domingo, 28 de março de 2010

Livro revela a participação do sistema Globo e do JB em rede pró-golpe de 64

Antônio Figueiredo - jornal A Tribuna, 27 de março de 2010

Apaixonado por jornalismo (como ele mesmo se define), o professor da Faculdade de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFF, Aloysio Castelo de Carvalho, revela no livro “Rede da Democracia: “O Globo”, “O Jornal” e o “Jornal do Brasil” na queda do governo Goulart (1961-64)”, o papel dessas empresas de comunicação no golpe militar de 1964.

Na publicação, que será lançada na próxima quarta-feira (31), às 18h, na Livraria da Travessa (Travessa do Ouvidor, 17, Centro do Rio), Aloysio, doutor em História Social pela USP, mostra que a chamada rede da democracia foi um amplo sistema de comunicação – que também incluía as rádios Globo, Tupi e JB – a serviço de setores da sociedade contrários às reformas de base defendida pelo então presidente da República João Goulart. Nesta data, o golpe militar completa 46 anos.

Acompanha o livro, das editoras Nitpress e EdUFF e que será debatido durante o lançamento pelo autor e mais dois convidados, um CD com fac-símiles (reproduções) de 100 matérias publicadas pela rede – criada em outubro de 1963 e extinta logo após a derrubada de Jango, em 31 de março de 64. Segundo o professor Aloysio, as páginas mostram muito mais que editoriais como o do Correio da Manhã – “Chega” e “Basta” –,veiculados às vésperas do golpe.

“Como conquistaram amplo apoio popular através do discurso anti-comunista, já que vivíamos o período da Guerra Fria (pós-Segunda Guerra), esses jornais pediam a intervenção das Forças Armadas (no governo). É possível ter uma boa visão da imprensa em 1964”, afirma o professor.

Pesquisa

A ideia que acabou dando origem ao livro – prefaciado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), jornalista Maurício Azedo – surgiu quando Aloysio coordenava o Centro Formação da Rádio CBN, no Rio.

“Fazia uma pesquisa para a TV Globo para o “Projeto Memória” (em 1998), quando encontrei as matérias da rede da democracia” no jornal (O Globo). Como estava fazendo a minha tese de doutorado, não pude me aprofundar na pesquisa. Depois da conclusão do doutorado em 2000, passei a me dedicar neste trabalho”, explica ele.

Naquele período, jornalistas dessas empresas de comunicação, como Roberto Marinho, Nascimento Brito e João Calmon, por exemplo, escreviam no “O Globo”, “JB” e em “O Jornal” e falavam nas suas respectivas emissoras de rádio contra o comunismo e o governo Goulart. Logo ele que, em 1963, teve o apoio do governador Leonel Brizola, através da “Cadeia da Legalidade”.

A participação dos meios de comunicação, através de institutos ligados a setores da sociedade, também foi difundida em outras publicações. Na visão do doutor René Dreifuss, já falecido, a opinião pública foi moldada pelos conspiradores financiadas por interesses empresariais nacionais e estrangeiros, por meio do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), principalmente através da mídia.

Debate

O lançamento do livro do professor Aloysio de Carvalho integra o ciclo de debates “A imprensa e o golpe de 64”, que acontece de segunda a quarta-feira, sempre às 18h, na Livraria da Travessa. No primeiro dia, o tema será “A imprensa amordaçada”, com os professores João Batista de Abreu (UFF/IACS), Antônio Serra (UFF/ICHF) e o jornalista Guimarães Padilha. A mediadora será a professora Sylvia Moretzohn (UFF/IACS).

Já na terça, como o tema “A imprensa independente”, foram convidados o jornalista Nilo Dante e os professores Antônio Theodoro Barros (UFF/IACS) e Beatriz Kushnir (UFF-Arquivo Geral da Cidade do Rio). A mediação será do professor Alceste Pinheiro (UFF/IACAS).

No dia do lançamento, a mesa “A imprensa golpista” terá, além do professor Aloysio, os jornalistas Jesus Chediak e Maurício Azedo. A mediação será do jornalista Luiz Erthal.

sábado, 27 de março de 2010

(Solidariedade de classe) Violenta repressão a ato em SP produz momento poético

O Limiar e Transformação republica post de Leandro Fortes, do Blog de Leandro Fortes

O mundo bizarro de José Serra
Quase todos perdidos de armas nas mãos

Muito ainda se falará dessa foto de Clayton de Souza, da Agência Estado, por tudo que ela significa e dignifica, apesar do imenso paradoxo que encerra. A insolvência moral da política paulista gerou esse instantâneo estupendo, repleto de um simbolismo extremamente caro à natureza humana, cheio de amor e dor. Este professor que carrega o PM ferido é um quadro da arte absurda em que se transformou um governo sustentado artificialmente pela mídia e por coronéis do capital. É um mural multifacetado de significados, tudo resumido numa imagem inesquecível eternizada por um fotojornalista num momento solitário de glória. Ao desprezar o movimento grevista dos professores, ao debochar dos movimentos sociais e autorizar sua polícia a descer o cacete no corpo docente, José Serra conseguiu produzir, ao mesmo tempo, uma obra prima fotográfica, uma elegia à solidariedade humana e uma peça de campanha para Dilma Rousseff.


Inesquecível, Serra, inesquecível.

Solidariedade de classe

Enquanto a polícia militar sob a ordem do governador José Serra, pré-candidato a presidente da Repúbica pelo PSDB, descia o cacete e estourava bombas nos profesores vemos no meio da fumaça a solidariedade de classe em ação.

Novamente a polícia paulista foi truculenta com os servidores estaduais da Educação em uma forte greve por seus legitimos direitos. De repente, vemos essa imagem paradoxal e bela, imagem não fruto do acaso, ou piedade individual. O que se vê é a solidariedade de classe: que não vê o repressor como inimigo, mas como iludido, manipulado, tão reprimido quanto o agredido. A solidariedade de classe quebra a cegueira da ideologia burguesa fazendo aquele professor ver o policial, apesar do cacetete e do uniforme, como um ser humano machucado.O verdadeiro inimigo é a burguesia e seus políticos a seu serviço.

 Quem participa dos movimentos grevistas sabe que gestos como esse são comuns entre seus participantes, o raro é termos registros disso pela imprensa.

P.S. 1: há fontes que dizem que o rapaz que carrega a policial militar seria um policial à paisana (o que a polícia militar parece dar como versão oficial), contudo outras confirmam ser um manifestante. Se o for, de nada perde sua poesia, apenas mostra que os agressores também podem sofrer com a violência que produzem, e precisarão de gestos de solidariedade, mesmo que apenas de seus colegas agressores.

