando por uma consolidação fiscal, que se deve ao fato de que o governo está retirando todos os estímulos para a economia entre 2009 e 2010, por conta da crise internacional. Hoje, estamos com a economia crescendo, com demanda forte. Já estamos retirando esses incentivos", anunciou Mantega, segundo a Agência Brasil.
O corte anunciado representa mais do que o dobro do contingenciamento imposto ao Orçamento de 2010, já o maior dos oito anos do Governo Lula, de R$ 21,8 bilhões.
O Orçamento de 2011, aprovado pelo Congresso Nacional no fim de 2010, previa R$ 2,073 trilhões para este ano. Com o corte, cai a R$ 2,023 trilhões.
Para o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, trata-se de "uma pá de cal no discurso desenvolvimentista do novo governo e na idéia de que a raposa fora tirada do galinheiro", numa referência à saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central (BC).
Para Ávila, o resultado das contas públicas em 2010 desmascara "a falácia de diversos analistas" que apontam os servidores públicos e a Previdência Social como os vilões do orçamento federal.
"Os gastos com pessoal caíram de 4,76% do PIB em 2009 para 4,55% em 2010. Já os gastos com benefícios previdenciários caíram de 7,06% do PIB em 2009 para 6,97% do PIB em 2010."
O economista criticou, ainda, a limitação do aumento do salário mínimo e a manutenção do fator previdenciário, que, para ele, funciona como uma "permanente reforma da Previdência".
Para Ávila, o verdadeiro vilão das contas públicas é o endividamento público, "que até 25 de dezembro já consumira 7,19% do PIB em juros e amortizações, mais que qualquer gasto social".
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Veja o anúncio nas palavras dos dois ministros
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
LIT-QI: Fora Mubarak! Pelo triunfo da revolução egípcia e árabe
Leia abaixo, declaração da LIT (organização internacional que reune vários partidos revolucionário em todo) sobre a revolução egípcia.
Fora Mubarak! Pelo triunfo da revolução egípcia e árabe!
Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional |
Ha um processo revolucionário que se expande por todos os países árabes. A partir da Tunísia, onde a mobilização popular derrubou o ditador Ben Alí, depois de 23 anos no poder, foi se estendendo como um rastilho de pólvora, provocando mobilizações contra governos ditatoriais em vários países árabes, laicos ou religiosos, "republicanas" ou monárquicas, desde a Mauritânia até o Iêmen, passando pela Argélia e Jordânia.
O que tem impulsionado esse processo tem sido o aprofundamento da miséria como conseqüência dos efeitos da crise econômica mundial, com crescimento da desocupação e a alta dos preços dos alimentos devido à profunda dependência desses países ao Imperialismo.
Esse processo revolucionário caiu com uma força gigantesca no país mais importante da região, o Egito. Faz vários dias que explodiu um grande processo revolucionário, que começou com vários milhares de pessoas nas ruas do Cairo e outras cidades do país, e foi se estendendo chegando a milhões no dia 1º de fevereiro, tendo como centro a exigência da renúncia do ditador do país. Apesar da repressão, que já provocou 140 mortes, segundo a versão oficial, a revolução não se deteve e se radicalizou depois de cada anúncio de supostas mudanças por parte de Mubarak, que trata por todos os meios se manter no poder.
Se Mubarak cai como resultado da ação revolucionária das massas egípcias, isso teria uma imensa repercussão e aprofundaria a revolução árabe. Ao mesmo tempo, colocaria em crise todo o dispositivo imperialista de controle da região, do qual o regime Mubarak é uma peça chave. Principalmente, colocaria em risco a existência do Estado de Israel. Por isso, o governo israelense de Benjamin Netanyahu tem expressado sua preocupação e apoio a Mubarak.
Esse processo revolucionário que tem seu eixo nas reivindicações democráticas pode afetar diretamente também os regimes teocráticos como o do Irã (que reprimiu duramente há dois anos as mobilizações que houve contra a fraude eleitoral e por liberdades democráticas). Assim como pode afetar as organizações islâmicas como o Hamas e Hezbolah. Por isso não é de se estranhar que, quando se realizaram manifestações de apoio à revolução egípcia nos territórios ocupados, elas foram reprimidas pelo Hamas em Gaza. Hamas fez o mesmo que o agente do imperialismo na Cisjordânia, a ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Egito: país chave do mundo árabe
Egito é o país árabe mais populoso, com mais de 80 milhões de habitante: um de cada três árabes é egípcio. A importância desse peso populacional se expressou também na vida e nos processos políticos do mundo árabe.
Em 1953, o exército deu um golpe nacionalista, encabeçado pelo então coronel Gama Abdel Nasser que derrubou o rei Faruk I. Em 1956, o governo egípcio nacionalizou o estratégico Canal de Suez, até então nas mãos dos ingleses e norte-americanos. O nasserismo se converteu na direção da luta dos povos árabes contra o Imperialismo e seu principal agente na região, o Estado de Israel. No entanto, como corrente nacionalista burguesa não propôs a expropriação da burguesia, mantendo a exploração capitalista e a miséria crescente do povo egípcio.
Poucos anos depois da morte de Nasser (1970), seu sucessor, Anwar Sadat, deu uma guinada profunda capitulando completamente ao Imperialismo. Em 1979, firmou com os EUA e Israel o acordo de Camp David no qual reconhecia esse Estado e abandonava a luta contra ele. O acordo marcou o fim do papel relativamente progressivo que o nacionalismo árabe laico havia cumprido no passado, enfrentando o Imperialismo.
Sadat foi assassinado em 1981. Seu sucessor Hosni Mubarak, através de uma duradoura ditadura aprofundou essa guinada e transformou o Egito em uma peça chave da política do Imperialismo estadunidense para a região, pelo apoio ao Estado de Israel e seus ataques ao povo palestino. O que se expressou, há poucos anos, no fechamento e bloqueio da fronteira entre a Faixa de Gaza e a península do Sinai. Desta forma, o Egito tem o triste mérito de formar, junto com a Jordânia, a "pinça árabe" que ajuda Israel em seu intento de estrangular a luta do povo palestino.
Em troca disso, o Egito recebe US$ 2 bilhões anuais de "ajuda militar" dos EUA (a maior quantidade depois de Israel), o que lhe permite manter um exército bem armado e equipado.
As razões da luta
Um aspecto que se destaca da rebelião é o papel central da juventude no país em que dois terços de seus habitantes têm menos de 30 anos, com uma altíssima porcentagem de desocupação. O pano de fundo para o estopim foi a constante piora das condições de vida dos trabalhadores e do povo. Egito é uma semicolônia saqueada pelo Imperialismo. O grosso da fatia de riqueza que fica vai para as mãos de uma oligarquia ligada ao regime e à cúpula do Exército. Por exemplo, estima-se que a família de Mubarak acumulou uma fortuna de vários bilhões de dólares. A situação de empobrecimento popular se agudizou com a crise econômica internacional que provocou um grande salto na desocupação e uma alta permanente do custo de vida, especialmente nos alimentos. A luta contra essa situação já vinha de antes: Egito foi um dos países onde se produziu a "revolta da fome", em março de 2008, encabeçada pelos trabalhadores têxteis de Mahalla, na região do Alto Delta do Nilo.
As mobilizações atuais se iniciaram pela convocatória da organização "Movimento 6 de Abril" (organização cuja primeira ação em 2008 foi apoiar os trabalhadores de El-Mahalla, 6 de abril foi o dia da greve desses trabalhadores da indústria têxtil), que dias depois também fez o chamado à Greve Geral para derrubar Mubarak. A partir dessa convocatória, imensos contingentes da juventude, setores de classe média, trabalhadores, incluídas algumas organizações sindicais independentes e pequenas organizações de esquerda formaram parte desse movimento.
O povo egípcio saiu às ruas para derrubar a ditadura que as oprime há décadas, exigindo liberdades democráticas. Por isso a exigência central das mobilizações é a renúncia de Mubarak, que concentra todos os problemas. As consignas mais cantadas nelas são "Fora Mubarak" e "Mubarak, o avião te espera". O povo egípcio está farto de uma ditadura que os mata de fome e reprime o mais mínimo protesto, eliminou as liberdades democráticas e perseguiu, prendeu e mandou ao exílio inúmeros dirigentes e ativistas opositores. Mas, ante as manobras e "reformas" propostas pelo governo, o processo avança e o repúdio já não se limita ao presidente. "Queremos uma mudança de regime e não de rosto", expressam os manifestantes.
