Alta do gasto público não eleva inflação
Monitor Mercantil, 01/03/2010 - Apesar do acelerado crescimento do déficit público em relação ao PIB em países como Inglaterra (13,3%), Estados Unidos (10,7%), França (8,6%) ou Índia (10%), o economista André Modenesi, da UFRJ, discorda dos que temem alguma pressão inflacionária no cenário de curto e médio prazos.
"A possível pressão de demanda via gasto público está apenas compensando uma queda forte do gasto privado. Ou seja, o governo só entrou gastando porque o setor privado não gastava", comentou, lembrando que o setor público naqueles países vai segurar os gastos quando a demanda privada melhorar.
No longo prazo, Modenesi reconhece que haverá uma conta a ser paga, mas observa que a retomada da economia também aumentará a arrecadação de impostos.
"O grande risco é os estímulos dos governos não surtirem o efeito esperado. Aí residem as incertezas", observou, reiterando, no entanto, ser difícil pensar em pressão inflacionária com o desemprego em patamares muito altos, como nos EUA (10%), em Portugal (12%) e Espanha (19%).
No Brasil, o economista vê algumas pressões sobre os preços, mas apenas sazonais: "É o caso dos alimentos, dos reajustes nas mensalidades e no material escolar, mas, de uma forma geral, ainda está muito cedo para falar em inflação", resumiu.
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