P.S. 2: mais recentemente a PM de São Paulo confirmou que o rapaz seria um policial. O sindicato dos professores confirmou que ele se apresentou o tempo todo até o momento da confusão como professor, inclusive ingressando no ônibus que levou os manifestantes até a concentração do ato e assinou a lista de presença do comando de greve. Em resumo, ele é o que popularmente chamado de "P2", um policial infiltrado. O Comando da PM-SP na tentativa de desmerecer a cena, acabou entregando seu espião, e revelando uma das práticas mais sordidas ainda praticadas contra os movimentos sociais, que nunca foi sepultada apesar do fim da Ditadura Militar. Confirmada essa versão em nada altera a importância simbólica da cena enquanto gesto de solidariedade, como é explicado mais acima aqui no artigo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

I Colóquio sobre Política Nacional e Internacional/UFRJ

I Colóquio sobre Política Nacional e Internacional/UFRJ

O Departamento de Ciência Política e o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ têm o prazer de convidá-lo para participar do I Colóquio sobre Política Nacional e Internacional/UFRJ, a se realizar entre os dias 24 e 27 de maio na sala 106 do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/UFRJ, no Largo de São Francisco, Rio de Janeiro.

Este evento é uma iniciativa do Departamento de Ciência Política da UFRJ, em parceria com a REGGEN, CLACSO, IPEA, NIBRACH/UERJ, ABRAS/FGV e os Laboratórios de Estudos sobre Hegemonia e Contra-hegemonia/UFRJ e de Estudos de Gênero/UFRJ.

Segue abaixo a programação:

A Retomada do Desenvolvimento e Agenda das Ciências Sociais:Perspectivas do Século XXI

Programa(Sujeito a Confirmação):

Abertura dia 24:

Secretario Nacional de Direitos Humanos: Paulo de Tarso Vanucchi.

Dia 25de maio

Mesa1. As Novas Rotas da Globalização e as Ciências Sociais:Unipolaridade, Multipolaridade e o Sul. 10:00-13:00 hs

Presidente:Marco Aurélio Santana
Aloisio Teixeira(Reitor UFRJ)
Luis Fernandes (FINEP)
Theotonio Dos Santos(REGGEN)
JoséLuiz Fiori (UFRJ)
Franciscode Oliveira (CINEDIC/USP)

Mesa2. Governo e Políticas Públicas na América Latina

Presidente: Luiz Eduardo Motta 15:00- 18:00 hs
EmirSader (CLACSO)
PauloNakatani (Sociedade Brasileira de Economia Política)
DeniseGentil (UFRJ/IPEA)
Reinaldo Gonçalves(UFRJ)
LuizCarlos Prado (Centro Celso Furtado)

Dia 26de Maio

Mesa3. Os desafios do desenvolvimento e as Perspectivas para a décadade 2010: Democracia, Equidade e Integração Regional

Presidente:Franklin Trein 10:00- 13:00 hs
Marcio Pochmann (IPEA)
José Carlos de Assis(BNDES)
Carlos Eduardo Martins(UFRJ/REGGEN)
MariaAlice Resende de Carvalho (ANPOCS)
CeliScalon (UFRJ/SBS)

Mesa4. Estado e Geopolítica: O Brasil no Mundo Contemporâneo

Presidente:Charles Pessanha 15:00- 18:00 hs
MarcoAurélio Garcia (Assessoria Especial da Presidência para RelaçõesInternacionais)
EuricoLima Figueiredo (ABED/UFF)
FranciscoCarlos Teixeira da Silva (UFRJ)
RobertoAmaral (CEBELA)
BeatrizBissio (Associação Cultural Espaços Diálogos do Sul)
CarlosWalter Porto Gonçalves (UFF)

Dia 27de Maio

Mesa5. Democracia, Movimentos Sociais e os Cenários Políticos naAmérica Latina.

Presidente:Valter Duarte (UFRJ) 10:00 – 13:00 hs
FabianoDos Santos (ABCP)
MonicaBruckmann (REGGEN)
CarlosNelson Coutinho (UFRJ)
IngridSarti (UFRJ)
LuisWerneck Vianna (IUPERJ)

Mesa6. O Papel da Universidade no Século XXI e a Sociedade Brasileira

Presidente:Marco Antônio Gonçalves (UFRJ) 15:00-18:00 hs
RaymundoRomeo (UFF/Secretaria de Ciência e Tecnologia de Niterói)
MarioTheodoro (IPEA)
PabloGentili (CLACSO)
PauloEmílio Matos Martins (ABRAS/FGV)
NildoOuriques (UFSC)
OswaldoMunteal (UERJ)


ComissãoCientífica: Anna Marina Barbará, Carlos Eduardo Martins,Denise Gentil, Emir Sader, Luiz Eduardo Motta, Monica Bruckmann,Oswaldo Munteal, Paulo Emílio Matos Martins e Theotonio dos Santos

Comissãoorganizadora: Anna Marina Barbará, Carlos EduardoMartins, Denise Gentil, Luiz Eduardo Motta, Marcelo Rangel, MonicaBruckmann e Oswaldo Munteal

Organização:Departamento de Ciência Política UFRJ; REGGEN/UNESCO, Laboratóriode Estudos sobre Hegemonia e Contra-hegemonia; Grupo de Trabalhosobre Integração (CLACSO); Laboratório de Estudos sobre Hegemoniae Contra-Hegemonia (UFRJ); Laboratório de Estudos sobre Gênero(UFRJ), NIBRACH(UERJ). E ABRAS/FGV.

segunda-feira, 22 de março de 2010

(Nota da ConlutasRJ) Briga dos Royalties: Covardia é privatização e corrupção

Diante da polêmica fraticida sobre a partilha dos royalties na exploração do petróleo e a reação de vários setores da sociedade fluminense contra a mudança nessas regras, surge uma voz contrária. A ConlutasRJ lançou uma nota pública em que denúncia os postulados errados da briga e se colocando contra a reação da burguesia fluminense, apresentando uma posição pró-trabalhadores.

Nota da Conlutas sobre os royalties:

Covardia é privatização e corrupção
Em defesa dos trabalhadores do Rio e do Brasil


Conlutas do Rio de Janeiro

• Todos estamos acompanhando a polêmica sobre os royalties do petróleo e a oposição do governador fluminense, Sérgio Cabral, à chamada emenda Ibsen.

