Para historiador, assim, como nos anos 30, muitos, agora, "enxergam recuperação"
Fonte: Jornal Monitor Mercantil, 14 de setembro de 2009
Um ano após a quebra do Lehman Brothers, o historiador Steve Fraser, estudioso do tema Wall Street, destaca ter sido a ação dos governos que evitou a derrocada completa dos mercados financeiros. Mas alerta ser prematuro dizer que tudo está bem.
Ele destacou que a atual melhora dos Estados Unidos assemelha-se a ensaios de recuperação ocorridos nos anos 30, durante a Grande Depressão.
E adverte para o risco de o país se arrastar daqui para frente também em ritmo letárgico, "muito pior do que lento". Em fevereiro de 2008, sete meses antes da quebra do Lehman, o historiador dissera que a crise com as hipotecas de segunda linha poderia jogar os EUA em forte declínio e comparara a situação com as circunstâncias que culminaram na crise de 1929.
Em setembro do mesmo ano, a quebra do Lehman deflagrou o processo previsto por ele. Em 14 de setembro de 2008, um domingo, o Lehman Brothers preenchia os papéis para dar entrada no Capítulo 11, o de falências nos EUA. Na segunda-feira, os mercados financeiros abriram sob a sombra e os efeitos devastadores do colapso da instituição.
Um ano após, Fraser observa que, durante a Grande Depressão, "houve diversos momentos de recuperação, mas que não eram recuperação real, apenas pareciam ser". E lembra que, antes de Franklin Roosevelt assumir, em março de 1933, o primeiro mandato como presidente dos EUA, uma recuperação branda tivera início em 1932 e avançava nos primeiros meses do ano da posse presidencial. Então, recordou, muitos concluíram que a economia se estabilizara e rumava para cima:
"Mas este não foi caso", destacou, observando que o mesmo sentimento se repetiu, mas houve novas recaídas em 1937 e 1938: "É esta a razão pela qual chamamos a década inteira de década da depressão, ainda que tenha havido momentos intermitentes de reavivamento."
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