A indignação das massas, além disso, se nutriu do repúdio à política pró-imperialista de Mubarak, especialmente na sustentação de Israel, apoiando desde sua fronteira o cerco ao território palestino de Gaza. Isso fez com que nas mobilizações se manifestasse a consigna: "Hosni Mubarak, Omar Suleimán, os dois são agentes dos americanos". Suleimán é o chefe do serviço secreto e foi nomeado como vice-presidente de Mubarak
A oposição burguesa tente encabeçar uma transição pactuada com o regime
As duas expressões políticas opositoras mais conhecidas internacionalmente, a Irmandade Muçulmana (uma velha organização de ideologia fundamentalista islâmica) e o diplomata Mohamed El Baradei (ex-presidente da Agência Internacional de Energia Atômica) recém aderiram às manifestações, dias depois de terem iniciado. Agora participam e tratam de encabeçá-las, sendo parte das marchas para terem legitimidade política. Tratam de canalizá-las para uma negociação política com o regime e poder representar o movimento em futuras negociações e composições de governo.
Segundo informações da imprensa, pouco antes de explodir a rebelião, a Irmandade Muçulmana realizava negociações com o regime de Mubarak para apoiar a manobra de sucessão pelo seu filho Gamal em troco da legalização da organização. Recordemos que a Irmandade Muçulmana sempre defendeu o estabelecimento de um regime de ditadura teocrática ao estilo do Irã, ainda que agora reivindique a necessidade de respeitar as decisões do povo egípcio.
Quais são as perspectivas?
A situação no país se encontra em um momento crítico, nem Mubarak consegue governar nem as massas ainda o derrubaram: a rebelião popular tem enfraquecido o regime de Mubarak enquanto o Imperialismo e a oposição burguesa buscam uma saída que mantenham o Egito no mesmo papel que cumpriu até hoje. Por sua parte, Mubarak, ao mesmo tempo em que prepara uma possível saída do país (sua família já se instalou em uma luxuosa casa de Londres), manobra para manter-se mais tempo no poder e, essencialmente, ter a chave de uma transição parcial e controlada.
As massas que escutaram o discurso televisivo de Mubarak, em que ele simplesmente anunciou que não se apresentaria para as próximas eleições de setembro, em plena mobilização e desafiando o toque de recolher, já lhe responderam com indignação que não aceitam sua permanência por mais tempo. Ante a força da mobilização a oposição burguesa mantém que negociará com o governo só se Mubarak sai. Vai depender das massas que seja varrido todo o regime Mubarak e que possam avançar mudando todo o sistema em benefício dos trabalhadores e do povo. Só com a tomada do poder pelos trabalhadores e o povo se poderá garantir que o Egito tome realmente medidas contra a miséria e a desocupação e rompa com o Imperialismo e seu enclave na região: Israel.
O Imperialismo quer manter sua influência a todo custo
O Imperialismo americano e também europeu sustentaram plenamente o regime de Mubarak e suas três décadas de ditadura. Seu desejo agora seria manter esse regime assim como está, mas a rebelião popular faz com que isso só seja possível com um salto repressivo e milhares de mortos como pedem os sionistas. Uma alternativa que hoje parece de alto risco pela possível reação popular e a possibilidade de divisões do exército. Porém, não podemos descartar que Mubarak ordene essa repressão.
Nesse marco, o governo de Obama está trabalhando com várias alternativas. Segundo as informações da imprensa, uma opção está centrada na nomeação de Omar Suleimán (ex-chefe de espionagem e de grande prestígio no exército), como vice-presidente. Este plano incluiria a saída acordada de Mubarak, a subida de Suleimán como presidente, descomprimir a situação tratando de salvar o essencial do regime. Quer dizer, manter intacto o exército. As declarações de Hillary Clinto, pedindo "mudanças", e as da cúpula militar dizendo que as reivindicações populares são "legítimas" parecem ir neste caminho.
Mohamed El Baradei poderia passar a ser também uma alternativa, apoiada pelo Imperialismo, postulando-se como cabeça ou parte de um novo governo e tratando de "minimizar as perdas" do imperialismo.
A proposta da Irmandade Muçulmana colocando sua confiança no general Samir Enan (chefe do Estado Maior do Exército), que tem boas relações com os EUA, mostra como essa organização estaria disposta a pactuar com um regime e ser parte da transição. O Imperialismo se mostra disposto a conviver com o fundamentalismo enquanto aceitem o status quo internacional. Isso aconteceu com o governo islâmico na Turquia, que manteve o seu país na Otan e a serviço do imperialismo.
Muitos elementos de crise no exército
Em qualquer caso, é central o curso que tome o exército, de fato, a instituição central do regime. Sua cúpula defende e é parte dos grandes grupos econômicos. Mas, ao mesmo tempo, ao funcionar com o sistema de serviço militar, sua base tem profundas ligações com os trabalhadores e o povo. Isso gera imensas contradições na hora de reprimir, o que se expressou na incipiente confraternização entre as tropas e os manifestantes. Mas ainda, os oficiais e suboficiais que comandam os blindados até agora foram tolerantes com as manifestações, no marco que tampouco houve uma ordem para reprimir a todo custo. Essa é uma preocupação para os planos do Imperialismo e a burguesia egípcia e, também um claro alerta de que uma ordem de repressão sangrenta, com a perspectiva de milhares de mortos, poderia dividir-los.
Hoje o exército mantém bastante prestígio e se mostra como chave para a saída negociada à revolução em curso. Mas se os trabalhadores e o povo egípcio avançam, vão ter que enfrentar esse exército, pois como todo exército de um estado burguês está a serviço de manter as propriedades e o regime de exploração.
Chamamos as massas egípcias a não depositarem nenhuma confiança no exército como instituição. É o mesmo exército que foi, por décadas, a base da ditadura de Mubarak e cuja cúpula se enriqueceu à custa da fome do povo. Pelo contrário, o caminho é desenvolver a confraternização entre os manifestantes e as tropas para conseguir uma divisão de classe dentro do exército, entre a base popular e a cúpula burguesa e desenvolver seus próprios organismos de autodefesa que permitam enfrentar a repressão. Por exemplo, frente aos ataques da polícia contra os manifestantes da praça Tahrir, consentido pelo exército, é necessário que os manifestantes se organizem para repelir e impedir a repressão.
Quem vai governar e para que?
É necessário impulsionar a auto-organização independente dos trabalhadores e a juventude (em grande parte desempregada e sem futuro). Desenvolver os comitês de autodefesa dos bairros populares que tem surgido, ligando-os às organizações sindicais independentes e as da juventude que estão chamando as mobilizações para que sejam organismos de poder revolucionário.
O poder no Egito hoje está em disputa, o que tenderá a se resolver em poucos dias. Ou o regime de Mubarak consegue derrotar a mobilização de massas e manter-se no poder ou as massas conseguem derrubá-lo de forma revolucionária. Se ocorrer essa alternativa a oposição burguesa vai tentar ocupar esse espaço vazio. Deve-se impedir que roubem a vitória dos trabalhadores e do povo. A organização 6 de abril, junto a todas as organizações de trabalhadores, de jovens e popular, deve chamar um encontro urgente dos trabalhadores e do povo que discuta um programa a serviço das massas e tome o poder em suas mãos para levá-lo a cabo.
Essa revolução não é só contra o atual regime, mas afeta também diretamente o imperialismo dominante e objetivamente é uma luta contra o capitalismo que os tem levado à miséria. Esses gravíssimos problemas que sofrem o povo egípcio só poderão ser resolvidos, de fundo, com a revolução operária e socialista.
Um programa socialista para a revolução egípcia e árabe
Chamamos a manter a luta pelo Fora Mubarak e seu regime ditatorial já! Não às manobras nem os pactos para uma transição que não rompa com o Imperialismo e Israel!
Por plenas liberdades democráticas, de imprensa, de comunicação, de organização política, plenos direitos sindicais para os trabalhadores incluindo o direito de greve!
Desmantelamento imediato do aparato repressivo da ditadura! Justiça e castigo aos repressores! Imediata liberdade a todos os presos políticos!
Por eleições livres imediatas! Pela convocatória de uma Assembleia Constituinte soberana com plenos poderes!
Por um imediato aumento de salários que cubra o custo da cesta básica!
Por um plano econômico de emergência destinado a garantir trabalho para todos com a expropriação do banco e das multinacionais e grandes empresas!
Fora o Imperialismo e Israel! Pela imediata abertura da fronteira com a Faixa de Gaza!
Por um governo operário e popular que garanta essas medidas!