A emenda, que propõe alterar a distribuição entre os estados e municípios da Federação, representaria uma perda de R$ 7 bilhões para o Estado do Rio de Janeiro, incluindo aí receitas dos municípios beneficiados.

De cara, nos parece difícil de imaginar esta quantia de dinheiro e é fácil ver que será realmente uma grande perda. É claro que qualquer quantia que deixe de vir para a educação, saúde ou transporte do Estado certamente nos faz falta.

Mas a questão é justamente esta! Quem já viu a cor deste dinheiro? Quem se beneficia com os petrodólares – os usuários do metrô e pacientes dos hospitais públicos é que não são! Talvez possamos achar essa dinheirama em algumas meias ou cuecas, em contas numeradas na Suiça ou nos lucros das empreiteiras, disfarçadas de obras públicas do PAC, além das negociatas com empresários do esporte nas Olimpíadas e na Copa.

Os trabalhadores podem perceber que Cabral e sua turma querem utilizar a população para garantirem que os vultuosos tributos sobre o petróleo continuem servindo para se perpetuarem no poder.

As condições de vida nos municípios e estados que recebem atualmente bilhões de reais de roaylties, deixa claro que esta história de defender o Rio é papo-furado de quem está de olho no caixa da campanha para reeleição.

Os trabalhadores devem controlar a utilização das receitas
Covardia maior contra o povo pobre do Estado é se apoderar do dinheiro dos royalties para seu próprio benefício. Portanto, as organizações populares, os sindicatos combativos, os partidos operários, enfim, os trabalhadores organizados em suas associações devem deliberar coletivamente onde serão utilizados estes e todos os outros recursos do Estado. Deliberar e fiscalizar sua utilização, para combater o verdadeiro “linchamento” contra nosso povo, utilizando as palavras do governador.

Temos de estudar como as cidades produtoras poderão receber recursos extras, pois sofrem um grande impacto social e ambiental devido à produção. No entanto, não podemos cair na armadilha de ficar brigando pelos royalties, enquanto o novo marco regulatório, apresentado por Lula, segue no mesmo sentido entreguista de FHC, pois reserva às multinacionais a maior parte do pré-sal e do restante do petróleo e gás brasileiros.

O projeto do Governo Lula, a Emenda Ibsen e as lágrimas de crocodilo de Sérgio Cabral: todos querem deixar tudo como está. Fingindo lutar pelos anéis, entregam-se os dedos.

Acontece que nem Cabral, nem Ibsen nem Lula reclamam para o povo a maior parte da riqueza do pré-sal. Todo esse chororô dos políticos nas páginas dos jornais também está servindo para que não debatamos o destino do grosso do dinheiro proveniente do petróleo e gás brasileiros.

Essa briga entre os poderosos não passa de uma nuvem de fumaça para esconder o grande assalto ao povo fluminense e brasileiro: nossas riquezas, incluindo o petróleo do pré-sal, continuam sendo entregues para o interesse privado nacional e internacional.

O tão alardeado marco regulatório do petróleo, aprovado segundo a vontade do governo federal, na verdade prevê a continuidade da realização dos famigerados leilões das reservas. Segue dividindo o lucro com as multinacionais. Perpetua-se a maior parte das ações da Petrobrás na mão da iniciativa privada e, dentre esta, boa parte no exterior. Lula negou-se a retomar para o Brasil as riquezas entregues por FHC e agora ele mesmo continua a sangria.

Para piorar, há mais uma emenda em jogo, que considera os royalties como custo de produção e, como tal, deve ser ressarcido às empresas em petróleo, ou seja, quem desembolsará estas quantias das quais falamos é o Brasil e não as multinacionais consorciadas... Ô negocinho bom pra dar dinheiro fácil...

10 PONTOS QUE DEMONSTRAM QUE PROJETO DE LULA PARA O PETRÓLEO É UMA CONTINUIDADE DE FHC (E COM OS QUAIS CONCORDAM SÉRGIO CABRAL E IBSEN PINHEIRO)
1 - Não se retomará nenhuma das concessões feitas por FHC e Lula.
2 - Os leilões não serão anulados; ao contrário, vão continuar.
3 - Os 29% já entregues do pré-sal continuarão em regime de concessão.
4 - A Petrobrás somente terá exclusividade a 30% da área que não foi leiloada no pré-sal, que corresponde a 21% do total da área.
5 - O regime de partilha não garante a apropriação de nem 50% do petróleo extraído.
6 - A nova estatal, a Petro-Sal, servirá para empregar os apadrinhados do governo que não vão sujar a mão de óleo.
7 - A Petrobrás passará a ser uma prestadora de serviço (terceira) da nova estatal.
8 - A capitalização da Petrobrás poderá aumentar a participação dos acionistas da bolsa de Nova Iorque.
9 - Com a privatização da Petrobrás, os direitos dos trabalhadores da empresa serão atacados e a repressão irá aumentar.
10 - O fundo social soberano será um grande fundo de campanha para a Dilma.

Não participamos do ato do dia 17! Entidades reagem a demagogia de Cabral e reforçam a verdadeira luta pelos interesses do povo
Entidades nacionais operárias e estudantis, como a CONLUTAS e a ANEL, além de sindicatos locais como SINTUPERJ, SINDJUSTIÇA, SINDIPFAETEC, SEPE-RJ, os participantes do MUSPE (Movimento Unificado do Serviço Público Estadual), bem como os petroleiros do BASE (Bloco Sindical que compõe a diretoria do Sindipetro-RJ) já se posicionaram pela não participação deste ato falacioso.

Acreditamos, junto com os companheiros da campanha “O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO”, em defender o monopólio estatal do petróleo e gás.
Construir esta campanha, independente do governo e dos empresários nacionais e estrangeiros, é a forma correta de defender a melhor destinação do dinheiro proveniente de nossas riquezas.

Queremos este monopólio exercido unicamente por uma Petrobrás 100% estatal e pública sob controle dos trabalhadores.

Exigimos o fim dos leilões e a retomada das reservas leiloadas sem indenização às multinacionais que já tanto nos lesaram.

Queremos a extinção da Agência Nacional do Petróleo e estamos contra a criação da PetroSal.

Propomos o fim do Conselho Nacional de Política Energética controlado pelo governo Lula, propomos um Conselho Popular de Política Energética formado sob o critério eletivo, através do voto dos trabalhadores e assegurando-se a presença de entidades dos movimentos sociais, de forma a assegurar a orientação da gestão para os interesses sociais.

