Antônio Figueiredo - jornal A Tribuna, 27 de março de 2010
Apaixonado por jornalismo (como ele mesmo se define), o professor da Faculdade de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFF, Aloysio Castelo de Carvalho, revela no livro “Rede da Democracia: “O Globo”, “O Jornal” e o “Jornal do Brasil” na queda do governo Goulart (1961-64)”, o papel dessas empresas de comunicação no golpe militar de 1964.
Na publicação, que será lançada na próxima quarta-feira (31), às 18h, na Livraria da Travessa (Travessa do Ouvidor, 17, Centro do Rio), Aloysio, doutor em História Social pela USP, mostra que a chamada rede da democracia foi um amplo sistema de comunicação – que também incluía as rádios Globo, Tupi e JB – a serviço de setores da sociedade contrários às reformas de base defendida pelo então presidente da República João Goulart. Nesta data, o golpe militar completa 46 anos.
Acompanha o livro, das editoras Nitpress e EdUFF e que será debatido durante o lançamento pelo autor e mais dois convidados, um CD com fac-símiles (reproduções) de 100 matérias publicadas pela rede – criada em outubro de 1963 e extinta logo após a derrubada de Jango, em 31 de março de 64. Segundo o professor Aloysio, as páginas mostram muito mais que editoriais como o do Correio da Manhã – “Chega” e “Basta” –,veiculados às vésperas do golpe.
“Como conquistaram amplo apoio popular através do discurso anti-comunista, já que vivíamos o período da Guerra Fria (pós-Segunda Guerra), esses jornais pediam a intervenção das Forças Armadas (no governo). É possível ter uma boa visão da imprensa em 1964”, afirma o professor.
Pesquisa
A ideia que acabou dando origem ao livro – prefaciado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), jornalista Maurício Azedo – surgiu quando Aloysio coordenava o Centro Formação da Rádio CBN, no Rio.
“Fazia uma pesquisa para a TV Globo para o “Projeto Memória” (em 1998), quando encontrei as matérias da rede da democracia” no jornal (O Globo). Como estava fazendo a minha tese de doutorado, não pude me aprofundar na pesquisa. Depois da conclusão do doutorado em 2000, passei a me dedicar neste trabalho”, explica ele.
Naquele período, jornalistas dessas empresas de comunicação, como Roberto Marinho, Nascimento Brito e João Calmon, por exemplo, escreviam no “O Globo”, “JB” e em “O Jornal” e falavam nas suas respectivas emissoras de rádio contra o comunismo e o governo Goulart. Logo ele que, em 1963, teve o apoio do governador Leonel Brizola, através da “Cadeia da Legalidade”.
A participação dos meios de comunicação, através de institutos ligados a setores da sociedade, também foi difundida em outras publicações. Na visão do doutor René Dreifuss, já falecido, a opinião pública foi moldada pelos conspiradores financiadas por interesses empresariais nacionais e estrangeiros, por meio do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), principalmente através da mídia.
Debate
O lançamento do livro do professor Aloysio de Carvalho integra o ciclo de debates “A imprensa e o golpe de 64”, que acontece de segunda a quarta-feira, sempre às 18h, na Livraria da Travessa. No primeiro dia, o tema será “A imprensa amordaçada”, com os professores João Batista de Abreu (UFF/IACS), Antônio Serra (UFF/ICHF) e o jornalista Guimarães Padilha. A mediadora será a professora Sylvia Moretzohn (UFF/IACS).
Já na terça, como o tema “A imprensa independente”, foram convidados o jornalista Nilo Dante e os professores Antônio Theodoro Barros (UFF/IACS) e Beatriz Kushnir (UFF-Arquivo Geral da Cidade do Rio). A mediação será do professor Alceste Pinheiro (UFF/IACAS).
No dia do lançamento, a mesa “A imprensa golpista” terá, além do professor Aloysio, os jornalistas Jesus Chediak e Maurício Azedo. A mediação será do jornalista Luiz Erthal.