A revolução árabe se estende por vários países, é necessário, para barrar o imperialismo e Israel, unir todas as lutas para recuperar a unidade da nação árabe na perspectiva da construção de uma grande Federação de Repúblicas Socialistas Árabes.
Façamos uma grande campanha internacional
Chamamos a desenvolver uma grande campanha de solidariedade e apoio à luta do povo egípcio e de todo o mundo árabe. É muito importante o desenvolvimento de grandes mobilizações em todo o mundo, especialmente nos centros imperialistas, onde há um grande número de trabalhadores imigrantes árabes e muçulmanos, pelo triunfo da revolução egípcia e de todo o povo árabe. Uma vitória do povo árabe será um impulso às lutas dos trabalhadores, que em todo o planeta sofrem os estragos da crise econômica, que as burguesias e o imperialismo estão fazendo recair sobre as costas dos trabalhadores e do povo.
LIT-QI, 2 de fevereiro de 2011
Façamos uma grande campanha internacional
Chamamos a desenvolver uma grande campanha de solidariedade e apoio à luta do povo egípcio e de todo o mundo árabe. É muito importante o desenvolvimento de grandes mobilizações em todo o mundo, especialmente nos centros imperialistas, onde há um grande número de trabalhadores imigrantes árabes e muçulmanos, pelo triunfo da revolução egípcia e de todo o povo árabe. Uma vitória do povo árabe será um impulso às lutas dos trabalhadores, que em todo o planeta sofrem os estragos da crise econômica, que as burguesias e o imperialismo estão fazendo recair sobre as costas dos trabalhadores e do povo.
LIT-QI, 2 de fevereiro de 2011
Um brasileiro no Egito, o blog
O Jornal Opinião Socialista enviou um correspondente para o Cairo para acompanhar e enviar relatos sobre as mobilizações que ocorrem no país contra o ditador Mubarak.
Acessem e ajudem a divulgar o blog http://umbrasileironoegito.wordpress.com/
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Gasto público com Previdência tem impacto positivo sobre o PIB
Gasto público com previdência social tem impacto positivo sobre o PIB
"Velhinho" é mais investimento
Monitor Mercantil, 03/02/2011
Cada 1 ponto do PIB gasto com aposentado eleva 1,7 mais o PIB que "Bolsa Juros"
Enquanto o multiplicador decorrente do aumento de um ponto percentual no PIB é de 1,44 ponto para o Bolsa Família e 1,23 ponto no caso do Regime Geral da Previdência Social, a contribuição dos juros da dívida pública é de apenas 0,71 ponto.
Os dados são de levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que revela também que 56% dos gastos sociais retornam ao Tesouro na forma de tributos.
"O gasto social não é neutro. Ele propicia crescimento com distribuição de renda. Ele foi muito importante para o Brasil superar a crise de 2008. Esse gasto tem uma grande importância como alavanca do desenvolvimento econômico e, logicamente, do bem-estar social", disse o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão.
Segundo o estudo, que usou como base dados de 2006, cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor investido na saúde gera R$ 1,70. Foram considerados os gastos públicos assumidos pela União, pelos estados e municípios.
Quando se calcula o tipo de gasto social que tem o maior efeito multiplicador na renda das famílias, em primeiro lugar aparece o Programa Bolsa Família (PBF). Para cada R$ 1 incluído no programa, a renda das famílias se eleva 2,25%.
De acordo com o vice-presidente da Associação de Funcionários do BNDES (AFBNDES), Hélio Silveira, a pesquisa do Ipea é facilmente explicada pelo prisma das finanças funcionais.
"O investimento alavanca o PIB ainda mais do que o gasto social, pois seu efeito já se faz sentir no início, com as compras do governo, mas também se mantém após o período de maturação", compara o economista, lembrando que as camadas de renda mais baixas, principais beneficiadas pelos programas sociais e pela Previdência, consomem tudo o que recebem. "Os pobres não poupam e sobre os alimentos incide elevada carga tributária", destaca Silveira.
"Velhinho" é mais investimento
Monitor Mercantil, 03/02/2011
Cada 1 ponto do PIB gasto com aposentado eleva 1,7 mais o PIB que "Bolsa Juros"
Enquanto o multiplicador decorrente do aumento de um ponto percentual no PIB é de 1,44 ponto para o Bolsa Família e 1,23 ponto no caso do Regime Geral da Previdência Social, a contribuição dos juros da dívida pública é de apenas 0,71 ponto.
Os dados são de levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que revela também que 56% dos gastos sociais retornam ao Tesouro na forma de tributos.
"O gasto social não é neutro. Ele propicia crescimento com distribuição de renda. Ele foi muito importante para o Brasil superar a crise de 2008. Esse gasto tem uma grande importância como alavanca do desenvolvimento econômico e, logicamente, do bem-estar social", disse o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão.
Segundo o estudo, que usou como base dados de 2006, cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor investido na saúde gera R$ 1,70. Foram considerados os gastos públicos assumidos pela União, pelos estados e municípios.
Quando se calcula o tipo de gasto social que tem o maior efeito multiplicador na renda das famílias, em primeiro lugar aparece o Programa Bolsa Família (PBF). Para cada R$ 1 incluído no programa, a renda das famílias se eleva 2,25%.
De acordo com o vice-presidente da Associação de Funcionários do BNDES (AFBNDES), Hélio Silveira, a pesquisa do Ipea é facilmente explicada pelo prisma das finanças funcionais.
"O investimento alavanca o PIB ainda mais do que o gasto social, pois seu efeito já se faz sentir no início, com as compras do governo, mas também se mantém após o período de maturação", compara o economista, lembrando que as camadas de renda mais baixas, principais beneficiadas pelos programas sociais e pela Previdência, consomem tudo o que recebem. "Os pobres não poupam e sobre os alimentos incide elevada carga tributária", destaca Silveira.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
A revolução árabe é produto da economia de seus países
Sem cair no economicismo ou no marxismo vulgar é possível dizer que a revolução no mundo árabe é produto da economia. A revolução é consequência à medida que em grande parte é resultado direto daquilo que levou às ondas de protestos em dezenas de países: a opção pelo neoliberalismo dos governantes da região, a insegurança alimentar regional provocada pela elevação dos preços das commodities agrícolas no mercados mundiais desde 2008 em países eminentemente importadores de alimentos e os milhões de desempregados, sub-empregados e pobres, legião ampliada ainda mais após a recente crise mundial.
Liberalismo levou a revoltas dos árabes
Monitor Mercantil, 04/02/2011
ABERTURA DE MERCADOS E CORTES DE SUBSÍDIOS ACIRRARAM EFEITOS DA CRISE
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Williams Gonçalves, a crise política que abala, não apenas o Egito, mas grande parcela do mundo árabe, tem origem bem definida: a opção de alguns governantes da região pelo neoliberalismo.
"Esta crise é produto da economia. O Egito tinha um modelo semi-estatizado desde os anos 50, quando Nasser (Gamal Abdel Nasser, que governou o país entre 1952 e 1971) promoveu forte política nacionalista, fomentando o movimento pan-arabista, começou a modernização da indústria local, falando, inclusive, em socialismo árabe, mas que, na verdade, era um capitalismo de Estado", recorda Gonçalves, acrescentando que o algodão e a indústria têxtil são a base da produção egípcia.
Já Adhemar Mineiro, observador da Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip), sublinha que há elementos estruturais na crise, mas para entendê-la em profundidade não se pode perder de vista a rejeição popular às medidas liberalizantes: "Na Tunísia, a Central Sindical (IGBT) teve papel importante na derrubada do governo, que retirara subsídios à alimentação e aos combustíveis neste momento em que os preços das commodities dispararam", conta.
No Egito, o economista ressalta as mudanças liberalizantes feitas, especialmente, neste último período de Mubarak no poder, cuja inversão pode trazer conseqüências até para o Brasil. "A corrente de comércio entre Brasil e Egito totalizou US$ 2 bilhões, em 2010. Não é um valor muito alto, mas é concentrado em commodities alimentares, como carne vermelha e frango, e minerais, como minério de ferro. Para esses setores, especificamente, é um volume bastante expressivo."
Alimentando a crise
Marcos Oliveira e Sergio Souto, Monitor Mercantil, 03/02/2011
Os países árabes importam cerca de 60% dos alimentos que consomem e já são os maiores importadores de cereais no mundo, dependendo de outros países para a sua segurança alimentar. A informação, publicada em relatório do Banco Mundial (Bird), em 2009, é lembrada pelo professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser em artigo na edição eletrônica da Agência Carta Maior, para observar como a elevação dos preços das commodities agrícolas no mercados mundiais, desde 2008, levou a "ondas de protestos em dezenas de países e milhões de desempregados e pobres nos países árabes". Ele cita Argélia , em 1988, e Jordânia em 1989, para acrescentar: "Um exemplo mais recente, além da região árabe, é o Quirguistão, onde um aumento da eletricidade e tarifas de celulares causaram manifestações com dezenas de mortos e milhares de feridos."