Estas são algumas medidas que podem realmente transformar a riqueza do fundo do mar em mudança de verdade na vida da população mais necessitada de nosso Estado.


Gualberto Tinoco (Pitéu)
Eduardo Henrique S. Costa
Alexandre Lopes Francisco

Membros da Secretaria Executiva Estadual da Conlutas RJ

domingo, 21 de março de 2010

Dia Mundial Contra a Discriminação Racial

Hoje, 21 de março, é comemorado o Dia Mundial Contra a Discriminação Racial e, mesmo com tantos espaços conquistados na sociedade brasileira, para quem é negro as portas ainda não estão totalmente abertas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), pouco mais de 50% da população brasileira é negra. E, em pleno 2010, 122 anos depois da Lei Áurea, em um país cheio de misturas raciais, ainda há preconceito e grande desigualdade social.

O dia 21 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial em memória do Massacre de Shaperville. Em 21 de março de 1960, 20.000 negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. Isso aconteceu na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão e o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos.

O dia 21 de março marca ainda outras conquistas mundiais da população negra no mundo: a independência da Etiópia, em 1975, e da Namíbia, em 1990, ambos países africanos.

sábado, 20 de março de 2010

Não surpreende a manutenção da Selic em 8,75% ao ano.

estréia hoje um novo articulista aqui no Blog, é o nosso amigo Alcer de Carvalho Quibir. Hoje ele fala que não houve surpresa alguma na decisão do Banco Central de não aumentar a taxa Selic. Porém, há ameaças à vista.

por Alcer de Carvalho Quibir, direto para o "Limiar e Transformação"

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 8,75% ao ano não supreende. Não há ameaça real de inflação que justificassem a elevação da Selic, a taxa básica mais alta do mundo, embora os trabalhadores tenham sido realmente afetados com a alta de preços do início do ano. A "ameaça de inflação", que veem ressoando na mídia nas últimas semanas é uma campanha ideológica dos banqueiros para justificar e pressionar uma elevação da taxa, visto que são os únicos que se beneficiam com ela. Contudo, nada impede que o BC mais a frente reverta essa posição, e há movimentos nesse sentido.

A notícia da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 8,75% ao ano não supreende apesar da pressão dos bancos. Tanto porque, não há pressão inflacionária nenhuma, pelo menos advindas da demanda superaquecida. Como também porque sendo ano eleitoral, Henrique Meirelles, presidente do BC, ficou com medo de ter seus voos eleitorais abortados pela decisão de seus pares do Copom.

Não houve derrota dos banqueiros

A decisão tomada ontem pelo BC só deve ter surpreendido analistas que queriam uma elevação dos juros, à medida que, embora o BC use essa taxa para controlar a inflação, a Selic remunera títulos públicos do governo, principal fonte atualmente de receitas dos bancos e corretoras financeiras, ainda mais após a crise econômica mundial, onde empréstimos e ações de bolsa deram fortes prejuízos as mesmas.

Porém, apesar de ter que engolir essa aparente derrota, a manutenção da Selic em 8,75% não é uma perda aos banqueiros, muito pelo contrário. O Brasil apesar de parecer ter uma taxa pequena, segue na verdade, com a 5a. maior taxa de juros nominal do mundo, e pior, a maior taxa real (descontada a taxa de juros à taxa de inflação).

O Brasil com essa taxa básica na estratosfera segue como um porto seguro e lucrativo para os banqueiros e especuladores internacionais. É só ver a entrada massiva de investimentos externos nos últimos meses, que vem inclusive pressionando o real à sucessivas desvalorizações. Esse superávit não traz benefício nenhum ao país, são investimentos especulativos e não produtivos, prejudica o saldo comercial (dificulta as exportações devido a apreciação cambial), o que reforça a dependência com relação a ele, numa espécie de círculo vicioso.

Não há pressão inflacionária

Contudo, de fato, não há no Brasil no momento pressão inflacionária decorrente de demanda superaquecida. Isto é, quando a demanda maior que a oferta forçando uma elevação nos preços.

Se em janeiro e fevereiro houve pressão inflacionária, foram apenas principalmente por conta dos alimentos, que após as quedas de preços ocasionadas pela crise de 2008/2009 começam a se recompor, como também houve perdas na safra devido as chuvas atípicas desse verão. E neste mês e em abril o índice de inflação deve ser menor.

Apesar de perdas, aumento na Selic é prejudicial aos trabalhadores

Embora as perdas no poder de compra nos salários dos trabalhadores já aconteceram. Contudo, diante das perdas com a atípica inflação de janeiro/feveiro uma elevação na Selic não seria benéfica aos trabalhadores

Muito pelo contrário, se em nada reduziria a taxa de inflação de 2010, visto que os preços já subiram, um aumento na taxa Selic forçaria as empresas à demissão de trabalhadores, pelo freio na demanda agregada e no aumento nos seus custos. E ainda pesaria nos orçamentos familiares, através de aumento nos juros das prestações dos empréstimos pessoais e compras à prazo.

A ameaça prossegue: Selic deve aumentar nos próximos meses

Contudo, a manutenção da taxa Selic no momento não significa que mas para frente não o aumentará. Os banqueiros seguirão acossando, exigindo aumentos nos juros sob a alegação da "ameaça da inflação". isso tenderá aumentar nos próximos meses à medida que a economia for se aquecendo, como prevê várias análises. Aí os economistas pró-bancos proclamarão que a economia corre risco de superaquecimento.

E a esse favor, Meirelles mais a frente deve sair do BC para se candidatar a deputado federal ou a vicepresidente, abrindo espaço para que dentro do Copom resolva aplicar uma elevação na Selic.

O Governo age em favor da elevação dos juros

O próprio Ministério do Planejamento já se move nesse sentido. Paulo Bernardo anunciou ontem o corte no Orçamento 2010 para aumentar o dinheiro para o superávit primário.

Recursos que deveriam ir para Saúde, Educação, reajuste dos servidores, etc, foram - sob a justificativa descabida que houve queda na arrecadação de impostos prevista para 2010 - na verdade, reservados para o pagamento de juros maiores na dívida pública, na decorrência de elevação da Selic.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Embora arrecadação aumente Governo decide cortar gastos do Orçamento

Duas notícias incompatíveis entre si. Enquanto a Receita Federal anuncia arrecadação recorde de impostos, Ministro do Planejamento anuncia cortes no Orçamento 2010 suposta queda na previsão de arrecadação, ampliando através de contigenciamento o superávit primário.