Apaixonado por jornalismo (como ele mesmo se define), o professor da Faculdade de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFF, Aloysio Castelo de Carvalho, revela no livro “Rede da Democracia: “O Globo”, “O Jornal” e o “Jornal do Brasil” na queda do governo Goulart (1961-64)”, o papel dessas empresas de comunicação no golpe militar de 1964.
Na publicação, que será lançada na próxima quarta-feira (31), às 18h, na Livraria da Travessa (Travessa do Ouvidor, 17, Centro do Rio), Aloysio, doutor em História Social pela USP, mostra que a chamada rede da democracia foi um amplo sistema de comunicação – que também incluía as rádios Globo, Tupi e JB – a serviço de setores da sociedade contrários às reformas de base defendida pelo então presidente da República João Goulart. Nesta data, o golpe militar completa 46 anos.
Acompanha o livro, das editoras Nitpress e EdUFF e que será debatido durante o lançamento pelo autor e mais dois convidados, um CD com fac-símiles (reproduções) de 100 matérias publicadas pela rede – criada em outubro de 1963 e extinta logo após a derrubada de Jango, em 31 de março de 64. Segundo o professor Aloysio, as páginas mostram muito mais que editoriais como o do Correio da Manhã – “Chega” e “Basta” –,veiculados às vésperas do golpe.
“Como conquistaram amplo apoio popular através do discurso anti-comunista, já que vivíamos o período da Guerra Fria (pós-Segunda Guerra), esses jornais pediam a intervenção das Forças Armadas (no governo). É possível ter uma boa visão da imprensa em 1964”, afirma o professor.
Pesquisa
A ideia que acabou dando origem ao livro – prefaciado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), jornalista Maurício Azedo – surgiu quando Aloysio coordenava o Centro Formação da Rádio CBN, no Rio.
“Fazia uma pesquisa para a TV Globo para o “Projeto Memória” (em 1998), quando encontrei as matérias da rede da democracia” no jornal (O Globo). Como estava fazendo a minha tese de doutorado, não pude me aprofundar na pesquisa. Depois da conclusão do doutorado em 2000, passei a me dedicar neste trabalho”, explica ele.
Naquele período, jornalistas dessas empresas de comunicação, como Roberto Marinho, Nascimento Brito e João Calmon, por exemplo, escreviam no “O Globo”, “JB” e em “O Jornal” e falavam nas suas respectivas emissoras de rádio contra o comunismo e o governo Goulart. Logo ele que, em 1963, teve o apoio do governador Leonel Brizola, através da “Cadeia da Legalidade”.
A participação dos meios de comunicação, através de institutos ligados a setores da sociedade, também foi difundida em outras publicações. Na visão do doutor René Dreifuss, já falecido, a opinião pública foi moldada pelos conspiradores financiadas por interesses empresariais nacionais e estrangeiros, por meio do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), principalmente através da mídia.
Debate
O lançamento do livro do professor Aloysio de Carvalho integra o ciclo de debates “A imprensa e o golpe de 64”, que acontece de segunda a quarta-feira, sempre às 18h, na Livraria da Travessa. No primeiro dia, o tema será “A imprensa amordaçada”, com os professores João Batista de Abreu (UFF/IACS), Antônio Serra (UFF/ICHF) e o jornalista Guimarães Padilha. A mediadora será a professora Sylvia Moretzohn (UFF/IACS).
Já na terça, como o tema “A imprensa independente”, foram convidados o jornalista Nilo Dante e os professores Antônio Theodoro Barros (UFF/IACS) e Beatriz Kushnir (UFF-Arquivo Geral da Cidade do Rio). A mediação será do professor Alceste Pinheiro (UFF/IACAS).
No dia do lançamento, a mesa “A imprensa golpista” terá, além do professor Aloysio, os jornalistas Jesus Chediak e Maurício Azedo. A mediação será do jornalista Luiz Erthal.