Liberalismo levou a revoltas dos árabes
Monitor Mercantil, 04/02/2011
ABERTURA DE MERCADOS E CORTES DE SUBSÍDIOS ACIRRARAM EFEITOS DA CRISE
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Williams Gonçalves, a crise política que abala, não apenas o Egito, mas grande parcela do mundo árabe, tem origem bem definida: a opção de alguns governantes da região pelo neoliberalismo.
"Esta crise é produto da economia. O Egito tinha um modelo semi-estatizado desde os anos 50, quando Nasser (Gamal Abdel Nasser, que governou o país entre 1952 e 1971) promoveu forte política nacionalista, fomentando o movimento pan-arabista, começou a modernização da indústria local, falando, inclusive, em socialismo árabe, mas que, na verdade, era um capitalismo de Estado", recorda Gonçalves, acrescentando que o algodão e a indústria têxtil são a base da produção egípcia.
Já Adhemar Mineiro, observador da Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip), sublinha que há elementos estruturais na crise, mas para entendê-la em profundidade não se pode perder de vista a rejeição popular às medidas liberalizantes: "Na Tunísia, a Central Sindical (IGBT) teve papel importante na derrubada do governo, que retirara subsídios à alimentação e aos combustíveis neste momento em que os preços das commodities dispararam", conta.
No Egito, o economista ressalta as mudanças liberalizantes feitas, especialmente, neste último período de Mubarak no poder, cuja inversão pode trazer conseqüências até para o Brasil. "A corrente de comércio entre Brasil e Egito totalizou US$ 2 bilhões, em 2010. Não é um valor muito alto, mas é concentrado em commodities alimentares, como carne vermelha e frango, e minerais, como minério de ferro. Para esses setores, especificamente, é um volume bastante expressivo."
Alimentando a crise
Marcos Oliveira e Sergio Souto, Monitor Mercantil, 03/02/2011
Os países árabes importam cerca de 60% dos alimentos que consomem e já são os maiores importadores de cereais no mundo, dependendo de outros países para a sua segurança alimentar. A informação, publicada em relatório do Banco Mundial (Bird), em 2009, é lembrada pelo professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser em artigo na edição eletrônica da Agência Carta Maior, para observar como a elevação dos preços das commodities agrícolas no mercados mundiais, desde 2008, levou a "ondas de protestos em dezenas de países e milhões de desempregados e pobres nos países árabes". Ele cita Argélia , em 1988, e Jordânia em 1989, para acrescentar: "Um exemplo mais recente, além da região árabe, é o Quirguistão, onde um aumento da eletricidade e tarifas de celulares causaram manifestações com dezenas de mortos e milhares de feridos."
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Educação e Saúde são os que mais contribuem para alta do PIB
Gastos sociais com educação e saúde são os que mais contribuem para alta do PIB, diz Ipea
Pedro Peduzzi, Agência Brasil
Nenhum gasto público social contribui tanto para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) quanto os que são feitos em educação e saúde. Cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor gasto na saúde gera R$ 1,70.
Para a redução da desigualdade social, os gastos que apresentam maior retorno são aqueles feitos com o Bolsa Família, que geram R$ 2,25 de renda familiar para cada R$ 1 gasto com o benefício; e os benefícios de prestação continuada – destinados a idosos e portadores de deficiência cuja renda familiar per capita seja inferior a 25% do salário mínimo –, que geram R$ 2,20 para cada R$ 1 gasto.
Além disso, 56% desses gastos retornam ao caixa do Tesouro na forma de tributos. Os dados referem-se ao ano de 2006 e constam do estudo "Gasto com a Política Social: Alavanca para o Crescimento com Distribuição de Renda", divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o órgão, é a primeira vez que um estudo como esse é feito no Brasil, em função da dificuldade de se juntar os elementos necessários para o desenvolvimento da pesquisa.
“O gasto na educação não gera apenas conhecimento. Gera economia, já que ao pagar salário a professores aumenta-se o consumo, as vendas, os valores adicionados, salários, lucros, juros”, avalia o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão. “Portanto, a política social brasileira não apenas protege, como promove o cidadão”, completa.
“Em termos gerais, ampliar em 1% do PIB os gastos sociais, na estrutura atual, redunda em 1,37% de crescimento do PIB. Ou seja, é o tipo de gasto que tem mais benefícios do que custo”, explica a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Joana Mostafa.
Segundo ela, a renda das famílias é responsável por cerca de 80% do PIB. “Dessa forma, aumentar em 1% do PIB o gasto social gera 1,85% de crescimento da renda das famílias”, disse a pesquisadora. “No caso da saúde, além de esses gastos representarem empregos, envolvem também a aquisição de aparatos tecnológicos, o que também contribui para a demanda nas indústrias”, acrescentou.
Mostafa explica que a pesquisa leva em consideração os reflexos desses gastos no PIB e na renda familiar. “Para cada 1% a mais investido em educação e saúde, há um efeito multiplicador que aumenta em 1,78% o PIB e em 1,56% a renda das famílias”.
No caso do Bolsa Família, o aumento de 1% do que ele representa para o PIB resultaria no aumento de 1,44% do PIB. Mas, nesse caso, o mais significativo está relacionado ao fato de que, ao receber e usar esse benefício, o cidadão acabar gerando renda para outras famílias. “Cada R$ 1 gasto com esse programa gera R$ 2,25 em rendas familiares”, afirma a responsável pelo estudo.
O mesmo não pode ser dito dos gastos com exportações de commodities agrícolas e extrativas. “Apesar de agregarmos ao PIB 40% de cada real investido nessa área, os efeitos para a renda familiar são pequenos e limitados a R$ 1,04 para cada R$ 1 gasto”.
Como utiliza dados referentes a 2006, o estudo não mensura os reflexos das ações recentes do governo em favor do setor da construção civil. “O que podemos dizer é que, em 2006, os gastos com construção civil pouco contribuíram para a redução das desigualdades sociais. Isso certamente terá um quadro diferenciado quando agregarmos dados de 2009 a uma nova pesquisa, porque certamente houve aumento do número de empregos formais”, justifica Abrahão.
O estudo considera como gastos públicos sociais os feitos em Previdência Social geral e pública, educação, saúde, assistência social, trabalho e renda, desenvolvimento agrário, saneamento básico, habitação e urbanismo – nos âmbitos federal, estadual e municipal.
Pedro Peduzzi, Agência Brasil
Nenhum gasto público social contribui tanto para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) quanto os que são feitos em educação e saúde. Cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor gasto na saúde gera R$ 1,70.
Para a redução da desigualdade social, os gastos que apresentam maior retorno são aqueles feitos com o Bolsa Família, que geram R$ 2,25 de renda familiar para cada R$ 1 gasto com o benefício; e os benefícios de prestação continuada – destinados a idosos e portadores de deficiência cuja renda familiar per capita seja inferior a 25% do salário mínimo –, que geram R$ 2,20 para cada R$ 1 gasto.
Além disso, 56% desses gastos retornam ao caixa do Tesouro na forma de tributos. Os dados referem-se ao ano de 2006 e constam do estudo "Gasto com a Política Social: Alavanca para o Crescimento com Distribuição de Renda", divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o órgão, é a primeira vez que um estudo como esse é feito no Brasil, em função da dificuldade de se juntar os elementos necessários para o desenvolvimento da pesquisa.
“O gasto na educação não gera apenas conhecimento. Gera economia, já que ao pagar salário a professores aumenta-se o consumo, as vendas, os valores adicionados, salários, lucros, juros”, avalia o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão. “Portanto, a política social brasileira não apenas protege, como promove o cidadão”, completa.
“Em termos gerais, ampliar em 1% do PIB os gastos sociais, na estrutura atual, redunda em 1,37% de crescimento do PIB. Ou seja, é o tipo de gasto que tem mais benefícios do que custo”, explica a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Joana Mostafa.
Segundo ela, a renda das famílias é responsável por cerca de 80% do PIB. “Dessa forma, aumentar em 1% do PIB o gasto social gera 1,85% de crescimento da renda das famílias”, disse a pesquisadora. “No caso da saúde, além de esses gastos representarem empregos, envolvem também a aquisição de aparatos tecnológicos, o que também contribui para a demanda nas indústrias”, acrescentou.