Gastança com juros reduz os recursos livres em 11%. Em 2010, o governo Lula fará seu maior contingenciamento orçamentário: R$ 21,8 bilhões, restando R$ 173,3 bilhões em recursos livres para despesas públicas, 11,2% inferior ao previsto na Lei Orçamentária. Segundo o Ministério do Planejamento, está mantida a previsão de 3,3% do PIB para o superávit primário (economia para pagar juros).

Na verdade, é cortar recursos para eventuais e possíveis reajustes de servidores públicos, enquanto garante dinheiro para empreiteiras do PAC, para pagamento dos juros da dívida pública aos bancos privados e para isenções fiscais para grandes multinacionais (reduções do IPI das montadoras de automóvel, etc).

Leia as matérias a seguir:

Arrecadação de impostos e contribuições federais é recorde para fevereiro

Monitor Mercantil, 18 de março 2010
A arrecadação total de impostos e contribuições federais atingiu em fevereiro R$ 53,541 bilhões, valor recorde para esse mês, segundo informações divulgadas nesta quinta pela Receita Federal. O resultado representa uma queda de 27,25% em relação ao de janeiro e um aumento de 13,23% na comparação com o de fevereiro do ano passado.

No acumulado do ano, a arrecadação total chega a R$ 112,050 bilhões, já corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Já a arrecadação administrada pela Receita, que não inclui os demais órgãos do governo federal, ficou em R$ 52,053 bilhões em fevereiro, uma queda de 25,19% ante janeiro e uma elevação de 11,97% em relação a igual período de 2009. No acumulado do ano, esse valor chega a R$ 108,464 bilhões, já corrigido pela inflação.

De acordo com o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, o valor acumulado no ano zerou as perdas causadas pela crise econômica no ano passado. Foi a primeira vez desde o início do ano passado que a arrecadação acumulada em 12 meses registrou resultado positivo, crescendo 0,21%.

- Esse crescimento zerou as perdas acumuladas durante o ano passado que foi um ano de crise bastante severa. A arrecadação teve perdas porque o PIB foi zero e teve a arrecadação que suportar as desonerações tributarias aplicadas - afirmou.

Para este ano, Cartaxo prevê um crescimento de 12% na arrecadação. Entre os fatores que contribuíram para a queda em relação ao mês anterior está o pagamento, me janeiro, da primeira cota ou da cota única do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL), o que aumentou a base naquele mês.

Além disso, houve maior volume de vendas no mês de dezembro, o que contribuiu para maior arrecadação em janeiro de tributos como Cofins, IPI, PIS/PASEP e outros. Na comparação com janeiro, houve queda de 12,08% na arrecadação total do IPI, sendo o maior recuo (36,37%) registrado no recolhimento sobre bebidas. O IRPJ recuou 58,11% no mês e a CSLL, 55,56%.

Houve aumento ainda de 23,75% no recolhimento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 27,96% no Cofins e 16,34% no PIS/Pasep.

                                          ***

Queda da arrecadação e aumento de despesas obrigatórias levam governo a cortar R$ 21,8 bi do Orçamento

Monitor Mercantil, 18 de março de 2010
O Orçamento de 2010 sofrerá corte de R$ 21,8 bilhões. O valor do contingenciamento, o maior desde o início do governo Lula, foi divulgado há pouco pelo Ministério do Planejamento. Para chegar ao total da verba bloqueada, o governo levou em consideração queda de R$ 17,7 bilhões na receita líquida e aumento de R$ 1,4 bilhão nas despesas obrigatórias.

O ministério também estimou aumento de R$ 3,9 bilhões no déficit da Previdência Social e alta de R$ 13 milhões no orçamento dos poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União.

Devido à revisão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% para 5,2%, em 2010, a meta de superávit primário foi elevada em R$ 2,4 bilhões na comparação com o valor estabelecido no Orçamento Geral da União.

No entanto, com o abatimento de até R$ 29,8 bilhões relativo ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dos restos a pagar, a elevação final da meta ficou em R$ 1,4 bilhão na comparação com o valor aprovado pelo Congresso Nacional no final do ano passado.

Com informações das agências Brasil e Folha

quinta-feira, 18 de março de 2010

Seminário Cátedras IPEA do Desenvolvimento "Pensamento de Rui Mauro Marini

SEMINÁRIO CÁTEDRAS DO DESENVOLVIMENTO PENSAMENTO DE RUI MAURO MARINI
Instituto de Economia - Universidade Federal de Uberlândia


25 de março e 29 de abril

Campus Santa Mônica, Uberlândia - MG
 
 
  • 25 de março
9h (Anfiteatro da Biblioteca)

Sessão de abertura

9h15 (Anfiteatro da Biblioteca)

Painel 1 – Atualidade do pensamento de Rui Mauro Marini

Carlos Eduardo da Rosa Martins (Departamento de Ciência Política da UFRJ)

Roberta Traspadini (economista, educadora popular e membro da Consulta Popular)

14h30 (Anfiteatro da Biblioteca)

Painel 2 – Superexploração do trabalho e desenvolvimento periférico

Marcelo Dias Carcanholo (Departamento de Economia da UFF)

Marisa da Silva Amaral (Doutoranda da USP)



  • 29 de abril
9h (Anfiteatro da Biblioteca)

Sessão de abertura

9h15 (Anfiteatro da Biblioteca)

Painel 3 – Possibilidades de aumento do grau de autonomia do desenvolvimento brasileiro

Theotônio dos Santos (Programa em Pós-Graduação em Ciência Política da UFF)

Leda Maria Paulani (Departamento de Economia da USP)

14h30 (Anfiteatro da Biblioteca)

Painel 4 – Condição estrutural periférica: natureza intrínseca ou condição

Frederico Katz (bolsista IPEA)

Rubens Rogério Sawaya (Departamento de Economia da PUC-SP)



Realização:

Organização: NUDES – Núcleo de Desenvolvimento Econômico, IE-UFU

Responsável: Professor Niemeyer Almeida Filho

Financiamento: IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas

Apoio: PPGE – Programa de Pós-Graduação em Economia, Instituto de Economia, Universidade Federal de Uberlândia

http://www.ie.ufu.br/

terça-feira, 16 de março de 2010

Lucros de bancos cresce 486% com FH e Lula. PIB avança abaixo de 3,6% / ano

Eis o verdadeiro "império do amor"

LUCRO DE BANCOS CRESCE 486% COM FH E LULA. PIB AVANÇA ABAIXO DE 3,6%/ANO

Monitor Mercantil, 15/03/2010 - De acordo com o economista Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), a média de crescimento real do lucro dos bancos no Governo Fernando Henrique foi de 11% ao ano, acumulando 130% nos dois mandatos do tucano. O alto percentual, no entanto, foi superado até aqui pelo Governo Lula. Nos dois primeiros anos, a média anual subiu para 14%. De 2003 a 2007, para 19,8%, acumulando 147% em apenas cinco anos.

"Agora, dois anos depois, começam a ser divulgados os resultados de 2008. Não saíram ainda todos, mas já se pode avaliar: apenas cinco bancos já somam lucro de R$ 37,3 bilhões, superando o lucro total dos 31 bancos computados em 2007", comentou Benayon, acrescentando que, no acumulado de FH e Lula, os lucros reais dos bancos cresceram 468%. Ou seja, multiplicaram-se praticamente por seis vezes.

Em contraste com os números apresentados por Benayon, o desempenho do produto interno bruto (PIB) tem sido inferior à média histórica.

Além disso, a participação do Brasil no PIB mundial manteve-se em queda, nos dois governos, contabiliza o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ.

"A taxa média anual de crescimento econômico de Lula (3,6%) é significativamente menor do que a taxa secular do país (4,5%), apesar de superar FH (2,29%). No Governo Lula, continua ocorrendo o processo de perda de posição relativa do Brasil na economia mundial. A participação média do PIB do Brasil no PIB mundial caiu de 2,93% no Governo FH, para 2,74% no Governo Lula."

Para o economista Paulo Jagger, do Dieese, o Brasil nas últimas décadas abdicou de uma estratégia de desenvolvimento. E as recentes iniciativas ainda não foram suficientes para inverter esse quadro. "Além disso, países como Índia e China vêm mantendo média sistematicamente alta", comparou.

segunda-feira, 15 de março de 2010

II Encontro de Negros da Conlutas será dia 26 de março no Rio

II Encontro de Negros e Negras da Conlutas será dia 26 de março no Rio de Janeiro

O II Encontro de Negros e Negras será realizado dia 26 de março, no Rio de Janeiro. Este encontro foi deliberado a partir das resoluções aprovadas em 2007, no I Encontro de Negros e Negras da Conlutas.

Devido à preparação para o Congresso Nacional da Conlutas e o Congresso da Classe Trabalhadora, o GT Nacional de Negras e Negros propôs, a realização desse importante evento Sindical, Popular e Estudantil, com o objetivo de fortalecer a questão racial dentro do processo de reorganização na nova Central, como também a consolidação do Movimento Quilombo Raça e Classe em nível nacional. O local do encontro será confirmado, mas já existe uma previa de que será no Sindjustiça/RJ.

Para inscrição é necessário que até os dias 22/03 sejam enviadas as atas das reuniões de diretoria e as assembléias no movimento sindical, popular, da juventude e de opressões que incluam como pauta esta discussão: Conjuntura e Movimento Negro e Opressões, Congresso da Conlutas e Congresso da Classe Trabalhadora, Reorganização, Perspectivas do Quilombo Raça e Classe, Planos de Lutas e Balanço 2007-2009. O critério de participação será de três presentes para um delegado.

Enviar as informações da eleição de delegados nos estados para os e-mails: jcondaque@yahoo.com.br e conlutas-rj@conlutas.org.br

Valor da Taxa:

Entidades = R$ 20,00;

Minorias/Oposições/Juventude/ Mov.Sociais = R$ 10,00

Do dia 3 ao dia 15 de março os estados podem enviar textos para o encontro.

Haverá uma tese única do GT Nacional da CONLUTAS.

Envie ou Ligue (021) 8770-1099 e 8649-3543 jcondaque@yahoo.com.br e fariasmaristela@gmail.com

REGIMENTO INTERNO: (texto constará na tese do encontro)

ABERTURA: (Entidades e Partidos) - Das 09h às 9h45 (5min. para cada expositor e mediador)

Quilombo Urbano; Luta Armada; Círculo Palmarino; MNU; Intersindical; MTL; PSTU; PSOL: PCB;

MESA I: CONJUNTURA - Das 9h50 às 11h5 (15min. para cada expositor e 5min. para o mediador)

Executiva da CONLUTAS; Quilombo Raça e Classe; ANEL; Mulheres em Luta; GLBT;

PLENÁRIO: Das 11h15 às 12h30 (15 intervenções de 3min.)

Das 12h30 às 12h55 (5min. para cada expositor e mediador)

MESA II: BALANÇO e RESOLUÇÕES 2007/2009 e TÁTICA e ESTRATÉGIA do QUILOMBO RAÇA e CLASSE - 14h às 16h

Quilombo Urbano e GT Negros e Negras da Conlutas

PLENÁRIA FINAL: PLANO de LUTA e RESOLUÇÕES - 16h às 18h

sexta-feira, 12 de março de 2010

Capitalismo e opressão das mulheres - a melhor alternativa: o Socialismo

Para finalizar a semana especial em comemoração ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, aqui no blog Limiar e Transformação  republicamos o artigo Capitalismo, Socialismo e Discriminação: a Economia Política da Opressão, numa versão levemente revisada. Como pôde ser visto na série de postagens da semana, apesar dos avanços na igualdade de gênero, há muito o que lutar contra a opressão da mulher. Vimos também que a desigualdade prossegue, e alimenta e é alimentada pela opressão.

Por sua vez, a opressão da mulher, por um lado, é necessário ao Capitalismo, mesmo na contemporaneidade, para reforçar a exploração do trabalho, através da desigualdade de salários e o sobretrabalho doméstico, ainda mais em um momento de grave crise econômica mundial e queda nos lucros. E, por outro lado, a manutenção da opressão, não apenas tolhe a plena felicidade de uma parcela da humanidade (as mulheres), mas contribui por escravizar toda humanidade.


CAPITALISMO, SOCIALISMO E DISCRIMINAÇÃO
a Economia Política da opressão

por Almir Cezar Baptista Filho

Os socialistas sempre afirmaram que dois aspectos cruciais das liberdades (as liberdades civis e a liberdade econômica) do capitalismo são incompletas, sendo essa uma situação que o capitalismo, por sua própria natureza, está incapacitado para solucionar. Para eles, a sociedade capitalista jamais poderá generalizar as liberdades que, sob certas condições, propicia a um setor favorecido de seus membros. E também, afirmam que as sociedades capitalistas não superam, nem podem superar, uma situação meramente formal de liberdade (jurídica e ideológica), ou pior, concepção negativa - protetora e legitimadora da grande propriedade e da exploração econômica. O Socialismo para eles, por outro lado, é o único sistema social que pode levar as liberdades a todos os cidadãos, e, finalmente, considerando-as fato consumado, pode avançar rumo ao objetivo de propiciar a todos a liberdade positiva, de viver a vida em sua plenitude.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Gregos fazem nova greve contra pacote de austeridade

Prossegue a resistência dos trabalhadores e juventude grega contra o pacotaço de austeridade aplicado pelo governo local.