Mostafa explica que a pesquisa leva em consideração os reflexos desses gastos no PIB e na renda familiar. “Para cada 1% a mais investido em educação e saúde, há um efeito multiplicador que aumenta em 1,78% o PIB e em 1,56% a renda das famílias”.
No caso do Bolsa Família, o aumento de 1% do que ele representa para o PIB resultaria no aumento de 1,44% do PIB. Mas, nesse caso, o mais significativo está relacionado ao fato de que, ao receber e usar esse benefício, o cidadão acabar gerando renda para outras famílias. “Cada R$ 1 gasto com esse programa gera R$ 2,25 em rendas familiares”, afirma a responsável pelo estudo.
O mesmo não pode ser dito dos gastos com exportações de commodities agrícolas e extrativas. “Apesar de agregarmos ao PIB 40% de cada real investido nessa área, os efeitos para a renda familiar são pequenos e limitados a R$ 1,04 para cada R$ 1 gasto”.
Como utiliza dados referentes a 2006, o estudo não mensura os reflexos das ações recentes do governo em favor do setor da construção civil. “O que podemos dizer é que, em 2006, os gastos com construção civil pouco contribuíram para a redução das desigualdades sociais. Isso certamente terá um quadro diferenciado quando agregarmos dados de 2009 a uma nova pesquisa, porque certamente houve aumento do número de empregos formais”, justifica Abrahão.
O estudo considera como gastos públicos sociais os feitos em Previdência Social geral e pública, educação, saúde, assistência social, trabalho e renda, desenvolvimento agrário, saneamento básico, habitação e urbanismo – nos âmbitos federal, estadual e municipal.
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sábado, 5 de fevereiro de 2011
5,34% do PIB foram repassados aos banqueiros
Em 2010 5,34% do PIB ou mais precisamente R$195,369 bilhões de recursos publicos foram entregues aos rentistas na forma de juros
Os gastos com juros em 2010
Por Filipe Mazzini - Blog Luis Nassif, seg, 31/01/2011
Segundo dados do Banco central, o gasto com pagamento de juros em 2010 foi de R$195,369 bilhões. As pessoas leigas devem estar cansadas de assistir a discussão sob a política de juros do banco central e devem não perceber o que realmente está por trás de uma das taxas de juros mais altas do mundo. Claro que a grande mídia passa ao largo do custo com o pagamento de juros, se limitando a fazer apostas se os juros vão subir ou não, se a inflação está sob controle ou não.
O cidadão brasileiro precisa saber que 5,34% do PIB ou mais precisamente R$195,369 bilhões foram entregues aos rentistas nesse ano que acaba de se encerrar. Ele precisa saber que por trás da discussão da taxa de juros se esconde interesses financeiros pesados, que contam muito mais que o interesse pelo bem estar economico e social deste país. Este valor citado é muito mais do que se gasta com educação e saúde por exemplo. Este valor seria suficiente para realizar investimentos que resolveriam vários dos problemas de nossa sociedade. Ainda mais que este valor se refere só a 2010, pois todo ano uma cifra parecida é gasta com o pagamento de juros.
Segue abaixo a fonte consultada:
Da InfoMoney
Banco Central: superávit primário atinge R$ 101,696 bilhões em 2010
SÃO PAULO - O setor público brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 10,853 bilhões durante o mês de dezembro, mostraram dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (31), em sua Nota de Política Fiscal.
O Governo Central registrou superávit primário de R$ 15,404 bilhões, enquanto os governos regionais contribuíram com um déficit de R$ 3,923 bilhões e as empresas estatais marcaram um déficit de R$ 628 milhões.
O número representa um forte avanço frente a novembro, quando houve resultado primário positivo de R$ 4,166 bilhões, ao passo em que durante o mês de dezembro de 2009, o resultado fora superavitário em R$ 9,738 bilhões.
Com isso, o superávit primário acumulado em 2010 atingiu R$ 101,696 bilhões, representando 2,78% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. No ano de 2009, o resultado ficara em 2,03% do PIB à época, ou R$ 64,769 bilhões.
Juros e resultado nominal
Enquanto isso, o pagamento de juros cresceu na comparação mensal, indo de R$ 18,525 bilhões em novembro para R$ 19,536 bilhões em dezembro. Com isso, os juros nominais totalizaram R$ 195,369 bilhões no ano, o equivalente a 5,34% do PIB.
Já o resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais, registrou déficit de R$ 8,683 bilhões em dezembro. Dessa forma, o resultado acumulado nos doze meses de 2010 ficou deficitário em R$ 93,673 bilhões, o que representa uma parcela de 2,56% do PIB.
A tabela abaixo compara a evolução da necessidade de financiamento do setor público em dezembro de 2010, com aquela registrada no período anterior.
R$ milhões Dezembro/10 Novembro/10 Var(%) NFSP* +8.683 +14.359 -39,53% Juros nominais*
+19.536
+18.525 +5,45% Resultado
primário* -10.853 -4.166 +61,62%
*(+)Déficit (-)Superávit
Fonte: Banco Central
Os gastos com juros em 2010
Por Filipe Mazzini - Blog Luis Nassif, seg, 31/01/2011
Segundo dados do Banco central, o gasto com pagamento de juros em 2010 foi de R$195,369 bilhões. As pessoas leigas devem estar cansadas de assistir a discussão sob a política de juros do banco central e devem não perceber o que realmente está por trás de uma das taxas de juros mais altas do mundo. Claro que a grande mídia passa ao largo do custo com o pagamento de juros, se limitando a fazer apostas se os juros vão subir ou não, se a inflação está sob controle ou não.
O cidadão brasileiro precisa saber que 5,34% do PIB ou mais precisamente R$195,369 bilhões foram entregues aos rentistas nesse ano que acaba de se encerrar. Ele precisa saber que por trás da discussão da taxa de juros se esconde interesses financeiros pesados, que contam muito mais que o interesse pelo bem estar economico e social deste país. Este valor citado é muito mais do que se gasta com educação e saúde por exemplo. Este valor seria suficiente para realizar investimentos que resolveriam vários dos problemas de nossa sociedade. Ainda mais que este valor se refere só a 2010, pois todo ano uma cifra parecida é gasta com o pagamento de juros.
Segue abaixo a fonte consultada:
Da InfoMoney
Banco Central: superávit primário atinge R$ 101,696 bilhões em 2010
SÃO PAULO - O setor público brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 10,853 bilhões durante o mês de dezembro, mostraram dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (31), em sua Nota de Política Fiscal.
O Governo Central registrou superávit primário de R$ 15,404 bilhões, enquanto os governos regionais contribuíram com um déficit de R$ 3,923 bilhões e as empresas estatais marcaram um déficit de R$ 628 milhões.
O número representa um forte avanço frente a novembro, quando houve resultado primário positivo de R$ 4,166 bilhões, ao passo em que durante o mês de dezembro de 2009, o resultado fora superavitário em R$ 9,738 bilhões.
Com isso, o superávit primário acumulado em 2010 atingiu R$ 101,696 bilhões, representando 2,78% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. No ano de 2009, o resultado ficara em 2,03% do PIB à época, ou R$ 64,769 bilhões.
Juros e resultado nominal
Enquanto isso, o pagamento de juros cresceu na comparação mensal, indo de R$ 18,525 bilhões em novembro para R$ 19,536 bilhões em dezembro. Com isso, os juros nominais totalizaram R$ 195,369 bilhões no ano, o equivalente a 5,34% do PIB.
Já o resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais, registrou déficit de R$ 8,683 bilhões em dezembro. Dessa forma, o resultado acumulado nos doze meses de 2010 ficou deficitário em R$ 93,673 bilhões, o que representa uma parcela de 2,56% do PIB.
A tabela abaixo compara a evolução da necessidade de financiamento do setor público em dezembro de 2010, com aquela registrada no período anterior.
R$ milhões Dezembro/10 Novembro/10 Var(%) NFSP* +8.683 +14.359 -39,53% Juros nominais*
+19.536
+18.525 +5,45% Resultado
primário* -10.853 -4.166 +61,62%
*(+)Déficit (-)Superávit
Fonte: Banco Central
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Movimentos sociais entregam carta ao consulado do Egito
Movimentos sociais e organizações populares do Rio de Janeiro entregam carta ao consulado do Egito de apoio à revolução popular em marcha contra a ditadura de Murabak.