Gregos fazem nova greve contra pacote de austeridade

11/03 - 10:03 - Reuters

Por Renee Maltezou e Ingrid Melander ATENAS (Reuters) - Trabalhadores gregos dos setores público e privado entraram em greve nesta quinta-feira, afetando aeroportos, escolas e transportes públicos, na segunda paralisação nacional em duas semanas em protesto contra os planos de austeridade do governo. 
 
Nas ruas de Atenas, alto falantes ecoavam slogans que exigiam que os ricos paguem pela grave crise fiscal do país, enquanto milhares de pessoas participavam de uma passeata contra os cortes no salário do funcionalismo público, aumento de impostos, congelamento das pensões e elevação na idade da aposentadoria.

"Nenhum sacrifício para os ricos!", reclamavam os manifestantes, batendo tambores e segurando cartazes com dizeres como "Aonde foi o dinheiro?".

Sob pressão dos seus parceiros da União Europeia e dos mercados, o governo grego apresentou na semana passada um pacote de austeridade que, entre corte de gastos e aumento de impostos, resultará em 4,8 bilhões de euros (6,5 bilhões de dólares) para os cofres públicos.

Mas a greve geral de 24 horas pode inviabilizar o plano.

Embora a maioria dos gregos concorde que as medidas são necessárias, há muitas queixas de que o pacote prejudica os setores errados, num país assolado pela corrupção e a evasão fiscal.

"As medidas são injustas... não podemos fazê-las, temos filhos, famílias. Precisamos encontrar o dinheiro para apoiá-las. Bancos e ricos devem pagar pela crise", disse Odysseas Panagopoulos, de 60 anos, que trabalha no setor de saúde.

O pacote de austeridade, destinado a tranquilizar os mercados de que a Grécia tem como suportar sua dívida pública de 300 bilhões de euros, acontece apenas cinco meses depois da vitória dos socialistas em uma eleição na qual prometiam mais ajuda aos pobres, após a primeira recessão em 16 anos no país.

O nível de participação na greve e nos protestos será acompanhado atentamente fora da Grécia. Políticos da UE, agências de "rating" e mercados financeiros saudaram as últimas medidas, mas ainda esperam para ver sua implementação rápida e sem sobressaltos.

"Este governo nos enganou", disse a Zaharoula Toulia, 57 anos, que vive com uma pensão de 800 euros por mês e votou nos socialistas em outubro. "Eles diziam que havia dinheiro. Cadê?"

Sindicatos de categorias como taxistas e garis ampliaram seus protestos nas últimas semanas. A greve de quinta-feira foi convocada pela principal central sindical do setor privado, a GSEE, e por sua homóloga do funcionalismo público, a Adedy, que juntas representam metade dos 5 milhões de trabalhadores do país. A Adedy prepara novas ações em abril e maio.

(Reportagem adicional de Deborah Kyvrikosaios)

terça-feira, 9 de março de 2010

Frase do Dia

"Para efetuar-lhes a completa emancipação e torná-las iguais aos homens é necessário socializar trabalho do lar e fazer que as mulheres participem do trabalho produtivo comum. Nesse caso, as mulheres ocuparão as mesmas posições ocupadas pelos homens."

(Lênin, em "A emancipação das mulheres")

Mulheres com nível superior ganham ainda menos do que os homens, diz IBGE

Mulheres com nível superior ganham ainda menos do que os homens, diz IBGE

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio - 08/03/2010

Completar o nível superior não garante às mulheres a equiparação salarial aos homens. Pelo contrário, revela estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta segunda-feira, o Dia Internacional da Mulher. A diferença salarial para os homens aumenta no grupamento de mulheres com mais anos de estudo.

"A escolaridade de nível superior não aproxima os rendimentos recebidos por homens e mulheres. Pelo contrário, a diferença acentua-se", informa o estudo "Mulher no mercado de trabalho: Perguntas e respostas", baseada em informações da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) de 2009.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Frase do Dia

"O proletariado não atingirá sua liberdade completa sem conquistar a plena liberdade para a mulher"

(Lênin)

(Dia das Mulheres) A Mulher no mundo industrial

Em comemoração o Dia Internacional da Mulher, hoje 8 de março, postaremos ao longo da semana artigos e notícias relacionados a temática dos direitos e lutas das mulheres.

Começamos com um artigo que contextualiza a ascensão do movimento das mulheres mostrando como nascimento o desenvolvimento do capitalismo industrial. É bom lembrar que o 8 de março surge justamente no campo das lutas das mulheres trabalhadoras, e a data foi definida pelo movimento socialista internacional para celebrar as mártires e as lutadoras do passado, e aglutinar as reivindicações de igualdade social no hoje.

A Mulher no mundo industrial

artigo do blog Processo Industrial

Na segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, a absorção do trabalho feminino pelas indústrias, como mão-de-obra barata, inseriu definitivamente a mulher na dinâmica produtiva. Ela passou a ser obrigada a cumprir jornadas de até 17 horas de trabalho em condições insalubres e submetidas a espancamentos e humilhações, além de receber salários até 60% menores que os dos homens.

As manifestações operárias pipocaram na Europa e nos Estados Unidos, tendo como principal reivindicação a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.
Em 1819, depois de um enfrentamento em que a polícia atirou contra os trabalhadores, a Inglaterra aprovou a lei que reduzia para 12 horas o trabalho das mulheres e dos menores entre 9 e 16 anos.

sábado, 6 de março de 2010

Alta do gasto público não eleva inflação

Alta do gasto público não eleva inflação

Monitor Mercantil, 01/03/2010 - Apesar do acelerado crescimento do déficit público em relação ao PIB em países como Inglaterra (13,3%), Estados Unidos (10,7%), França (8,6%) ou Índia (10%), o economista André Modenesi, da UFRJ, discorda dos que temem alguma pressão inflacionária no cenário de curto e médio prazos.

"A possível pressão de demanda via gasto público está apenas compensando uma queda forte do gasto privado. Ou seja, o governo só entrou gastando porque o setor privado não gastava", comentou, lembrando que o setor público naqueles países vai segurar os gastos quando a demanda privada melhorar.