CARTA AO CONSULADO DO EGITO
Rio de Janeiro, 01 de fevereiro de 2011
Ao Consulado da República Árabe do Egito no Rio de Janeiro
Exma. Senhora Cônsul Ministra Plenipotenciária Amany Mohamed Kamal El Etr
Muitos de nós brasileiros, signatários desta carta, estivemos nas trincheiras da luta contra a Ditadura Militar no Brasil, derrotada pela força do povo nas ruas. Por isso, somos capazes de entender com profundidade o sofrimento do povo egípcio que, há trinta anos, vem sendo submetido a um regime cruel que, na defesa de seus interesses mesquinhos e para atender às exigências da geopolítica dos Estados Unidos, seu patrocinador, não tem hesitado em prender e torturar seus opositores, desafiando, impunemente, as leis internacionais que tratam dos Direitos Humanos. E se assim o faz é porque tem a proteção, o apoio e a cumplicidade dos Estados Unidos que, em troca de uma substancial ajuda militar e da manutenção dos privilégios dos governantes corruptos e de uma elite insensível, impõe um regime ditatorial e violento que faz da miséria, da fome, do desemprego e do analfabetismo de grande parte da população, seus principais trunfos para manter-se no poder e assim perpetuar a dominação imperialista e sionista no Oriente Médio.
As manifestações de protesto dos egípcios e suas reivindicações têm a simpatia e a solidariedade de todas as pessoas de consciência no mundo. Eles têm todo o direito de se revoltarem e de exigir a saída do ditador, o fim de seu regime autoritário e o rompimento definitivo com os EUA e Israel, sem o qual nada muda, porque suportaram durante trinta anos o contínuo rebaixamento de seu nível de vida, sendo privados de seus direitos mais elementares, tudo em nome das poderosas potências estrangeiras que usurpam o petróleo do Oriente Médio e exercem seu poder político e militar sobre os povos árabes.
O povo egípcio, agora, está disposto a ir até o fim para encerrar de vez a era de arbítrio, e construir em seu lugar, um governo democrático que seja capaz de devolver a eles todos os seus direitos usurpados, que respeite sua autodeterminação e o seu direito de organizar seus partidos e sindicatos, construindo para este país uma nova era em que a liberdade seja a base e que a bandeira da solidariedade seja levantada toda vez que um povo estiver sendo oprimido.
Manifestamos o nosso mais profundo pesar às famílias daqueles que tombaram durante essa jornada de lutas e repudiamos essa atitude violenta do governo Mubarak que pretende, pela força das armas, silenciar os protestos, demonstrando que não tem o menor respeito pelo seu povo e reafirmamos o desejo do povo egípcio em romper com a interferência estrangeira em sua soberania.
Daqui do Brasil, nossas vozes ecoarão através de todos os meios possíveis para fortalecer o grito de liberdade do povo egípcio e esperamos que V. Ex.ª, como representante deste país no Brasil, faça chegar até o governo Mubarak a nossa mensagem.
Assinam:
CSP – CONLUTAS
INTERSINDICAL
CUT – CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
PCB
PSTU
MORENA – CÍRCULOS BOLIVARIANOS
JUBILEU SUL
ANEL
UJC – UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
NÚCLEO FREI TITO DE DIREITOS HUMANOS, COMUNICAÇÃO E CULTURA DO PSOL
MST – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA
COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO RJ
CARTA AO CONSULADO DO EGITO
Rio de Janeiro, 01 de fevereiro de 2011
Ao Consulado da República Árabe do Egito no Rio de Janeiro
Exma. Senhora Cônsul Ministra Plenipotenciária Amany Mohamed Kamal El Etr
Muitos de nós brasileiros, signatários desta carta, estivemos nas trincheiras da luta contra a Ditadura Militar no Brasil, derrotada pela força do povo nas ruas. Por isso, somos capazes de entender com profundidade o sofrimento do povo egípcio que, há trinta anos, vem sendo submetido a um regime cruel que, na defesa de seus interesses mesquinhos e para atender às exigências da geopolítica dos Estados Unidos, seu patrocinador, não tem hesitado em prender e torturar seus opositores, desafiando, impunemente, as leis internacionais que tratam dos Direitos Humanos. E se assim o faz é porque tem a proteção, o apoio e a cumplicidade dos Estados Unidos que, em troca de uma substancial ajuda militar e da manutenção dos privilégios dos governantes corruptos e de uma elite insensível, impõe um regime ditatorial e violento que faz da miséria, da fome, do desemprego e do analfabetismo de grande parte da população, seus principais trunfos para manter-se no poder e assim perpetuar a dominação imperialista e sionista no Oriente Médio.
As manifestações de protesto dos egípcios e suas reivindicações têm a simpatia e a solidariedade de todas as pessoas de consciência no mundo. Eles têm todo o direito de se revoltarem e de exigir a saída do ditador, o fim de seu regime autoritário e o rompimento definitivo com os EUA e Israel, sem o qual nada muda, porque suportaram durante trinta anos o contínuo rebaixamento de seu nível de vida, sendo privados de seus direitos mais elementares, tudo em nome das poderosas potências estrangeiras que usurpam o petróleo do Oriente Médio e exercem seu poder político e militar sobre os povos árabes.
O povo egípcio, agora, está disposto a ir até o fim para encerrar de vez a era de arbítrio, e construir em seu lugar, um governo democrático que seja capaz de devolver a eles todos os seus direitos usurpados, que respeite sua autodeterminação e o seu direito de organizar seus partidos e sindicatos, construindo para este país uma nova era em que a liberdade seja a base e que a bandeira da solidariedade seja levantada toda vez que um povo estiver sendo oprimido.
Manifestamos o nosso mais profundo pesar às famílias daqueles que tombaram durante essa jornada de lutas e repudiamos essa atitude violenta do governo Mubarak que pretende, pela força das armas, silenciar os protestos, demonstrando que não tem o menor respeito pelo seu povo e reafirmamos o desejo do povo egípcio em romper com a interferência estrangeira em sua soberania.
Daqui do Brasil, nossas vozes ecoarão através de todos os meios possíveis para fortalecer o grito de liberdade do povo egípcio e esperamos que V. Ex.ª, como representante deste país no Brasil, faça chegar até o governo Mubarak a nossa mensagem.
Assinam:
CSP – CONLUTAS
INTERSINDICAL
CUT – CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
PCB
PSTU
MORENA – CÍRCULOS BOLIVARIANOS
JUBILEU SUL
ANEL
UJC – UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
NÚCLEO FREI TITO DE DIREITOS HUMANOS, COMUNICAÇÃO E CULTURA DO PSOL
MST – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA
COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO RJ
Juros dobram dívida pública em 8 anos de Lula, crescendo 9% ao ano, para R$ 1,69 tri
Crescimento chinês no Brasil
Juros dobram dívida pública em 8 anos de Lula, crescendo 9% ao ano, para R$ 1,69 tri
Monitor Mercantil, 01/02/2011
Monitor Mercantil, 01/02/2011
Garantindo aos investidores um dos juros mais altos do mundo, a Dívida Pública Federal (DPF) dobrou na Era Lula. Com um crescimento médio anual de 9%. - equivalente à marcha do Produto Interno Bruto (PIB) da China - nos oitos anos de Governo Lula, a Dívida Pública Federal (DPF) saltou para R$ 1,694 trilhão, no fim de 2010, segundo dados do Tesouro Nacional.
O Tesouro previa que, em 2010, a dívida variaria de R$ 1,6 trilhão a R$ 1,730 trilhão.
A despeito da melhora do perfil e da composição da dívida ao longo dos oito últimos anos, a política de juros elevados reflete-se no elevado custo do carregamento da dívida.
Ao Tesouro cabe a difícil tarefa de compatibilizar custo e redução do risco de financiamento com prazos mais longos e títulos menos suscetíveis a choques na economia.
A composição dos estoques em 2010 apresentou, segundo o Tesouro, melhora no perfil da dívida. Isso porque foi verificado um percentual mais elevado (36,6%) da parcela de dívida prefixada. Em 2009, essa fatia estava em 32,2% e, no ano anterior, auge da crise, em 29,9%.
O total dessa parcela na composição da dívida ficou perto do teto da banda prevista pelo Tesouro para 2010, de 37%. Já a fatia da dívida vinculada a índices de preços ficou em 26,6% ano passado, dentro do intervalo de 24% a 28%. Nos dois anos anteriores, ficara em 26,7%, em 2009, e 26,6%, em 2008.
O total da dívida indexada à Selic (a taxa básica de juros da economia) caiu de 33,4% em 2009 para 30,8% ano passado. A parcela atrelada ao câmbio também registrou redução pelo segundo ano consecutivo, de 9,7% em 2008 para 6,6%, em 2009, e 5,1%, em 2010.
Pelo levantamento do Tesouro, a parcela da Dívida Pública Federal atrelada a prefixados superou a fatia da dívida indexada à Selic ano passado.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Revolução Árabe, efeito dominó contra a crise capitalista
por Almir Cezar
(atualizado em 02/02/2011, às 16h)
Efeito Dominó no mundo Árabe
A Revolução corre pelos países árabes igual efeito dominó
Manifestantes têm protestado contra o alto custo de vida e a falta de liberdades políticas no país. Depois de Tunísia e Egito, a revolta popular árabe contra regimes ditatoriais, conhecida como "Revolução de Jasmim", chegou a Jordânia e Argélia.
Começou na Tunísia, onde a "Revolução de Jasmim" com afastamento do governo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu do país. Em seguida chegou com força no Egito. Os protestos que tomam conta do Egito desde o dia 25 de janeiro e exigem a renúncia do presidente Hosni Mubarak foram inspirados nas manifestações na Tunísia.
Agora a "onda" chegou à Argélia, Iêmen, Jordânia, Síria, Sudão, que são alguns dos países nos quais os cidadãos saíram às ruas para exigir seus direitos sociais, econômicos e políticos. Todas as manifestações seguem o padrão que têm abalado o mundo árabe: é organizada pela internet e busca maior liberdade de expressão, respeito aos direitos humanos e melhora no padrão de vida. O povo da Tunísia rompeu o costume do medo e mostrou que era possível - com uma velocidade surpreendente - derrubar um regime, com uma dificuldade menor do que a imaginada
Crise econômica e não religião como fermento da revolução
Esta revolta popular que atinge grande parte do mundo árabe é laica, e nada tem haver com o que a grande mídia e o imperialismo, que tenta divulgar ou passar a imagem como um processo com viés islâmico, na tentativa de aterrorizar a opinião pública do Ocidente. Vale lembrar que, esses ditadores laicos são aliado dos países imperialistas, são muito responsável, em relação ao interesse geopolítico na região, por controle (eufemisticamente chamado de "esforços de paz") no Oriente Médio. Por sua vez, a ideologia imperialista cínica defende que os países árabes o senso democrático é limitado a estreitas elites liberais enquanto que a vasta maioria só pode ser mobilizada através do fundamentalismo religioso ou do nacionalismo. Embora verdade que, o vazio deixado pelo pan-arabismo (tão combatido pelo Ocidente) acabou sendo ocupado pelos movimentos islâmicos que tiveram e têm setores não sectários que são antiimperialistas como o caso do Hezbolah no Líbano e o Hamas na Palestina e outras mais sectárias e fundamentalistas que não tem cumprido este papel. Porém, a revolução vem provando como errada tal ideologia.
O caso exemplar dessa tendência laica e deflagrada pela crise econômica é do incidente que iniciou a primeira onda de protestos na Tunísia. Um vendedor de frutas,que ao atear fogo em seu corpo em 17 de dezembro passado, incendiou seu país até que derrubou o ditador Ben Ali. O caso é realmente exemplar: Bouazizi revoltou-se porque policiais confiscaram sua banca, o espancaram e não devolveram seu negócio que lhe rendia 75 dólares mensais que sustentavam sua mãe e irmã. Seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e desde os 10 ele vendia nas ruas depois do colégio.
O jovem que se lançou às chamas, era, na verdade, um universitário graduado que, como tantos outros, não encontrava um emprego apropriado. Ele tentou sobreviver com dificuldades vendendo frutas e legumes, mas até mesmo isso se tornou impossível quando a polícia o deteve por vender sem licença. Em desespero, ele decidiu pôr fim à sua vida em gesto dramático. Ele faleceu algumas semanas mais tarde. Esse incidente provocou uma onda massiva de manifestações e protestos.
Caréstia e desemprego, combustível da revolta
O aumento no preço das commodities, em especial os alimentos, leva à fome, à carestia ou à forte perda no poder de compra, uma das causas das revoltas populares na Tunísia, no Egito e outros países. Esse aumento se deve à especulação financeira, com os alimentos sendo considerados mercadorias e negociados nas bolsas dos mercados e futuros, e não à falta de terras ou capacidade para cultivar.
A carestia dos artigos de primeira necessidade, a consequente fome, e a perda do poder de compra dos salários pela elevação dos preços, associada ao desemprego que explodiu após a crise mundial de 2008, são "combustíveis" que acabam obrigando as populações a assumirem condutas mais críticas e duras contra os governos anti-democráticos.
Os ditadores não ditam, eles obedecem ordens. "Ditadores são sempre fantoches políticos. Os ditadores não decidem." O presidente Hosni Mubarak do Egito, assim como era Ben Ali da Tunísia, é o fiel servidor dos interesses económicos tanto das elites locais como das multinacionais ocidentais. E na crise esses governos,a té mais que os pseudo-democráticos (democráticos burgueses) se veem mais obrigados a atender esses interesses, impondo aos trabalhadores às perdas com a crise e aumento da exploração.
O levante começou como movimento contra o desemprego e a carestia, sobretudo contra o preço dos alimentos, mas rapidamente converteu-se em revolução que exigia liberdades civis e a deposição do homem que a população via como responsável por suas tragédias. As multidões gritavam “Pão, água e sem Ben Ali”.
O regime da Tunísia comprometeu a velha base produtiva da economia, seguindo à risca por anos a fio as recomendações de sempre do FMI e do Banco Mundial, para privatizar indústrias e cooperativas agrícolas do setor público. Em lugar do que antes havia, cresceu uma economia muito mais contingente, de empresas têxteis e call centers operados por investidores estrangeiros, que só ofereciam empregos e subempregos temporários e mal remunerados, e resorts e spas para atrair turistas às ensolaradas praias do país. Turismo e call centers, nos quais os tunisinos trabalhavam como empregados de consumidores ocidentais, são os dois principais itens da lista de exportações recomendada pelo Banco Mundial. Com a crise de 2008 tudo isso veio abaixo.
É por isso, que a grande massa nas ruas denuncia a ilegitimidade também do governo de transição iniciado com a queda de Ben Ali e exige “um novo Parlamento, uma nova constituição e uma nova República”. A revolução na Tunísia é precedente que fez ver no mundo árabe a possibilidade de democratização, é de sua única possibilidade de construção de baixo para cima, e como esta é necessidade primária para lutar contra as consequências do capitalismo.
(atualizado em 02/02/2011, às 16h)
Efeito Dominó no mundo Árabe
A Revolução corre pelos países árabes igual efeito dominó
Manifestantes têm protestado contra o alto custo de vida e a falta de liberdades políticas no país. Depois de Tunísia e Egito, a revolta popular árabe contra regimes ditatoriais, conhecida como "Revolução de Jasmim", chegou a Jordânia e Argélia.
Começou na Tunísia, onde a "Revolução de Jasmim" com afastamento do governo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu do país. Em seguida chegou com força no Egito. Os protestos que tomam conta do Egito desde o dia 25 de janeiro e exigem a renúncia do presidente Hosni Mubarak foram inspirados nas manifestações na Tunísia.
Agora a "onda" chegou à Argélia, Iêmen, Jordânia, Síria, Sudão, que são alguns dos países nos quais os cidadãos saíram às ruas para exigir seus direitos sociais, econômicos e políticos. Todas as manifestações seguem o padrão que têm abalado o mundo árabe: é organizada pela internet e busca maior liberdade de expressão, respeito aos direitos humanos e melhora no padrão de vida. O povo da Tunísia rompeu o costume do medo e mostrou que era possível - com uma velocidade surpreendente - derrubar um regime, com uma dificuldade menor do que a imaginada
Crise econômica e não religião como fermento da revolução
Esta revolta popular que atinge grande parte do mundo árabe é laica, e nada tem haver com o que a grande mídia e o imperialismo, que tenta divulgar ou passar a imagem como um processo com viés islâmico, na tentativa de aterrorizar a opinião pública do Ocidente. Vale lembrar que, esses ditadores laicos são aliado dos países imperialistas, são muito responsável, em relação ao interesse geopolítico na região, por controle (eufemisticamente chamado de "esforços de paz") no Oriente Médio. Por sua vez, a ideologia imperialista cínica defende que os países árabes o senso democrático é limitado a estreitas elites liberais enquanto que a vasta maioria só pode ser mobilizada através do fundamentalismo religioso ou do nacionalismo. Embora verdade que, o vazio deixado pelo pan-arabismo (tão combatido pelo Ocidente) acabou sendo ocupado pelos movimentos islâmicos que tiveram e têm setores não sectários que são antiimperialistas como o caso do Hezbolah no Líbano e o Hamas na Palestina e outras mais sectárias e fundamentalistas que não tem cumprido este papel. Porém, a revolução vem provando como errada tal ideologia.