No longo prazo, Modenesi reconhece que haverá uma conta a ser paga, mas observa que a retomada da economia também aumentará a arrecadação de impostos.

"O grande risco é os estímulos dos governos não surtirem o efeito esperado. Aí residem as incertezas", observou, reiterando, no entanto, ser difícil pensar em pressão inflacionária com o desemprego em patamares muito altos, como nos EUA (10%), em Portugal (12%) e Espanha (19%).

No Brasil, o economista vê algumas pressões sobre os preços, mas apenas sazonais: "É o caso dos alimentos, dos reajustes nas mensalidades e no material escolar, mas, de uma forma geral, ainda está muito cedo para falar em inflação", resumiu.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Crise mundial ganha nova dimensão: agora é os Estado que pedem ajuda

por Almir Cezar Filho

Nos últimos dias, os noticiários foram inundados com reportagens sobre a sublevação popular contra os pacotes econômicos na Grécia e outros países europeus, especialmente Portugal, Espanha, Irlanda e Itália, o tal dos PIIGs. A recente crise capitalista mundial, iniciada em 2007 e aprofundada em 2008, e que parecia ter arrefecido tomou uma nova dimensão. Se não se confirmou a catástrofe - não veio o colapso final, como previam os pseudo-marxistas ou os estupefatos e apavorados economistas burgueses - porém, transformou-se em uma crise de estagnação e das dívidas públicas. A crise entrou em um novo patamar. E o povo está sendo penalizado pelo ajuste fiscal.

Com toda a razão estão o povo nas ruas. Há um grave erro nas abordagens que focam nas dívidas e déficits, dando a entender que a causa de todos os males que levaram à crise seria o desregramento político e político-econômico e que o cidadão comum deveria pagar pela recuperação - estimulado pelo discurso da direita que é preciso cortar os gastos públicos, mesmo quando as economias passam por índices de desemprego ferozes, usando a Grécia como mau exemplo. Como se planos de austeridade, com cortes nos serviços públicos e salário dos servidores fossem resolver a crise. Primeiro, endividamento público e déficits não são geradores de crise mas sua consequência. Segundo, cortes de salários e serviços públicos não combatem crise e sim a pioram, diminuem a atividade econômica e a arrecadação de impostos. E terceiro, não foram os gastos com serviços públicos aos cidadãos comuns que levaram ao superendividamento, e sim o socorro aos bancos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Instituto Millenium: A Conferência de Comunicação particular da direita

Instituto Millenium: A Conferência de Comunicação particular da direita

por Gilberto Maringoni - www.rodrigoviana.com.br

"O Plano Nacional de Direitos Humanos [PNDH] é totalitário", "o stalinismo predomina no PT", "temos de ir para a ofensiva", "Vamos acabar com essa história de ouvir o outro lado na imprensa", "governo cínico, cínico, cínico!", "democracia não é só eleição". Frases assim, proclamadas com ênfase quase raivosa, deram o tom no Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado na segunda (1), em São Paulo.

O evento, promovido pelo Instituto Millenium, foi uma espécie de Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) particular da direita brasileira, facção grande mídia. Revezaram-se nos microfones convidados internacionais, donos de conglomerados e seus funcionários de confiança. Fala-se aqui da Editora Abril, da Rede Globo, da Rede Brasil Sul (RBS), da Folha de S. Paulo, do Estado de S. Paulo e agregados.

Como se sabe, tais setores resolveram boicotar a I Confecom, um processo democrático ocorrido em todos os estados da Federação, que culminou em uma etapa nacional, realizada em dezembro último. Presentes nesta, cerca de 1,3 mil delegados, entre empresários, movimentos sociais e governo. O total de pessoas envolvidas em suas fases regionais envolveu cerca de 12 mil participantes. ( clique aqui para ler a íntegra )

quarta-feira, 3 de março de 2010

Brasil corre risco de desindustrialização

Brasil inova pouco e corre risco de desindustrialização

Fatia dos manufaturados na pauta de exportações caiu de 54,9% para 44% em cinco anos


Jornal do Commercio (terça-feira, 2 de março de 2010)

A falta de investimento em inovação está levando o Brasil a perder mercado no comércio internacional e pode fazer com que até os consumidores internos venham a preterir os produtos brasileiros em favor dos importados. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC) mostram a queda da participação dos manufaturados no total de produtos vendidos ao exterior.

Em 2004, estas mercadorias responderam por 54,9% da pauta de exportações, mas no ano passado estavam com sua fatia reduzida a 44%. Ao mesmo tempo, os produtos básicos, que em 2004 representavam 29,5% das exportações brasileiras, cinco anos mais tarde passaram para 40,5%.

A alta na demanda e, consequentemente, nos preços das commodities resultou em peso crescente dos produtos primários na pauta. "Nesse cenário, nosso crescimento está sendo autorizado pela China. Enquanto ela crescer, o Brasil cresce também, puxado pela venda de commodities", diz o diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), Roberto Nicolsky.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Não há falta de engenheiros, mas poucos trabalham na profissão

O Ipea divulgou estudo que aponta que o Brasil saem das faculdades um número de engenheiros suficiente para o crescimento econômico nacional vigoroso pelos próximos anos como aponta várias previsões, mas apenas um de cada 3,5 deles está empregado em funções típicas da profissão.

Esse estudo desmente o novo mito recentemente entoado pela grande mídia, analistas e entidades do grande empresariado sobre o "apagão" de mão-de-obra técnica, especialmente em profissões como a engenharia. Na verdade, o que há é que devida as 3 últimas décadas de crônica falta de vagas (ou vagas oferecidas à baixo salário) para esses tipos profissionais acabou empurrando-os para outras áreas, fenômeno que infelizmente a pesquisa não aponta. As 3 últimas décadas brasileiras foram de ajuste estrutural, de desindustrialização e carência de investimentos infraestruturantes.

E atualmente, apesar da recuperação da atividade industrial e de grandes projetos de infraestrutura, há ainda poucas vagas, ou mesmo com boas ou atraentes remunerações, para engenheiros e técnicos. Infelizmente, ainda persiste a situação em que há vagas com baixo salários que não atraem os profissionais experientes e não são oferecidas para os profissionais com pouca experiência ou recém-formandos, assim prossegue no mercado de trabalho um círculo vicioso, que gera uma escassez relativas desses profissionais, ou mesmo reduz a atratividade para o ingresso de jovens em faculdades de engenharia e cursos técnicos. Por outro lado, as empresas fazem múltiplas exigências para rebaixar os salários.