O caso exemplar dessa tendência laica e deflagrada pela crise econômica é do incidente que iniciou a primeira onda de protestos na Tunísia. Um vendedor de frutas,que ao atear fogo em seu corpo em 17 de dezembro passado, incendiou seu país até que derrubou o ditador Ben Ali. O caso é realmente exemplar: Bouazizi revoltou-se porque policiais confiscaram sua banca, o espancaram e não devolveram seu negócio que lhe rendia 75 dólares mensais que sustentavam sua mãe e irmã. Seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e desde os 10 ele vendia nas ruas depois do colégio.
O jovem que se lançou às chamas, era, na verdade, um universitário graduado que, como tantos outros, não encontrava um emprego apropriado. Ele tentou sobreviver com dificuldades vendendo frutas e legumes, mas até mesmo isso se tornou impossível quando a polícia o deteve por vender sem licença. Em desespero, ele decidiu pôr fim à sua vida em gesto dramático. Ele faleceu algumas semanas mais tarde. Esse incidente provocou uma onda massiva de manifestações e protestos.
Caréstia e desemprego, combustível da revolta
O aumento no preço das commodities, em especial os alimentos, leva à fome, à carestia ou à forte perda no poder de compra, uma das causas das revoltas populares na Tunísia, no Egito e outros países. Esse aumento se deve à especulação financeira, com os alimentos sendo considerados mercadorias e negociados nas bolsas dos mercados e futuros, e não à falta de terras ou capacidade para cultivar.
A carestia dos artigos de primeira necessidade, a consequente fome, e a perda do poder de compra dos salários pela elevação dos preços, associada ao desemprego que explodiu após a crise mundial de 2008, são "combustíveis" que acabam obrigando as populações a assumirem condutas mais críticas e duras contra os governos anti-democráticos.
Os ditadores não ditam, eles obedecem ordens. "Ditadores são sempre fantoches políticos. Os ditadores não decidem." O presidente Hosni Mubarak do Egito, assim como era Ben Ali da Tunísia, é o fiel servidor dos interesses económicos tanto das elites locais como das multinacionais ocidentais. E na crise esses governos,a té mais que os pseudo-democráticos (democráticos burgueses) se veem mais obrigados a atender esses interesses, impondo aos trabalhadores às perdas com a crise e aumento da exploração.
O levante começou como movimento contra o desemprego e a carestia, sobretudo contra o preço dos alimentos, mas rapidamente converteu-se em revolução que exigia liberdades civis e a deposição do homem que a população via como responsável por suas tragédias. As multidões gritavam “Pão, água e sem Ben Ali”.
O regime da Tunísia comprometeu a velha base produtiva da economia, seguindo à risca por anos a fio as recomendações de sempre do FMI e do Banco Mundial, para privatizar indústrias e cooperativas agrícolas do setor público. Em lugar do que antes havia, cresceu uma economia muito mais contingente, de empresas têxteis e call centers operados por investidores estrangeiros, que só ofereciam empregos e subempregos temporários e mal remunerados, e resorts e spas para atrair turistas às ensolaradas praias do país. Turismo e call centers, nos quais os tunisinos trabalhavam como empregados de consumidores ocidentais, são os dois principais itens da lista de exportações recomendada pelo Banco Mundial. Com a crise de 2008 tudo isso veio abaixo.
É por isso, que a grande massa nas ruas denuncia a ilegitimidade também do governo de transição iniciado com a queda de Ben Ali e exige “um novo Parlamento, uma nova constituição e uma nova República”. A revolução na Tunísia é precedente que fez ver no mundo árabe a possibilidade de democratização, é de sua única possibilidade de construção de baixo para cima, e como esta é necessidade primária para lutar contra as consequências do capitalismo.
Mubarak e FMI não largam o osso
Mubarak e FMI não largam o osso
Monitor Mercantil, 01/02/2011
Pelo menos um milhão de pessoas foram às ruas, no Cairo, para exigir a renúncia de Mubarak
Com 1 milhão nas ruas, ditador não renuncia e fundo quer continuar "colaborando"
Enfrentando uma manifestação com 1 milhão de pessoas que pediam, nas ruas, sua saída do poder, o ainda presidente do Egito, Hozni Mubarak, limitou-se a anunciar, em pronunciamento na TV estatal, que não vai concorrer a novo mandato nas eleições de setembro, mas recusou-se a renunciar ao mandato.
Na sua ótica particular, os gigantescos protestos da última semana pela sua saída variaram de "manifestações pacíficas a um ataque à estabilidade do país, manipuladas por interesses políticos". "Exauri minha vida servindo ao povo, e decidi não mais concorrer a um novo mandato", disse Mubarak, acrescentando ainda que "morrerei em solo egípcio, que jurei defender", indicando que não pretende largar o osso.
De acordo com a imprensa norte-americana, horas antes do pronunciamento, Mubarack ouviu do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que não deveria se candidatar a mais uma reeleição.
Mas não é só veterano ditador que não quer largar o poder. Dominique Strauss-Kahn, diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), cujas impopulares políticas ajudaram a mobilizar a população contra Mubarak, afirmou que a instituição vai ajudar a "reconstruir" a economia do Egito.
Strauss-Kahn se disse preocupado com o agravamento dos desequilíbrios globais, referindo-se às tensões políticas em Egito, Tunísia e Congo. Segundo ele, esses desequilíbrios ameaçariam a "frágil" recuperação econômica.
Os dois pronunciamentos reafirmaram o distanciamento entre Mubarak e o FMI e a revolução em desenvolvimento nas ruas do Egito.
Ignorando o toque de recolher, a oposição reuniu 1 milhão de pessoas nas ruas das principais cidades do país. Deste cedo, manifestantes tomaram conta do centro do Cairo. Os gritos de protesto estão em toda parte, assim como cartazes e fotos pedindo a renúncia de Mubarak.
Paraquedista
Marcos Oliveira e Sergio Souto, 01/02/2011 O oportunismo com que o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) Mohamed ElBaradei desembarcou no Egito, para, surfando na ebulição da revolução local, se oferecer para ser o futuro líder do país só é comparável à ligeireza com que as agências internacionais de notícias, secundadas por seus satélites em outras partes, insistem em apresentá-lo "como principal líder da oposição". O fato de ElBaradei apenas ter recém-chegado ao Egito enquanto a oposição se vias às voltas com a brutal repressão da ditadura de Hosni Mubarak não é obstáculo para mídia monopolista forjar mais um dos seus "campeões da liberdade".
Para os excessivamente ingênuos e/ou os muitos espertos que, em pleno século XXI, defendem uma revisita à Escola Clássica, para defender existir uma dicotomia incontornável entre economia e política, ignorando o papel de ditaduras na defesa de interesses econômicos das elites, um exemplo emblemático vem do Egito. Nos 30 anos de ditadura de Hosni Mubarak, o salário mínimo foi mantido congelado durante 26 anos. Sem correção para manter seu poder aquisitivo diante da inflação, chegou a valer o equivalente a US$ 6 (cerca de R$ 10,80). Depois de todo esse período e apenas com os fortes protestos dos egípcios ano passado, o mínimo, por decisão da Justiça local, foi elevado, em dezembro, para US$ 69 (cerca de R$ 124,20), contra US$ 222 (R$ 399,60), reclamados pelos sindicatos.
Herança de Mubarak
Marcos Oliveira e Sergio Souto, 31/01/2011 Para os excessivamente ingênuos e/ou os muitos espertos que, em pleno século XXI, defendem uma revisita à Escola Clássica, para defender existir uma dicotomia incontornável entre economia e política, ignorando o papel de ditaduras na defesa de interesses econômicos das elites, um exemplo emblemático vem do Egito. Nos 30 anos de ditadura de Hosni Mubarak, o salário mínimo foi mantido congelado durante 26 anos. Sem correção para manter seu poder aquisitivo diante da inflação, chegou a valer o equivalente a US$ 6 (cerca de R$ 10,80). Depois de todo esse período e apenas com os fortes protestos dos egípcios ano passado, o mínimo, por decisão da Justiça local, foi elevado, em dezembro, para US$ 69 (cerca de R$ 124,20), contra US$ 222 (R$ 399,60), reclamados pelos sindicatos.
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